au bonheur des dames 565
Mais sobre o assalto ao palco
mcr, 25-1-23
afinal o “justo” protesto de uma criatura “trans” sobre a não atribuição de um papel “trans” a uma verdadeira espécime “trans” foi meticulosamente organizado. A plateia tinha vários adeptos que secundaram a invasão da ribalta e “espontâneo” protesto.
Em segundo lugar, a criatura protestatária garante que é astriz embora exerça a prostituição (“chupa pau,” na sua expressiva linguagem) como ganha pão.
Convenhamos que das duas uma: ou em Portugal (onde se refugiou, dados os alegados maus tratos sofridos no Brasil) vigoram os mesmíssimos preconceitos (o que é estranho porquanto um/uma das personagens em palco também é “trans” e o/a que substituiu o desgraçado e atrevido actor que dava vida a/ao 2º/2ª trans , “também “trans” era!...
Pelos vistos, pelo menos no teatro não corre o alegado “preconceito”.
Claro que se pode pensar que a criatura protestante, embora se afirme actor/actriz, não fez ainda prova de vocação, capacidade, jeito, dom para as artes cénicas.
E não o fazendo, claro que ninguém lhe dá trabalho...
É verdade que, por cá, há até escolas de teatro cuja qualidade desconheço. Sei, contudo, que em centenas representações a que me sujeitei pagando bilhete ou cumprindo dolorosas funções de serviço, vi uma multidãoo de péssimos “profissionais” num número enorme de espectáculos que raras vezes ultrapassavam o sofrível e muitas mais caiam na mais medonha mediocridade.
É que para fazer teatro basta querer, juntar um par de cúmplices, arranjar um texto nem sempre de qualidade e pedir um subsídozinho ao Ministério. Este, quando o não dá, fiado em conclusões de um júrim é acusado de má fé e de estrangular a cultura.
E junta-se uma estridente multidão, abaixo-assinante pronta a qualificar o ministro como um horrendo filisteu.
Vi pretensos actores, pretensos encenadores e “geniais” realizadores (de cinema) trazerem a lume queixas e gemidos contra a incompreensãoo dos burocratas da culturae, sobretudo, contra o público ignaro que foge a sete pés do teatro e condena à fome os seus heroicos artífices.
Ao longo de anos no Ministério (Secretaria de Estado na época) da Cultura cumpri corajosamente o meu papel (ingrato) de espectador, pagando sempre o meu lugar mesmo se mo ofereciam. E ouvi continuadamente as mesmas queixas sobre a deserção do público.
De resto, naquele tempo, já não subsistiam teatros ditos “comerciais”, mas apenas o que era conhecido como teatro “independente” que vivia mais do apoio oficial , ou seja, um teatro dependente dos escassos recursos pagos nos impostos de todos (os dqueles que os pagam...)
Corria, na época a blague de que o teatro independente era afinal puramente dependente.
A cultura ou que com esse nome corre em Portugal parecia só feita por actores, encenadores, realizadores e alguns profissionais da música dita erudita e do bailado. Os escritores, os artistas plásticos, os ensaístas e críticos esses que se governassem pelos seus meios. E o mesmo se aplicava a tudo o que cheirasse a popular (teatros amadores, bandas de música, ranchos etc...) que não tendo o mesmo acesso aos órgãos de informação viviam na mais solitária sobriedade mas... acabavam por envolver milhares de pessoas e ter públicos muito mais numerosos. Um país a duas velocidades, uma autoatribuída elite e uns pobres e atrevidos amadores!...
Na triste história que deu mote ao folhetim, destaca-se ainda a questão de saber o que vai fazer o actor cobardemente substituído pela direcção da companhia. Substituído e humilhado!
A ideia peregrina de destinar cada papel a determinado grupo lembra a história imbecil do poema (medíocre) lido na tomada de posse de Joe Biden (se não erro) Parece que “aquilo” era escrito por alguém negro e por isso só poderia ser traduzido por alguem da mesma cor ... a coisa andou durante umas semanas nos jornais (mas não nas páginas de humor!...). Depois morreu, naufragando sob o peso da absoluta imbecilidade demonstrada pelos exegetas.
Eu atrevo-me a predizer que a alegada acriz que se exibiu semi-nua no palco do S Luís ainda vai abocanhar um papel graças ao cheiro do escândalo que não do talento. Vai uma apostinha?