estes dias que passam 1018
“Adesso ch’é finita la vendemmia”...
mcr, 6-10-25
Aproveito o título de uma bel´ssima canção de Ana Identici, uma cantora italiana alguns anos mais nova do que eu, que abandonou uma carreira de enorme sucesso comercial para levar a cabo uma obra musical “impegnata” e menos, muto menos, financeiramente lucrativa. Ser “revolucionário, ou mesmo claramente reformista, pesa no orçamento pessoal e familiar.
Como também não era radical, ana Identici ficou prisioneira de um certo limbo artístico de alta qualidade mas suspeito aos olhos e ouvidos de uns e de outros.
Vem isto a propósito da aventura da flotilha e dos alegados súbitos heróis que nela participaram.
Longe de mim questionar as boas intenções da grande maioria, a convicção honesta de que aquela missão era fundamental e a ilusória ideia de que uma meia centena a nvegar pelo “mar cor de vinho” modificaria a política europeia.
Nem sequer questiono a eventual ideia de que estavam a arriscar as suas vidas ou pelo menos a sua liberdade. Claro que qualquer pessoasensata percebe que Israel trataria do caso com pimças. Queira-se ou não, Trump está longe, muda de de opinião mais depressado que de gravata enquanto a Europa tem sido um amparo quase absoluto desde o futeboç à eurovisão, passando pelas trocas comerciais. Tudo tendo como pano de fundo o remorso gigantesco dos pogroms, das perseguições, dos ghettos, para não falar do Holocausto.
Por outro lado foi a Europa, ou melhor dizendo, a Grã Bretanha, o çlocal de nascimento de pátria nacional judaica. A Declaação Balfour, símbolo poderoso do imperialismo britânico oferecia generosamente um nationl homeland aos judeus perseguidos. Claro que, dscuidav o facto de a Palestina estar habitada por árabes muçulmanos desde háséculos..Por outro lado, a Grã Bretanha desconhecia ou fingia igborar que os sefarades wravam tranquilamente instalaosem todo o Magrebe, na Turquia e ninguém, nesses territórios os hostilizava como ocorria na Europa. A declaraçãoo Balfour foi destinada a um Rotschild, banqueiro e rico, “asquenaze” ou seja a um judeu europeu, que pouco tinha a ver com os seus irmãos de crença sefarades.
Todavia entre o momento em que a Palestina foi oferecida de bandeja e nosso século ocorreu a maior tragédia que atingiu os judeus, ertivessem ou mão integrados, fizessem ou não parte das elites europeias.
É verdade que os campos de extermínio nazis e a pressurosa ajuda que muita gente deu aos nazis, não limitou as vítimas à comunidade judaica. Os ciganos foram igualmente perseguidos e liquidados nos mesmos campos, bem como cecentenas de milhares de outros cidadãos de todas as etnias. Para não ir mais longe os campos de concentraçãoo acolheram os mestiços alemães provenienre da Namíbia e do Tanganika podendo mesmo dize-se que não restou um sequer para contar a história. (eram cerca de 30.000 e tinham optado por air de África, para se instalar no Vaterland. Também foram assassinados muitos comunistas socialistas e simples dcidadãos n~ão nazis bem como toda uma série de outros perseguidos mormente homossexuais.
De todo o modo o número de judeus representa, pelo menos, oitenta por cento das vítimas e, sobretudo, reveou exactamente aquilo que sem dúvida alguma se pode chamar genocídio (paravra agora que salta da boca de muito ignorante para qualificar o que , para já, não passa de crimes contra a humanidade, monstruosos sem qualquer dúvida mas não preenchendo exactamente o conceito de genocídio. De resto o simples facto de se tratar de crimes contra a humanidade já dá direito a fortíssimas penas seja qual for a jurisdição a que se recorra).
Portanto, e para regressar ao tema principal, os participantes no processo flotilha tinham como certo (ou deveriam ter um par de garantias:
Nunca chegariam a Gaza
Nunca entregariam qualquer carga humanitária que transportassem
Seriam seguramente detidos posteriormente deportados.
É verdade que uma antiga ee anterior tentativa de flotilha terveum desfecho bem mais trágico, dz mortos se não erro, Todos turcos, aliás, povo que não tendo aos olhos de Israel a mesma infame conoyação desub-humanps que eles aplicam aos palestinos, também não lhes merece o cuidado que convém yrt com manifestantes europeus protegidos pela União Europeia e seus aliados.
Queira-se ou não, esta é (foi) uma realidade claríssima desde o momento da intercepçãoo da flotilha cuja tripulação, de resto, teve o cudado de não oferecer qualquer tipo de resistência.
Por outro lado, ao preferirem a deportaçãoo imediata em vez de um moroso processo judicial, os membros da flotilha estavam perfeitamente conscientes de que as restrições à sua liberdade durariam um praxo muto curto. Aliás, Israel tinha exactamente esse propósito pois assim evitava maiores inconvenientes nas relações já tensas com a europa
É bm esclrecer que o objectivo de chamar a atenção para Gaza não tem qualquer razão de ser. Há dois anos que se assiste a uma guerra assim étrica, cruel, à morte pela televisãoo de civis, mulheres e rianças que parecem não ser de modo algum militantes ou apoiantes do HAMAS que mais não é do que uma quadrilha de radicais fanáticos que ainda não perceberam que a sua horrenda matança de civis israelitas traria exactamente as consequências que agora estõ à vista.
