au bonheur des dames 483
A arma da razão
mcr, 9-4-22
Augusto Santos Silva disse em poucas e acertadas palavras o suficiente para calar a catadupa de tolices de que o sr Ventura é capaz.
Não levantou a voz, não tentou sequer discutir. Lembrou que na Assembleia da República não é permitido o discurso do ódio e que há um regulamento que é para cumprir. E disse o fundamental: numa democracia não há lugar para culpas colectivas.
Isto. Este breve punhado de razões calou irremediavelmente um deputado que ainda não percebeu os limites a que uma votação eleitoral obriga alguém. E a responsabilidade que daí advem.
A quase totalidade da assembleia aplaudiu de pé. É bonito mas tardio porquanto, Ventura já poderia ter sido parado há mais tempo. Bastaria lembrar-lhe algumas verdades e não tentar discutir na base que ele propõe ou tenta impor.
Veremos se a serena firmeza, o obrigatório cumprimento das regras constitucionais e os claros limites do direito à opinião responsável serão entendidos por todos quantos tentarem fazer da AR não um debate desapaixonado e vigoroso mas apenas uma expressão de política politiqueira.