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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

au bonheur des dames 443

d'oliveira, 25.11.21

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Isto é gozar com o pagode!

mcr, 25-11-21

 

O sr. Rendeiro e o seu ainda advogado devem ter uma curiosa e diferente percepção do português que falamos. Vejamos:

O prófugo (andava há anos com esta palavra engatilhada; finalmente vou usá-la!) banqueiro acha-se vítima de uma monstruosa conspiração, jura que vai pôr o Estado em tribunal e avisa que só regressará à ditosa pátria bem amada se o Presidente da República o indultar. Queixa, ameaça e condição!

A peregrina ideia de, depois de condenado e com mais uns processos às costas, pôr o Estado em Tribunal só pode ser paranoia pura, loucura mansa, estupidez crassa /ele que escolha...)

Propor um indulto para si próprio eis outra aberrante ideia apropriada provavelmente a um estado temporário ou definitivo de doidice ou apenas fruto de um fraco conhecimento desse expediente.

A criatura deve julgar que a pátria e, sobretudo, os que ele vigarizou, está fervorosamente à espera do seu regresso não num dia de nevoeiro mas de sol resplandecente. Tirando os juízes que o condenaram e os beleguins que o poderiam gostosamente conduzir a uma enxovia, não se vê mais nenhum interessado na sua presença. Nem sequer os vizinhos da quinta Patiño ou as três “cadelinhas, três amores” da esposa amantíssima que não conseguia separar-se dos bichinhos...

E o distinto advogado que “não sabe em que país está o cliente mesmo que confirme ter com ele conferenciado várias vezes recentemente?

O surpreendente causídico indignou-se por o cliente ter afirmado que foi industriado pelo advogado quanto à fuga, processos de a realizar e países a que se acolher.

O eminente membro do foro acha naturalíssimo ensinar as legislações mais ou menos simpáticas de países igualmente acolhedores onde um condenado a pena de prisão se possa acolher. Nõ lhe passou pela cabecinha sonhadora que essas informações servissem para o seu atento ouvinte escolher local seguro onde se esconder e espacpar da mão justiceira que o tinha na mira.

A ingenuidade deste jurista prova bem que o estado de catatónica inocência existe e é estimado e preservado mesmo no obscuro e difícil mundo da advocacia.

De todo o modo, o advogado já anunciou que irá deixar de representar o sr Rendeiro por este o difamado afirmando que foi ele, advogado, a tratar de todos os pormenores da fuga.

A ver vamos quando o fará. Porventura só depois de receber os devidos honorários pelos seus inestimáveis serviços jurídicos mesmo se a indicação de países benevolamente tolerantes com criminosos condenados pareça exceder o âmbito das competências da defesa...

“já vi tudo!”, gritava o ceguinho depois de lhe atirarem com um penico devidamente cheio do que  é usual meter em tal continente.

Rendeiro, por um lado e o agora seu ex-advogado também. E nós na plateia espantados com tudo isto que nos é oferecido pela novíssima CNN em português.

Em boa verdade vos digo, vivemos num tempo espantoso.   

(ao pé disto, as aventuras rocambolescas do  futebol, do seu opaco mundo, os dinheiros que por lá andam aos baldões, é mera crónica para revistas cor de rosa. DE todo o modo, ainda vamos ver que também ali, é tudo boa gente, pessoal sacrificado, ao serviço do bem e do desporto nacional. E condecorado, claro está por quem condecora a torto e a direito...)