diário político 202
A infamia absoluta
Em nome de Alá ou de Maomé ou de qualquer outra coisa mata-se alegremente. Não que sectários de outras religiões do Livro ou não não matem também.
Todavia, oss que matm em nome do Islão (de um Islão bem só deles, exclusivo e exclusivista) tem dado nas vistas, ultimamente.
Agora, num repelente, miserável ataque, dizimaram a redacção de "Charlie Hebdo". Doze mortos entre eles Charb, Cabu e Wollinsky.
Conta o pincel da sátira a kalashnikov dos assassinos.
Exactamente no mesmo dia em que começam a ser selecionados os membros do juri que integrará o tribunal de Boston onde se julga outro assassino que mesmo contra toda a evidência grita a sua inocência.
quem como eu é leitor assíduo do Chalie Hebdo como já fora, desde os anos 6o, leitor do Harakiri sente-se de luto e invadido pela raiva. Desculpem lá os do pensamento correcto mas, neste momento (depois talvez acalme), só me acodem desejos de que os assassinos cobardes morram de morte violenta e dolorosa.
Começo a pensar que a bonomia com que se encara o multiculturalismo e se compreende o Islão na Europa (quando nos territórios muçulmanos nem uma Igreja se consegue abrir) deve ser repensada. O ataque à redacção do "charlie..." não pode, de modo algum, ficar impune. Não se pode aceitar que a liberdade de imprensa sofra outro castigo que não os de um tribunal tanto mais que esse meio está à disposição dos "crentes" muçulmanos franceses.
Este ataque vai, aliás, reforçar a extrema Direita francesa mesmo se "Charlie hebdo" nunca a poupasse.
Não me espantarei se, de repente, começarem a ser atacadas mesquitas ou outros locais de reunião de muçulmanos. Por muito menos isso já ocorreu. Só que depois deste massacre haverá seguramente mais gente a admiti-lo, quiçá a aplaudi-lo.
Não o desejo, mas também não daria um passo para (como tantas vezes fiz) voltar à rua a protestar
contra a alegada islamofobia dos franceses.
Primeiro, a comunidade muçulmana, os seus imans e restantes dignitários religiosos e políticos terão de mostrar de que lado estão: da civilização laica e democrática ou da charia selvagem e primitiva?
d'Oliveira fecit 7-1-15