estes dias que passam 316
It's a mad, mad, mad world
Um grupo de criaturas exaltadas, mormente feministas & associados, entendeu convencer o Ministério da Educação Nacional de França a lançar um programa “igualdade de género” nas escolas primárias e pré-primárias. A coisa, mesmo se descrita a traço grosso (mas não falso), tinha entre outras objectivos ensinar meninas a brincar com objectos ditos masculinos enquanto os rapazinhos aprendiam a sempre útil arte do tricot ou do crochet, não sei exactamente qual.
Como se vê um combate oportuno dados os problemas menores que afectam a França desde a desindustrialização até à baixa de produtividade ou o deficit crescente.
Ontem, mesmo, numa breve reportagem no noticiário, lá se via um miúdo a tentar laboriosamente fazer um crochet qualquer.
A Direita francesa que está, pelos vistos, em fase de enchimento e se aproveita do desastre Hollande para mexer os seus piões (e bispos, cavalos, torres e rainhas...) lançou uma jornada “tirar as crianças das escolas” porque as criaturinhas corriam o risco de “serem ensinadas a masturbar-se” (sic) e outras balivérnias do mesmo género. Tudo isto via internet com forte mobilização de meios, pondo crianças e famílias em polvorosa.
Eis os resultados dos chamados “jusqu’auboutistes” da igualdade de género. Atiram uns foguetes para o ar, não cuidam de ver onde caem as canas e depois, claro, a Direita mais reaccionária que agora anda unha com carne com os seus amigos espanhóis anti-abortistas (e, diz-se, com apoios do “tea party” americano que terá desembolsado largos milhões para os europeus), contra-ataca com grosseria, violência e, pelos vistos, muito maior eficácia. Por um lado as ilusões vagamente socialistas esfumam-se graças aos desastrados líderes das esquerdas que entram na batalha em ordem dispersa e não resolvem nenhum dos problemas do cidadão comum, por outro a Direita não se coíbe de mobilizar a sua tropa de choque mais ignorante e aleivosa para varrer de cena as politicas possíveis e reformistas.
Nem me atrevo a puxar para cá estas discussões. Em matéria de estupidez a(s) nossa(s) Esquerda(s) não precisa(m) de explicações. Sabem perfeitamente caminhar como lemmings para o precipício que a(s) espera.
As “europeias” dirão qual o resultado desta vesga percepção da realidade. A quatro meses de distância, temo desde já o pior.
A ver vamos.
* o título é roubado a um filme excelente. E como diz alguém à comédia segue-se a tragédia.
A bon entendeur......