estes dias que passam 604
Três comentários cuidadosamente transcritos para que não se julgue que o bloger se furta ao diálogo ou esconde opiniões divergentes
E duas breves notas sobre as criaturas que aqui foram comentadas.
Eu não estou só mas antes demasiadamente acompanhado no que diz respeito ao que disse a srª Ministra e que, pelos vistos, por muita gente foi entendido. Não me louvo na opinião do Bastonário, do Sindicato sequer do Se. Presidente da República. Por mero acaso, ainda ontem o ex-“governo sombra” (SIC, pela meia noite) dedicou ao tema alguns minutos bem mais duros do que a minha prosa. Os jornais já desmontaram com clareza as declarações da referida senhora pelo que não vale apena chover em chão molhado mesmo se com lágrimas...
Finalmente nunca pretendi que a Ministra fosse estúpida, que não é, longe disso, mas apenas imoderada n comunicação E súbita e imoderadamente ideóloga!
E já que alguém acha que é a ela que eu (e o leitor..) devemos a vida devo dizer que a devo a muito mais e mais próxima gente, nacional e estrangeira. Àos da primeira linha, se bem que nunca cai no hospital nem fui contaminado, às recomendações da OMS mesmo se tardias, a uma vaga cultura histórica do que foram outras e piores epidemias Os cuidados de que me rodeei, mesmo sem ser exagerados, foram os suficientes tanto mais que só usei a máscara quando finalmente ela apareceu nas farmácias (e lembro que se chegou a dizer que a dita era desnecessária ou que induzia a um excesso de confiança – e isso veio do MS!- ); aliás não fiz mais do que a enorme maioria dos portugueses: protegi-me, confinei-me até poder ser vacinado. Aliás, cheguei mesmo a fazer uma muito generosa doação monetária para um hospital de campanha que praticamente foi desnecessário. E não me arrependi desse gasto razoavelmente exorbitante para o comum das minhas despesas. Ninguém me deve nada e eu, garanto-o. Não devo nada a ninguém Ministra incluída. De resto, que diabo!, que se espera de um ministro seja ele qual for, senão que faça o que tem de fazer. E bem, já agora.
Arrumo de vez o tema Marta Temido e não voltarei a ele para alimentar uma discussão que vai muito para lá da actuação concreta e tenta entrar noutros campos, mormente ideológicos.
Sobre Caxias e as minhas estadias nessa estância, mais outras noutros locais e sempre graças à PIDE, devo dizer que fiz o que achei altura, e acho ainda hoje, devia fazer. Não quero medalhas nem especial reconhecimento público mas também não me esqueço que à boleia do “anti-fascismo” muita e muita gentinha se passou de um lado para o outro e blasona de resistências que ninguém viu (e nem preciso de dar exemplos pois, volta e meia aparecem criaturas que, mesmo estando possivelmente no jardim escola já eram combatentes pela liberdade... E isto sem falar de muitos políticos subitamente reconvertidos em democratas depois de carreiras bem sucedidas no Estado Novo. Ou de outros que, nem sim nem não, fazem do antigo e contumaz silêncio uma espécie de prova de oposição No final dos anos 70 e logo a seguir ao 25 de Abril, muitos militares, muitos intelectuais e outra gente descobriram uma “estrada de Damasco”, aliás uma venida por onde desataram a marchar iluminados pela Luz e devorados pela ambição de se tornarem em apóstolos da Verdade subitamente revelada para melhor combaterem os infiéis onde antes se movimentavam muito à vontade.
Todavia, de duas coisas me gabo: nunca , direta ou indirecta, dei o nome de alguém e nunca pretendi opor ao regime do Estado novo outro que também não tivesse em grande consideração os Direitos Humanos, todos os Direitos Humanos e políticos, incluindo o multipartidarismo, a liberdade de opinião e crítica e o repúdio por qualquer espécie de policia política ou ideológica. Sempre entendi a Liberdade como um valor supremo e a Democracia tal qual a conhecemos como o menos imperfeito meio de vivermos a primeira. Da URSS à África do Sul, da Coreia do Norte ao Chile sempre julguei infames e intoleráveis os regimes que mantiveram milhões de pessoas em cativeiro por professarem ideologias diferentes ou, às vezes , nem isso: bastava não seguir à risca o que o partido único, ou a pretender-se, como tal entendia. E posso garantir, por experiência própria, que isto não era pera doce. R nunca aceitei que a luta pela Liberdade e pela Democracia utilizasse métodos terroristas fosse em Espanha, na Itália, em França ou na Alemanha para só citar países onde uma deriva trágica do Maio de 68 levou ao que se sabe (ou ao que devia saber-se mas que agora pudicamente se finge esquecer)
- Caro Doc , na sua infinita generosidade utiliza termos como "governo" , membros do dito , criaturas que fazem de "ministro/a" ...quando todos sabemos que se trata de uma quadrilha ou, numa forma benigna, da famosa e sempiterna "choldra" queirosiana...Os habituais cpmts.JSP
Desconhecido a 26 de Novembro 2021, 18:
Comentário no post estes dias que passam 603
