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Incursões

Instância de Retemperação.

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diário político 260

d'oliveira, 31.03.22

Quem te avisa...

d'Oliveira fecit , 31-03-22

 

Decorreu ontem a cerimónia da tomada de posse do Governo. Longa e chata como de costume. Muita gente qie ninguém quer faltar ao beija mão ministerial . aos beijinhos, abraços e restantes cumprimentos. Em Portugal é assim: todos empertigadamente solene, veneradores e obrigados. 

Depois há os discursos.

Sempre longos, sibilinos e sujeitos a intensa análise e escrutínio. Desta vez, o PR avisou que os mandatos são de quatro anos. Isto, porque à cautela, lá foi prevenindo que uma ida para a Europa,  como foi o caso de Durão Barroso, obrigaria a eleições. Em boa verdade, o PR apenas aplicou uma longínqua proposta do PS que Sampaio, mal, não ouviu. 

Por isso tivemos um governo Santana Lopes que foi derrubado por uma frase de Cavaco (“a má moeda afasta a boa”) mais do ue por qualquer outra razão. Os leitores talvez já não se lembrem mas Ferro Rodrigues, na altura secretário geral do PS demitiu-se em protesto à solução arranjada por Sampaio. Diz-se que este queria provar ao mundo a incapacidadede Santana ser melhor do que parecia. Lá provar provou mas quem amargou com aquele governo trambolhofomos nós os paisanos. Se as coisas tivessem corrido com Ferro queria talvez se tivesse adiado ou abandonado a solução Sócrates que, no caso em apreço foi pior do que acicuta. 

Desta feita, o aviso veio a tempo e cristalino: o mandato é para cumprir. Tanto mais que com maioria absoluta só a falta de imaginação é que pode tramar o novo Governo. 

Portanto um governo pronto a consumir. Tudo a favor, para já. A começar pelos mundos efundos do PRR e a acabar na incapacidade de a oposiçãoo se impor. Ainda porcima são duas, três ou mais as oposições. Alguém vê o PC aliado ao PSD contra Costa. Ou os  dois mais o BE e a IL todos juntos a votar melodramaticamente algum desde logo perdida moção de confiança?

Em poucas palavras : há dinheiro, há tempo há um país à espera, quase não há oposição credível e, muito menos, eficaz. 

Que se pode pedir mais?

A resposta matreira é fácil: competência! É preciso competência. 

Ainda é cedo para se começar a medir esta mas conviria reparar que na composição do Governo há um parde situações esquisitas: O Ministério dos Negócios Estrangeiro  está manco dos “Assuntos europeus”!!!

O inventor do PRR não é o responsável pela sua aplicação. 

Até nova ordem o Orçamento é o que foi reprovado mas o seu autor desapareceu do mapa. O mesmo sucedeu ao ex ministro da economia, um sólido e competente (para variar) amigo de Costa

Entre os ministros que continuam temos o delegado geral da falida TAP, aquela senhora da Agricultura que queria vender qualquer coisinha à China e a srª Temido que, pelos vistos, é incontornável na Saúde.

Costa, no seu discurso, afirmou que este Ministério não tem sequer o privilégiode umpar de meses em “estado de graça”. Está enganado. Tem-no sim senhor e muitos de nós estamos dispostos a esperar o tempo necessário para ver os ministros novos ou em novos ministérios perceberem como as coisas estão.

Se algo se provou com este longo interregno político é que as coisas lá foram andando sem especiais percalços mesmo com os ministros com poderes diminuídos e  o parlamento à meia luz. E a pandeia ainda chateava, a guerra acendia-se os preços das matérias primas ameaçavam subir. A vida continuou, graças eventualmente, ao conhecido bom senso do povo português que provou ser capaz de se mexer sem ser aguilhoado pela estridência da rua, pela facúndia discursiva e pela conspirata dos aparelhos políticos. Nem sequer os que costumam engrossar a voz, a engrossaram demasiadamente. Ou porque não quiseram, não puderam ou porque, de facto, já não lhes reste força suficiente para alanzoar ameaças

Só o clima se mostrou contrário: no choveu coisa  que se visse, é provável que  a seca seja violenta mas já há quem garanta que não faltará água para os campos de golfe, instrumentos incomparáveis para o dinamismo turístico..

“Eles” lá sabem....