Na altura, escrevi aqui que o famoso princípio “olho por olho, dente por dente (Biblia, Exodo, 20, 24) se traduziria em olhos (muitos) por olho dentes (uma imensidãoo) por dente. Por isso, a acção homicida do HAMAS é puramente suicida e arrasta na coorte das vítimas o povo que esta organizaçãoo jurou defender.
Consta que foi Israel quem presidiu ao nascimento e formação do HAMAs para comodamente liuidar o Fatah. Provavelmente , o Estado hebraico não mediu claramente as consequências de criar um Frankenstein em Gaza mas não há duvida que os primeiros objectivos desta hipotética criação foram atingidos. O Fatah foi expulso e durante anos o HAMAS ia cometendo o número de atentados que permitiam a Israel punir com dureza a organizaçãoo e quebrar a resistência de quem viva na região ou na Cisjirdânia A cada golpe a resposta era cada vez mais violente e os colonatos abançavam nacisjirdÇÇania a galope. E as restrições aos árabes palestinos em Israel aumentavam (Não falo da população árve de Isral que, coitada, é desde sempre, uma população de segunda vagamente tolerada e amplamente vigiada Não passa de um álibi )
Portanto, parece natural que haja quem pense que a flotilha navegando no excato momento em que mais uma vez de punha a questão de conversações de cessar fogo, estava a mais na paisagem política do Médio Oriente, da América trumpista, dos países árabes e muçul,amos vagamente empenhados no processo ou na Europa que, pela primeira vez, anunciava pela voza de Ursula Von der Leyen um par de acções contra Israel
Nada disto aconteceu por acaso.
Segundo as autoridades israelitas e a imprensa desse país que, apesar de tudo, é razoavelmente livre e crítica, a flotilha não transportava a tal carga humanitária de que se falava. Não tenho meios para avaliar da á verdade verdade ou da falsidade da constatação mas espero, apesar de tudo, que aafirmaçãodo Estado de Israel não corresponda à realidade pois isso seria trágico e estúpido.
Tambem corre pelas televisões que alguma ou algumas organizações patrocinantes da flotilha teriam ligações ao HAMAs ou a amigos do HAMAS Conviria saber se isso é verdadeiro ou apenas mais uma das fake news que desde há muito envolvem este conflito.
Uma terceira acusaçãoo aos flotilhistas é a que assevera que alguns ou muitos deles nunca se pronunciaram sobre as acções do HAMAS Por isso teriasido dada a orientaçãoo de atirar para o mar todos os telefones e computadores que seguiam a bordo. Devo dizer que, mesmo esta notícia, ainda não desmentida , carece de mais e melhor prova. Em todo o caso, não se percebe porque é que as pessoas todas teráo resolvido privar-se desses instrumentos. E tenho a firme convicçãoo que muitos dos expedicionários não teriam quaisquer ligações ao terrorismo. Todavia, na cesta das maças, basta que uma esteja podre para que as restantes rapidamente se deteriorem-
Um antigo líder do BE veio qualificar a senrora Mortágua com o epieto de valentia sem par. A referida senhora, mais lúcida que o idoso cavalheiro, já disse, e muito bem, que não é nhebuma heroína.
Insisto na ideia de qye a sua participação pr muito justa e corajosa foi um erro político dada a actual situação eleitoral. Porém, nçao sendo militante, apoiante ou simpatizante do BE não me vou preocipar com o que fazem ou nãofazem os seus responsáveis e recordo que, par o BE esta campanha é praticamente irrelevante quanto a objectivos a atingir. Coligue-se o BE ou não com outras forças, o resultado nunca será desmesurado para a o fortalecimento da Esquerda ou sequer de algum bloco que exclua a criatura Ventura.
Hoje, no meu jornal, havia dois ou três textos que afirmavam que o comentariado estava dividido entre os que odeiam Israel e os que odeiam a Palestina. E entre os democratas radicais ou não e os conservadores sempre maus como é hábito. Lamento ter de afirmar que tenho sobre a postura de Israel uma opinião que vem do final dos anos sessenta e que é cada vez mais crítica. E que também desde essa época abomino o terrorismo seja qual for a sua geografia e os seu princípios e métodos. Nesse capítulo sempre fui absolutamente intransigente trate-se do Bader-Meihof, do Zengakuren, das diferentes Brigadas vermelhas ou revolucionárias italianas,, da Eta e seus aliados e concorrentes hispânicos ou das misráveis e caricaturais organizações que floresceram entre nós depois do 25de Abril e que sem política, sem ideias, sem vergonha deixaram um rasto de mortes estúpidas de gente inocente e nem sequer houve uma clara punição dos seus principais responsáveis. Moreram todos ou quase todos na cama sem que alguém lhes pedisse contas.
Há, dia-se, um ditado judeu que afirma que quem salva um homem salva o mubdo. Acrescento quem mata um homem quer matar o mundo. E quem pinta o mundo só de preto e branco, odeia o mundo, a vida , a liberdade, a diversidade e a democracia. Ponto, parágrafo.
PQP!, como dizíamos em Caxias...
