estes dias que passam 1017
Xerxes, o mar traiçoeiro e afltilha
mcr, 4-10-25
Conta Herodoto que o imperador Xerxes mandou construir uma ponte sobre o Helosponto para mais comodamente invadir a Grécia. Porém uma tempestade súbita mas não incomum no Bósforo destruiu a ponte que assentava sobre barcas.
Irado, o imperador mandou chicotear o mar.
O gesto absolutamente simbólico ficou na História e durante os muitos séculos que se seguiram, outros gestos igualmente simbólicos foram-se sucedendo com maior ou menor felicidade e conhecimento dos povos.
Porém, um gesto simbólico é apenas isso e conviria n\ao abusar de gestos cuja eficácia é pequena ou, acaso, nula.
Nestas úlrimas semanas os espectadores televisivos tiveram acesso a mais um gesto desse tipo, a saber, a navegaçãoo de uma flotilha de quarente barcos carregados cerca de 500 activistas rumo a Gaza para abanar a consciência ocidental lembrando-lhes a tragédia em curso.
Cpnvenhamos que com a transmissãoo diária de imagens de enterramentos de mortos mormente crianças Gaza nunca necessitou de ser lembrada. Tão pouco o diário e trágico balanço deassassinios de civis pela tropa israelita deixou de evidenciar o que de hottotoso se passava ali.
Aliás a simples notícia fracamente desmentida de que snipers militares israelitas se dedicavam a matar pessoas inicentes que se aglomeravam junto dos raros pontos de abastecimento consentidos pelo governo mafioso de Israel já bstava para permitir a todos e cada um tomar nota de uma guerra desigual, injusta e desumana.
Desde já, aqui, se recorda que por dversas veszes (e desde há muitos anos...) tenho referido Gaza, a Cisjordânia, os colonatos criminoso e infames de radicais sraelitas em terras árabes.
Todavia, porventura por uma formação jurídica a que não onsigo escapar, jamais aceitei a noção de genocídio que muita e ignorante criatura usa a propósito de tudo e especialmente do conflito árabe-israelita.
Não tenho a menor dúvida que, desde há muito, Isral é culpafdo de crimes contra a humanidade, noção jurídica que abarca a de genocídio com a omportane diferença de que se todo e qualquer genocídio entra na na categoria de crimes contra a humanidade, nem todos estes últimos se podem sem mais considerar genocídio.
De resto, pouco import, uma vez que o crime contra a humanidade já dá diteito a penas duríssimas com a vantagem de poder ser provado com muito maior facilidade do que o de genocídio.
No entanto a palavra genocídio terá um efeito mágico nas mentes pouco esclarecidas pelo qu é usada sem se perceber que pode ser alvo de um desmentido fácil num julgamento sério.
Voltando à flotilha que foi organizada para chegar a Gaza e distribuir uns magros quilos de mantimentos a uma população de mais de dois milhões dedesgraçados que desde há muito não só suportam um bloqueio marítimo, a proinbição de pescar, o fecho hermético de fronteiras, a prisão de milhares de pessoas sem especial (ou até sem qualquer) fundamento verosimil (e ´e ppr isso que se trocam um ou dois prisioneiros israelitas por centenas de detidos árabes cujp crime é geralmente o facto de serem árabes ou muçulmanos, coisa que, para as autoridades israelitas ai dar ao mesmo – e, já agora que é apesar de tudo melhor do que ser assassinado em plena rua por um colono radical istraelita...) mas também o sucessivo desafio e Israel a todas as recomendações da ONU. A ocupaçãoo de territórios definidos em 1948 como árabes pela teoria dos dois Estados.
É verdade que para esta situaçãoo em muito contribuíram os Estaos áabes vizinhos, que criaram zonas de internamento de palestinianos desde a primeira e ineficaz guerra ,
Não vale a pena relelmbrar oas sucessivas organizações terroristas arabes ou palestinianas (que de resto tiveram o seu correspondente noutra judaicas, Stern ou Irgun) que o Estado Israelita comvateu com claro sucesso (basta recordar o destino dos terroristas do atentao de Munique que foram mortos, um a um , ao longo de uma incansável perseguição do Mossad que pouco aa pouco adquiriu uma experiência única que permite ainda hoje ao Estado hebraico atingir os seus mais perigosos inimigos estejam eles onde estiverem seja no Irão ou no Qatar, no Iemen ou escondidos no LIbano ou na Síria).
