diário político 263
“de minibus...”
d'Oliveira fecit aos 28 dias de Novembro do ano da graça de 2022
“De minibus non curat praetor”, é uma velha expressão latina que, às tantas foi inventada pelos juristas renascentistas. De todo o modo, usa-se (pi usava-se) muito para significar que quem julga ou quem governa não se deve deixar enredar por coisas menores.
Ora, este que estas traça não tem por hábito comentar essa luminária de quinta categoria que dá por Ventura e é o conducator (em caricatura) de um partido que a sndice da Esquerda e o descalabro da Direita permitiram implantar-se de modo significativo no tecido político partidário.
Note-se que, ao contrário de umas criaturinhas que nem a constituição souberam ler, eu não quero proibir o partido em causa. Apenas, e só em casos excepcionais tecer um breve comentário sobre as suas posições que, genericamente, parecem aberrantes.
Ora dobre a data do 25 de Novembro de 75, o sr Ventura bolsou um par de considerações (as que se esperariam da parte de alguém que não percebeu o sentido daquela acção militar) que não coincidindo com as baboseiras de uma Esquerda doentiamente infantil acaba por ter efeitos contrários aos que eventualmente terão sido queridos.
Mas nem sequer disso venho falar. Apenas apanho um par de frases da criatura para lembrar que o seu discurso parece (ou é) ou pretende ser um embuste. E isso porque a acreditar no que foi dito, o sr Ventura, e boa parte da sua clientela teriam estado presentes na ocasião, Eu lembraria que, pelos dados que recolhi na internet esta pequena amostra de chefe da Direita, mal traduzido e em calão do francês, não existia por volta de75. Aliás só terá nascido em 83, ou seja oito anos depois, com a Democracia consolidada e a despir-se das últimas tontices que lhe vinham do PREC (também ele, igualmente, traduzido em calão do famoso processo soviético mas com passagem pela peneira latino americana o que duplamente descaracterizava a revolução de Outubro.
Este quase quarentão Ventura foi em seu tempo um medíocre comentador televisivo de futebol. Depois transportou a sua mediocridade para o campo da política autárquica (por erro grosseiro do partido que o alistou) e acabou numa coisa chamada Chega que se alimenta do mais rançoso que a saudade do autoritário Salazar permite.
Em todos os países democráticos há várias opções políticas e é tão legítima a existência de uma esquerda extra parlamentar ao lado de outra mais institucional e em estado terminal como de várias direitas igualmente presunçosas e radicais e que se alimentam exactamente da mesma gamela conflitual que a ultra Direita também cata.
O que perturba momentaneamente o cidadão mais atento é este discurso pobre, patético e sobretudo baseado no não vivido.
Alguém mais idoso, mais culto (o que não parece ser difícil ) e mais experiente lá lhe terá soprado duas toleimas sobre o 25 de Novembro e ele, zás!. Lançou-se sem sequer perceber que já nem a memória do 25 de Novembro suscita o mesmo alarido compungido que, em tempos felizmente distantes permitia. À distancia de quarenta etal anos a coisa fica como uma vaga correcção de percurso que, convenhamos, arrastava o país e a Democracia e a Liberdade para inconfessáveis sargetas políticas.
De resto grande parte dos seus actores também já por cá não anda e é ténue, muito ténue, a recordação dos mais activos elementos vencidos nesse inócuo prélio militar sem sangue nem violência.