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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

estes dias que passam 732

d'oliveira, 30.08.22

Bon debarras! 

mcr, 30-8-22

 

 

A idiomática franciú que dá título ao folhetim significa em tradução libérrima mas fiel, quando même, “até que enfim! “

Até que enfim, a dr.ª Temido entendeu que su presença no Ministério da Saúde não só era desnecessária mas se tornara, e desde há muto, uma inconveniência. 

Estasenhora representa, no pobre panorama sanitário do páis, uma perfeita ilustração, do famoso “princípio de Peter”, ou seja na sua  caminhada para cima ultrapassara o degrau (os degraus, no caso vertente) da competência e entrara noutros mais difíceis da incompetência. 

Isso, esta patética convicção de que se é salvador(a) do rincão pátrio sucede a muitos, acomete, sobretudo os mais arrogantes, os mais pretensiosos e os mais mimados.

Ocorre mais nos boys & girls das jotas ou no compagnon de route que mercê de um par de conhecimentos úteis gravitam como traças à volta da luz do poder. 

Ninguém é obrigado a seguir as regras da prudente humildade que, também como o sal,  devem ser seguidas com peso e medida. 

Todavia, no “torrãozinho de açúcar” (ai Eça que falta fazes!) o que noutros países passa por uma anoalia, é um princípio de carreira. 

Escolhem-se os fieis, munidos ou não dos indispensável cartãozinho partidário, ou das recomendações dos do costume e, pimba”!, aparece-nos um director geral, um secretário de Estado, um Ministro ou um presidente de um poderoso instituto  (a agora de uma alta autoridade, nicho apetecível apropriado a ex-ministros ou consortes).

É verdade que se inventou por í, para inglês ver, uma comissão que escrutina os candidatos a altos cargos. Segundo o seu director ou presidente, tanto faz, o(s) Governo(s) acolhem ou não o parecer segundo as suas não escritas, e menos ainda confessadas, simpatias. No caso de Ministros e restantes governantes nem isso existe nem, aliás, poderia existir. E é assim que muitos preopinantes aparecem sentados à mesa do Conselho de Ministros sem que a opinião pública ou quaisquer cidadãos interessados na res publica percebam a razão.

No caso em análise, nunca ninguém encontrou razões factuais, científicas, profissionais ou de competência para ter saído o primeiro ministro da sau´de do Governo e Costa e ter sido substituído por uma senhora  que se celebrizou pela arrogância, pela pesporrência e pela cerrada oposição aos horrendos privados. Tudo em nome de um SNS a que nunca foram abonados os meios financeiros e, sobretudo, humanos, de que ,sobretudo agora, necessita desesperadamente. 

Pior: nunca percebeu que, sem prescindir da útil, necessária, profícua e forte presença do Estado (para isso pagamos impostos, e que impostos!) o problema da saúde em Portugal (ou em qualquer outro pís no mundo) passa por tentar estabelecer pontes justas e leais com os sectores social e privado que, no caso de várias PPP, mostrou não só ter assinalável êxito como resultou num excelente resultado financeiro para o Estado como foi atestado pelo Tribunal de Contas.

Ou seja, uma postura ideológica de recém convertida ao estatismo mais extremo muito próprio das duas principais pragas do século passado e que, estranhamente se perpetuaram por cá até hoje.

Dpois, e isso acaba por ser surpreendente admiravelmente surpreendente, eis que a senhora Temido viu a luz e se converteu ao socialismo ungida pelo senhor Primeiro Ministro que, num arrebatamento também ele difícil de explica, a converteu numa espécie de delfim juntamente com outras duas ministras e dois ministros. 

Convém perguntar depois do tropeço do aeroporto (segundo João Cravinho, uma absoluta “saloiice”, sobretudo por ser a sul do Tejo), da tentativa de promoção de um sr. Figueiredo a super-ministro (pelo menos do ponto de vista salarial...) como é que foi escolhida esta primeira lista oficiosa de Candidatos.

Algum(a) leitor/a) avançará o argumento de que a luta contra o covid foi vitoriosa. Foi-o, sem dúvida. É bom recordar que os trabalhadores da saúde, médicos, enfermeiros, pessoal sanitário, ou seja a linha da frente, devem receber um fortíssimo elogio de todos nós. Depois, a logística impecável traçada pelo vice-almirante Gouveia e Melo e pelo brioso grupo de militares que, com alto profissionalismo  e brio,o secundaram. 

E já agora, lemremos que Gouveia e Melo foi uma segunda escolha e só acedeu ao cargo depois do desastrado naufrágio de uma criatura de que já esqueci o nome e que provou absolutamente a verdade sobre os boys . Não prestava, não fez nada que se visse e as poucas decisões que terá tido eram desastradas ou apenas medíocres. Deve pairar noutro lugar para que não deve estar preparado mas isso é com quem o atura.

Temos pois, que a dr.ª Temido regressa a quartéis sem glória e no auge de uma crise sem precedentes nas estruturas hospitalares. Até a DGS (!!!) já saiu a terreio afirmando que bastas nuvens negras espreitam o futuro inverno e avisando que a falta de médicos vai ser ainda mais grave.

Não deia saudades mas apenas uma grande interrogação. Que é que deu  a Costa, quando há poucos meses, quando tudo já indicava a catástrofe,  para dar a entender que esta criatura poderia suceder-lhe?  

Responda quem souber.

 

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