Au bonheur des dames 520
Uma perda irreparável
mcr, 6-8-22
Jô Soares. Um talento ilimitado, um homem multifacetado! Brasileiro e cosmopolita. Só um corpo bem hordo permitia tantas ualidades reunidas...
Culto, extremamente culto, inteligente, corajoso, democrata, honrado e espirituoso. Um cometa brasileiro que também iluminou o céu português.
Quem teve a oportunidade de o ver representar, encenar, tocar ou quem o leu sabe bem o que perdeu.
Enquanto pude, segui-o na televisão. Nesse dia (como com Bernard Pivot o homem de Apostrophes e Bouillon de culture programas da francesa TV5 ) não havia bridge enquanto o programa não acabasse. Curiosamente, os meus companheiros de jogatina apareciam como quem não queria a coisa, para ouvir/ver ambos os programas. Como Jô também já por cá não andam. E que falta (me) fazem!
Há pessoas assim: que desbaratam talento, humor, inteligência a rodos. Com proveito para milhões de telespectadores, leitores, ouvintes.
Jô Soares era o Brasil na sua melhor forma. Mas, por momentos, também era o Portugal que gostaríamos de ser e ter.
Agora, estará a tocar “Misty” com o meu bem amado Errol Garner
E as primeiras palavras soam
Look at me, I'm as helpless as a kitten up a tree
And I feel like I'm clinging to a cloud, I can't understand
I get misty, just holding your hand