au bonheur des dames 576
E querem vender livros?...
(e já agora o dia da mulher...)
mcr, 8-3-23
Uma instituição da Universidade de Coimbra reeditou um excelente livro que é, também, uma obra de referencia internacionalmente reconhecida.
(Não vou adiantar o nome da obra porque, egoisticamente, sei que já não deverão sobrar muitos exemplares pelo que, apesar de tudo, vou continuar a tentar encontra-lo)
Fui, pois, via internet ao site da instituição e, como acredito no valor de uma conversa preparatória, tentei telefonar antes.
Primeiro problema: do lado de lá uma voz avisava que o numero não se encontrava atribuído!
À cautela, liguei para outra instituição da mesma universidade que me parecia ter contacto com a que não respondia e fui informado que, na realidade , a primeira estava em obras ou num processo semelhante.
Expliquei que pretendia o livro já citado e perguntei se não estaria em funcionamento a loja física ou em linha a que recorrer.
A pessoa que me atendeu (do Museu da Ciência) esclareceu-me que, de facto, havia algo pomposamente chamado “Turismo da Universidade” que terá uma loja e provavelmente a meia dúzia de produtos da instituição adormecida. E a senhora com quem falei levou a sua simpatia ao ponto de me indicar o número de telefone fo dito “turismo”.
É verdade que também me avisou que a instituição turismo tem a magna tarefa de preparar visitas quer de particulares quer de escolas pelo que calculava que eu teria alguma dificuldade em estabelecer contacto.
Munido do preciso telefone lá comecei a ligar. Apareceu-me uma daquelas gravações que dão música e propõem números para facilitar a vida de quem liga.
Esses números eram apenas três e limita(va)m-se a alternativas que nada tinham a ver como meu problema quer era tão só o de chegar à loja.
E resumiam-se às marcações de visitas e à desmarcação delas. Mais nada.
Como também não é fornecido um endereço electrónico útil a pesquiza parou logo ali.
Algumas horas mais tarde, resolvi voltar a contactar os serviços universitários, dessa feita ligando para os contactos gerais. Milagrosamente fui atendido por outra funcionária gentil (como a do Museu da Ciência) que depois de saber do meu problema pediu uns minutos e transferiu-me para a Imprensa da Universidade. Terceira funcionária gentil e amadora de livros que me informou que não era a IP a editora do livro mas iria tentar informar-se junto de qualquer coisa que se chama instituto de ciências da vida. Pelos vistos, e depois de falar com quatro pessoas, conseguiu saber que há uma senhora que só está pelas manhãs e que poderá eventualmente resolver o magno problema do fornecimento do livro se é que este está disponível.
Demorei nestes preparos umas boas dus ou três horas e conversei com quatro mulheres todas mais gentis e interessadas e perseverantes umas que as outras! Poderiam ter dito que aquilo não era com elas mas não. Procuraram resolver o problema do leitor de longe que as procurava.
Hoje é o dia internacional da mulher e nada elhor para provar mil coisas do que estes quatro exemplos de pessoas que levam a sério a sua profissão e mais ainda a sua simpatia-
Não me converteram à causa feminina pela simples razão de que há muito me bato pela igualdade de género e que disso aqui faço profissão de fé. Penas me deram uma vez mais, e são antas já!..., a possibilidade de o poder dizer.
Lateralmente, hoje, via televisão tive oportunidade de ouvir e ver duas mulheres ambas com especiais responsabilidades políticas (a 1ª Ministra da Finlândia e a Presidente da Geórgia) e sobretudo defendendo posições de grande justeza. Muitas mais há, sem dúvida, mas estas duas políticas confortam a alma de quem as ouviu e viu.
O presidente Mao dizia, mesmo sem o acreditar, que as mulheres eram metade do céu. Ao mesmo tempo não lhes conferia especiais tarefas políticas ou outras e tinha um partido que da base ao comité central quase não albergava mulheres. Ainda hoje, basta ver as reportagens da última grande assembleia política chinesa, elas são raras. Todavia, a sua famosa frase (para consumo externo...) é um bom princípio de acção política.
A todas as minhas leitoras aqui deixo um abraço por este dia e o desejo sincero que em vez de um haja 365 dias da mulher (e do homem, Juntos e solidários!)