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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

estes dias que passam 1019

d'oliveira, 13.10.25

Wohun gehen wir?

Immer nach House.

mcr, 12-10-25

 

As leitoras e os leitores perdoarão a alemmoque tutula o folhetim.

Em boa verdade para alguma coisa me havia de servir dois cursos no Gethe Institut mesmo se eu desconfie que aprendi mais sobre o mundo do que sobrealíngua de Hoethe, autor da frase que, de resto, e traduzida à letra diz tão somente: Para onde vamos nós? Smpre para casa.

Mesmo tendo tido um trisavô alemão, a verdade é que me não vem daí o pouco que ainda sei de alemão. Tudo começou quando, já casado, e já formado, fui com a minha primeira mulher para Berlin. Ela, alunoa de Germânicas ia melhorar o seu alemão. Eu aproveitava para finalmente tirar o pouco teutónico liceal e poder (era a minha secreta esperança...) ler Rilke no original- Convnhamos que para tanto não chegou o “Grundstuffe 1”  que fiz mas devo dizer que à vinda já conseguia manter ima conversa simples e ler a jornalada popular da época .

Por outro lao, dei de caras com o socialismo real  da RDA e como com qualquer pessoa normal e civilizada fiquei  vacinado. Atravessar o Checkpoint Charlie era mais do que penoso. Entrava-se num território guardado pel Volspolizei, com muro ameaçador e a revista que nos faziam era por vezes completamente absurda. Tive sempre a ideia que nos olhavam como invasores marcianos que só queriam a destruiçãoo de algo que, mesmo naquela época era mais grotesco, mais violento, mais grosseiro e mais tristonho do que Portugl no final dos anos quatenta ) á estávamos, é bom dizê-lo, em 1970...

Bem sei que nós vínhamos de Brlin Ocifental, uma montra no dixer da malta mais esquerdista e que abundava do lado de cá. Mas o Berlin do outro lado pretendia igualmente ser uma montra e aí é que se via quão baldado era o esforço. As pessoas olhavam para nós como gente que se passeia em prisão aberta e olha para turistas que vem ver como é viver entre paredes fechadas, vigiadas.

Se alguma coisa me surpreendeu em 1989, a quando da estrondosa queda do muro, do  governo e do regime, foi apenas o tempo que demorou. Claro que Berlin assistira ao 17 de Junh, uma revolta operária´ iniciada por trabalhadores da construção civil. Form necessários os tanues soviéticos para vencer a rebelião que de um di para o outro se propagou a tida a RDA. 60 mortos nas ruas, 30 fuzilamentos posteriores, dez a quinze mil prisões e longas penas a centenas de pessoas. 

Depois, as fugas em massa e o muro fizeram o resto, uma caricatura de Estado e de cidade, uma polícia política com 100.000 quadros e uma vigilância acrescida sobre os cidadãos e ovo da serpente que começou a ser  preparado. A AFD nasceu, cresceu e fortsleceu-se justamente nos territórios que alegadamente forsm comunistas durante mais de 40 anos.

De todo o modo, não era de Berlin que queria falar mas de algo também trágico mas recente. 

Desde ontem que centenas, provavelmente milhares de pessoas rumam a Gaza, terra onde viviam- Sabem que nada, ou muito pouco, resta das casas mas ei-las que se arrastam em filas impressionantes entre ruinas para a grande ruina onde viviam. Em boa verdade, regressam a casa, se é que que se pode chamar casa ao que resta entre escombros.

E daí todo o sentido `à frase de Goethe. Mesmo  que já não haja casa, teto, água, luz, mantimentos mas para onde é que hão de ir?

É possível que uma nova História começe agora mas tenho por certo que o crime de destruiçãoo absoluta que sofreu a cidade e o resto do território demorará muito a ser esquecido. Se Trum e, os dirigentes israelitas pensam que algo foi resolvido então são bem menos inteligentes do que se supõem. Sessenta ou setenta mil  mortos mão é um genocídio pese as afirmações da  rapaziada ignorante e radical . É tão só um crime contra a humanidade que se fosse julgado mandaria uns largos centos de políticos israelitas para a cadeia e por muito tempo . E só por que já n\ao hápena de morte.. O problema, como de costume, depois de enterrar os mortos, é  como cuidar fosvivos. Quantos anos serão necessários para construir alojamentos para mais de dois milhões de pessoas? Quem pagará? Como sobeviverão durante o inverno próximo, e os outros que se seguirão, estas vítimas de uma fatal dupla de criminosos, istaelitas e militantes do HAMAs e outros grupos semelhantes?

Amanhã, se tudo correr bem, serão libertados os vinte sobreviventes israelitas, entregues os corpos doe que entretanto morreram, enquanto do outro lado regressarão a casa 250 condenados à prisão perpétua e mil e quinhentos prisioneiros detidos e sem culpa formada. 

Depois, ver-se-á o resto que, não sendo tudo, é quase tudo. E se Gaza, parece, por enquanto, livre da radiosa riviera sonhada por alguns, ainda ha´uma Cisjordânia  onde uma guerra suja e lenta se mantém há anos. Quem deterá os colonos que se instalaram em busca de “espaço vital”, palavra sinistra de ressonâncias históricas infames que um Israel desmemoriado parece ter esquecido. 

Fiquemo-nos pelo Eclesisstes

 

há um tempo certo para cada propósito

debaixo do céu:  tempo de curar,

...................

8tempo de amar e tempo de odiar,

tempo de lutar e tempo de viver em paz.

.............................

tempo de derrubar e tempo de construir,

 

enfim: alemoando como no início

so  soll es sein, so wird es sein

 (Wolf Bierman)

isto é: assim seja, assim será

 

(ao terminar com uma citaçãoo de Wolf Biermann, relembro que mesmo um poeta que escolheu a RDA para viver, não conseguiu continuar la . Nem lá o queriam, claro. Finalmente, em 1976 foi forçado a exilar-se ).