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Incursões

Instância de Retemperação.

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diário politico 225

mcr, 13.04.20

Alguém deve ser responsável 

 

d’Oliveira confinado mas não resignado

 

O episódio do compasso nos arredores de Barcelos e mostrado na televisão seria ridículo e daria uma ideia de um Zé Povinho de que já nos tínhamos desabituado. Porém, no actual contexto, obriga a uma reflexão mais longa e mais penosa. 

A criatura do sexo feminino que brandia um crucifixo que um bando de transeuntes iam beijando à vez já deveria estar identificada e posta a bom recato. Aliás,  deve ser facílimo identificar essa palerma. Quanto aos restantes tontos valerá também a pena ver quem eram pois não parece insensato pensar que dali sairão infectados. 

Mas a teoria da irresponsabilidade e da insensatez destes “fregueses” que observam uma paródia de compasso obriga a que se vá um pouco mais longe. 

Quem autorizou esta palhaçada grotesca e perigosa? Quem forneceu o crucifixo?  Qual é a posição do pároco local e do senhor bispo (no caso o de Braga, ou o do Porto, desconheço os limites dos respectivos bispados)? 

A regra canónica tão pouco afeiçoada às mulheres já permite a uma o exercício deste mester que, verdade seja dita, é um tanto ou quanto pagão? 

Não me espantaria demasiadamente que nesta garraiada à antiga portuguesa estivesse a mão escondida de algum eclesiástico local ou regional. Ainda há pouco tempo vimos um pároco de uma localidade perdida a celebrar missa contra, parece, as indicações do bispo. E há a vaga notícia de mais umas desgarradas tentativas noutros locais. Padres estúpidos e ignorantes não faltam que nisto, na distribuição da inteligência e do bom senso há democracia até dizer basta. 

Não venho à ribalta para fazer propaganda anti-clerical, era o que me faltava. Penso, mesmo, que a Igreja tem neste processo de combate à pandemia um papel relevante, essencial. Os párocos, os centros paroquiais e as demais organizações eclesiais de base poderão contribuir de forma especial e importantíssima. O que torna este espectáculo ainda mais perigoso e risível. E exige, por isso mesmo, um inquérito imediato, completo, rápido e sem contemplações. E é por isso que, justamente, se espera uma posição clara do bispo local. E, já agora das autoridades civis, Junta de Freguesia e Câmara Municipal. 

Também se pergunta se, neste exibicionismo torpe, houve qualquer reacção policial pois duvida-se que ninguém tivesse prevenido as autoridades. 

......

(em aparte: depois de ouvir na televisão o senhor bispo do Porto, sem dessa entrevista tirar qualquer conclusão desfavorável, soube que Sª Eminência foi à ponte Luís 1º abençoar a cidade. De certa forma, isso surpreende-me. Na realidade a Sé do Porto e o Paço episcopal estão a uma cota mais alta (e mais histórica!) de onde a bênção eventualmente alcançaria mais almas. Será que o senhor bispo  e os seus conselheiros geográficos ignoram  o conceito de altitude?) 

(em segundo aparte, desta feita laico. O senhor Ministro da Administração Interna deu há momentos uma conferencia de imprensa que me faz crer que ou ignora o que se passou na zona de Barcelos ou prefere não se molhar condenando aquele estropício. É pena! )

 

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