Eu que sou o " leitor sensato e generoso " que , por ignorância informática , não consegue identificar-se nominalmente , hoje decidiu escrever algumas coisa : uma é a de que tenho um profundo respeito por quem esteve em Caxias pois a esses homens devo uma boa parte da liberdade que , neste momento , disfruto , sem recear que essa " prestimosa " instituição que foi a PIDE me venha incomodar ; conheci , e tive a estima de alguns que já tem referido , a maioria dos quais já partiu ; por essa , e outras razões seria incapaz de pensar que tem algum ódio a quem quer que seja . A minha expressão foi apenas de índole mais , ou menos retórica ; mas tudo que antecede não me impede - pelo contrario exige - que discorde de si e das sua posiçõchadocadoes , sendo porventura a que mais me motiva um certo desprezo que flui dos textos sobre os " Gerais , e por aquilo que , apesar da época , nele se aprendia ; outro , na mesma linha , ressalta das suas opiniões sobre quem, passou a vida nos Tribunais , de toga , tentando que , pelo menos , alguma Justiça fosse feita ; algumas das pessoas a que me me referi foram gente como Sá Carneiro Figueiredo, Mário Brochado Coelho , ou aquele gigante - falecido há poucos anos e cujo nome teimosamente me escapa neste instante - exemplos de dignidade e probidade . Agora o caso da Ministra da Saúde parra lhe dizer , desde já , que se a senhora fosse tão incompetente como a qualifica , provavelmente , já não estaríamos s dois vivos ; e certamente a senhora não é burra ao ponto de ter afirmado algo que o inefável , e omnipresente Bastonário dos Médicos , classificou como uma tentativa de " escravatura dos médicos" ; todos os mais atentos sabem do " grande amor " que ele tem ao SNS e do grau de acerto das suas profecias ; não raras vezes o dito foi mesmo um tanto mal educado em relação a Ministra ; e também sabemos de quão é defensor do SNS o presidente dessa curioso Sindicato Independente dos Médicos , designação que só por ironia podemos aceitar; para finalzar quero dizer-lhe que a minha experiencia com a vacinação, seja da gripe , seja do Covid é diametralmente oposta a sua . Por hoje e por aqui me fico , esperando que não perca este comentário , e porventura possamos continuar este " combate "
Desconhecido a 27 de Novembro 2021, 00:30Ler Aprovar Apagar
Comentário no post estes dias que passam 603
Caro senhor mcr, lido e relido o seu escrito, atenho-me à seguinte passagem do mesmo, para não sobrecarregar o comentário: "...Esse leitor citava sobretudo a srª Ministra da Saúde que já aqui foi referida um par de vezes. Ele a achar que eu era injusto e a criatura a fazer uma discursata onde punha os médicos do SNS em causa. Por falta de resiliência, palavrão recente que encobre tudo e um par de botas. Hoje o jornal relata umas desculpas esfarrapadas onde a referida senhora jura que não disse o que disse. Que ela aré estima muito a classe médica, que sempre a amou devotadamente, que isto e que aquilo. Até o sr Presidente da República reparou na coisa e criticou brandamente a responsável ministerial.Ora, segundo li no JN, a senhora ministra disse isto na comissão de saúde: "Estes profissionais são, de facto, chamados a profissões extraordinariamente exigentes. E também é bom que todos nós, como sociedade e isto envolve várias áreas, pensemos nas expectativas e na seleção destes profissionais. Porque, porventura, outros aspetos como a resiliência são tão importantes como as suas competências técnicas. Estas são, de facto, profissões que exigem uma grande capacidade de resistência, de enfrentar a pressão e o desgaste e temos de investir nisso". Se assim foi, explique lá, preto no branco, qual é a parte da conversa da ministra que o leva a concluir que a dita senhora pôs em causa os médicos do SNS.É que, honestamente, não vejo como possa extrair-se tal conclusão das ditas palavras.Provavelmente, o alarido à volta do discurso da ministra é do domínio das "perceções" ( palavra irritante e igualmente em voga no âmbito desta comunicação social cada vez mais analfabeta e nada desinteressada) sugeridas para levar a água a algum moinho.De facto, ainda segundo o JN, são dos dirigentes do SIM e do bastonário dos médicos as declarações que haveriam de criar todo este alarido e a dita "perceção", como convinha.Que admiração!!! Luta política pura e às claras, em período eleitoral. No caso, o único erro (político) da ministra foi ter-se sujeitado a um pedido de desculpas descabido.Finalmente, quando trás o senhor Presidente da República à liça, talvez conviesse ter em conta o que escreveu em recentíssimo texto, pois a ajuizar pelas considerações aí vertidas, e bem, não garantirá a justeza da opinião que agora expende.Saudações democráticas .JAPS.
concordo consigo que é sobre os Poderes clássicos que deve ser exercida o essencial da nossa vigilância, mas hoje há outros "poderes" que não devemos menosprezar. . A declaração suscitou uma reação imediata do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que interpretou das palavras da ministra a necessidade de contratar médicos mais resilientes. "Afirmar que têm de ser contratados médicos mais resilientes é uma imperdoável ofensa que os médicos portugueses, exaustos por centenas de horas extraordinárias (já agora, sendo obrigatórias... em exemplo não reproduzível em toda a administração pública) não mais perdoarão e esquecerão", afirmou o SIM em comunicado. Também a Ordem dos Médicos considerou "inqualificáveis" as declarações da ministra da Saúde, afirmando que "perdeu toda a credibilidade" e que os clínicos saberão dar resposta à "atitude totalmente inaceitável". Convenhamos que, num momento em que os alarmes começam a tocar desenfreadamente por cá, a tolice ministerial passou de singular a dupla, quanto mais não seja pela falta de oportunidade.
Na gravura: Caxias , melhor dizendo o portão que, pelo menos uma vez, foi arrombado por um carro bde luxo blindado que serviu de veículo de fuga fde um grupo de presos comunistas. Na altura a "malta" toda riu-se a bandeiras despregadas.