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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

au bonheur des dames 624

mcr, 07.05.25

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Demasiadamente transparente

ou

 tanto que nem se percebe

mcr, 7-5-25

 

Durante as jornadas "Porto capital da cultura" lá pelos inícios do século soprou na cidade alegadamente invicta,  um par de brisas de loucura de que vinte anos depois ainda se está a pagar a factura.

Longe de mim vir tantos anos depois atacar os festejos, as realizações ou sequer as intenções. Todavia, a comissão responsável pela jornada andou às bolandas, houve substituições de equipa e, eventualmente, intromissão dos poderes políticos, leia-se Governo.

Na altura causou algum espanto a ideia de contratar um famoso arquitecto espanhol, provavelmente catalão, para projectar um edifício.

quando alguém mais ingénuo (eu por exemplo) se atreveu a perguntar qual o destino a dar à construcção, a resposta irritada e presunçosa  foi mais ou menos esta: Faz-se o edificio e depois vê-se..

E a coisa fez-se como uma espécie de prolongamento do parque da cidade, mesmo que entre este o edificado exista uma rua intensamente movimentada que une o litoral do Porto e o de Matosinhos, beirando a praia.

Até hoje,  insisto nos vinte anos passados,  ainda ninguém sabe para que serve a obra que terá custado um balúrdio. Aquilo está vagamente ocupado por um par de lojas e outros tantos restaurantes tudo concessionado por tuta e meia, tristonho, pouco frequentado.

ainda por cima há um qualquer plano ambiental da orla costeira que parece condenar o edifício à demolição, juntamente com mais dois ou três , um deles já no Porto (e também aqui tudo começou por um grandioso projecto, uma imperiosa necessidade que, entretanto, á apenas um vulgaríssimo restaurante de pizzas).

Agora, segundo o "Público" mais uma vez se discute o edifício dito transparente, a sua utilidade, a sua estridente (falta de ) necessidade pois a concessão acaba brevemente e ninguém sabe se a coisa vai abaixo ou não.

Em tempos com um par de amigos criámos uma associação para derrubar o imóvel à martelada, devendo cada preopinante que quisesse colaborar nessa higiénica empreitada pagar uma soma pequena mas ajustada à raiva cidadã de ver o escasso dinheiro público mal gasto

Há neste país, nesta cidade, a ideia de que nada como "deixar o nome na pedra" para se ganhar prestígio. Eu não sei se os responsáveis pelo "Porto 2001" tenham querido ganhar alguma espécie de imortalidade (de esto sempre temporária..., mas isso eles, coitados, ignoram).

A Câmara do Porto aguarda com pouca  evangélica (im)paciência que uma denominada Agência Portuguesa do Ambiente se pronuncie sobre as consultas há muito tempo feitas sobre o destino do prédio.

Já agora, conviria perguntar aos cidadãos se eles sabem para que é que aquilo serve  e como se justifica o dinheiro gasto e mais que perdido sem qualquer transparência.