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Incursões

Instância de Retemperação.

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Estes dias que passam 328

d'oliveira, 24.11.14

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Como abutres

Ouvir as televisões, publicas ou privadas, generalistas ou meramente noticiosas, começa aa ser algo de nauseabundo.

Esta gentuça , incapaz de fazer uma televisão sequer medíocre rebola, revolve-se, espoja-se, na repetição ad nauseam, das mesmas gastas notícias, vai á procura de carniça já podre, de um osso esburgado, como se fossem carronhas esfaimadas.

Oitenta a noventa por cento do que até á data saiu dos noticiários, pela boca ignorante de pivots e repórteres é de uma pobreza confrangedora, de uma ignorância impudente, de uma estupidez crassa.

Ouvir, ver, estes programas famintos de novidade, num palavreado oco, envergonha qualquer tele-espectador mesmo que, como eu, nunca tenha apreciado o principal acusado, bem pelo contrario (andam por este blog umas largas de dezenas de textos onde isso é mais que manifesto).

Portugal, nós todos, saímos deste espectáculo obsceno diminuídos e envergonhados. E não adianta dizer que esta fúria uterina jornalística é igual noutras geografias.

Desde que comecei este texto tenho sido obrigado pela CG a escutar os dislates e o bla-blá da TVI 24. Apenas me admiro com a capacidade dos jornalistas em gastarem palavras sem conseguirem acrescentar nada. Agora o 2inteligente” jornalista pergunta se o facto de ser a primeira vez que se detém um ex-primeiro ministro constitui um “precedente jurídico” Precedente de quê, pergunto, para quê, acrescento. E o ilustre entrevistado em vez de lhe sublinhar a burrice vai~lhe dando corda... Isto de se apanhar na televisão vai alimentar-lhe o ego por semanas, O jornalista, ainda mais inteligente pergunta se não há uma obrigação jurídica em prestar informações à matilha que ulula fora do Tribunal. Que informações quereria a criatura se se está em plena fase de interrogatório? Uma criatura do sexo feminino entra agora a matar. Que o senhor Coelho que andou ainda há dias na praça pública por via de uns miseráveis ganhos anda por aí insidiosamente a usar um discurso dúbio que diz e desdiz a sua neutralidade perante Sócrates. Ou seja, a comentadora que lamente a mistura da esfera jurídica com a política acaba ela mesma a torná-la mais explícita.

O especialista que vai sendo ouvido bem que tenta limitar com alguma precisão as erráticas perguntas do jornalista. Todavia, as perguntas sucessivas fazem pensar que esta prudente aproximação ao caso em apreço não é exactamente o que o entrevistador pretende. E volta a espicaçar a comentadora que, essa, não tem papas na língua nem sequer ao prudencial bom senso que convinha agora demonstrar.

Leitoras e leitores a caça ao homem está lançada. Em nome da necessidade de informar, do sacrossanto direito de informar. Preparem-se para viver dentro de uma fossa nos próximos tempos.

Eles andam por aí.