Seria também razoável lembrar que a ideia de uma frota de pequenos barcos, tripulaos por gente eventualmente estimável, rumo a uma terra cercada por ropas e navios amados é já de si sinónimo de algum pouco ponderado aventureirismo. Acrece que uma anterior experiência se saldou numa dezena de mortos, turcos se não estou em erroque em nada serviu o povo civil de Gaza. Por outro lado os navegantes sabiam perfeitamente que os seus seus países de origem em pouco ou nada os poderiam proteger no caso de consegurem furar o bloqueio ou sequer aproximar-se suficientemente das águas de Gaza
Eu sei que na mente juvenil e menos juvenil de boa parte dos embarcadiços perpassa a ieia vagamente heroica de desafiar um Estado poderoso. Porém, também os mesmíssimos émulos dos argonautas abem que, apesar de tudo, Isral se limitaria a prende-los e posteriormente a deporta-los. Mesmo neste caso, mais que previsível, teriam (e tiveram) sempre a opção de acitar uma imediata deportação ou uma bem mais morosa intervençãoo dos tribunais israelitas que, deresto, conduziria ao mesmo resultado. Pelos vistos os activistas optaram pela formula mais rápida o que se pode parecer menos glorioso é seguramente mais prudente. A prisão mesmo por escassas semanas é deprimente e nem sequer a eventual solidariedade de presos palestinianos ºe conforto para gente que vem do ocidente rico e opulento.
Tenho algumas dúvidas sobre a origem do movimento marítimo intra Mediterrâneo, ao invés dos que juram que foi o Hamas quem pagou a organizaçãoo, o frete das embarcações opassadio dos noveis marinheiros, quero acreditar que tudo isso saiu do bolso dos navegantes e das generosas e desinteressadas organizações políticas e caritativas que os apoiam.
Já me suscita maiores dúvidas o facto de todos os tripulantes da nova cruzada se terem desembaraçado dos telemóveis computadores e restante parafrenalia com que iam munidos. Que segredos temíveis se ocultariam nesses objectos a que gente mais jovem tanto se apega. Espero que se tenham desfeito dessa tralha em águas profundas senão os israelitas ainda as vão recuperar para poderem , no caso de as haver, alegar secretas ligações ao terrorismo árabe, a organizações anti semitas ou anti-sionistas.De todo o modo, à falta de sacrificarem as vidas ou de suportarem os horrores de um cativeiro mesmo limitado no tempo, já há pelo menos um sacrifício de que se podem orgulhar e mostrar ao mundo: passarão alguns dias sem poder comunocar e um par de semanas a restabelecer contactos perdidos. Um horror!...
No meio disto tudo, desta quase tragicomédia marítima há algo que me perturba. Da comitiva portuguesa (3+1) há a egrégia figura da senhora Motágua, deputada única e coordenadora do Bloco de Esquerda. Que raio de ideia leva esta especial (e única!) responsável política a abandonar o parlamento e a luta eleitoral para alinhar na cruzada pífia em que se meteu?
Eu sei que o BE no que toca a poder local está, sempre esteve, a zero. Trara-se de uma organizaçãoo sem implantaçãoo local ou sindical que vive dos meios sofisticados e urbanos onde ser bloquista passa por ser anti burguês, anti reaccionário, anti capitalista etc... Mas, que diabo, perder a oportunidade de malhar nos amigos do horrendo Ventura, apontar o dedo à “Direita que se quer casar com os radicais”, so PS com quem até vai ade boleia para a câmara de Lisboa, parece-me ou um erro uu uma esquerdalhice post leninista e cunhalista ou ou apenas a aceitaçãoo de que o BE já é um cadáver a que só falta a certião de óbito. Ou então a senhora Mortágua supões uma novel Pasionaria que para tal escolhe shakespearianamente o mundo como palco.
Esta aventura sem riscos visíveis nem resultados palpáveis não serviu sequer para apontar o dedo aos países ocidentais pelo pouco que fazem pela causa palestiniana que, aliás, é apesar de tudo bem mais do que é feito pelos países árabes e muçulmanos (excepção eventual os tresloucados ayatolas iranianos, os seus cúmplices hutis ou hezbolah e e o imbecil grupo HAMAs que num gesto louco, canalha e intolerável precipitou mais este ajuste de contas com que os radiais israelitas sonhavm desde o momento em que ajuadam este grupo a nascer para combater o Fatah que mesmo com defeitos lá ia tantando assegurar a existência ou prrto existência de um Estado palestinianao.
Quando o infame ataque de Outubro foi perpetrado, adverti neste mesmíssimo blog que Israel faria vungar dente por muitos dentes a untolerável matança.
Agora é oque se vê: uma terra devastada, mais de sessenta mil vítimas, metade das quais crianças quase oytro tanto de mulheres e alguns centos de guerrilheiros que, esparvoados e rdicais se julgam dignos do apode de mártires e que estarão já nos jardins das delícias de Alá em grandes harebs cgeio de virgens à sua disposição. Nem se lembraram os assassinos que deixam neste mundo de sujas lágrimas mulheres, filhos, pais parentee amigos que provavelmente não se sentem especialmente fadados para o mesmo martírio.
Neste conflito ninguém sai inocente (excepto as crianças, claro) . Melhor ainda: emerge do horror qual salvador do mundo e candidato ao Nobl da paz um ignorante presidente americano ue até vê finalmente o HAMAs (nas vascas da agonia) aceitar a sua proposta mesmo se, para salvar a honra perdida do convento, queira ainda negociar alguns detalhes.
É bom que as pessoas se preparem para ver surdir das ruinas da faixa de Gaza a eventul “riviera” sonhada por TRump, por alguns potentados árabes e por Netaniu – às tantas aoinda pensará dividir um duvidoso nobel da paz com Trump...
