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Incursões

Instância de Retemperação.

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Instância de Retemperação.

estes dias que passam 745

d'oliveira, 09.10.22

 

 

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Nenhuma ponte fica longe de mais

mcr, 9-10-22

 

o título inspira-se num filme dos finais de 70 que, por sua vez, recriava a história de uma operação idealizada por Montgomery, o vencedor de El Alamein, general dominado pela ambição que, neste caso (a operação Flower Market) deu fragorosamente com os burrinhos na água. Parece, mesmo que foi o maior desastre aliado no que toca a baixas, superando as decorrentes do dia D.

Como se sabe, depois da ilegal anexação da Crimeia, e temendo um regresso das forças ucranianas, os russos construíram uma ponte rodo-ferroviária entre a margem russa do mar de Azof e a península anexada.

Essa monumental obra garantiria (e garante) um fluxo continuo de transpor te de mercadorias de todos os géneros bem como de pessoas, incluindo tropas.

Na actualidade, dada possibilidade de progressão do exército ucraniano nas frentes dos sul o papel da ponte torna-se ainda mais vital dada a eventual pouca fiabilidade de enviar tropas, armas e combustível pelos acessos terrestres conquistados à Ucrânia.

Ora foi essa ponte majestosa que no sábado sofreu um atentado que redundou, na destruição de um comboio de combustível, na morte de três pessoas e na parcial destruição de algumas partes de ambos os troços que, entretanto, estarão a ser rapidamente reparado.

Os estragos, mesmo se importantes não são de molde a interromper por muito tempo o tráfego mas a humilhação é tremenda e faz os russos perceberem que nada está seguro para eles num país ocupado cuja resistência ultrapassou toda e qualquer previsão de agressores, de testemunhas ocidentais e, presumivelmente de agredidos.

Segundo notícias veiculadas pela CNN, apurou-se (?) que o camião bomba que explodiu pertenceria a um cidadão russo da cidade e Krasnodar. Se assim é, das duas uma: ou o camião foi armadilhado sem o proprietário saber, ou este teria plena consciência do que se passava. E nesse último caso, sabotagem, há ainda que averiguar se o indivíduo agora acusado é um opositor à guerra, um agente dos ucranianos ou até um ucraniano (como dezenas de milhares de outros) residente na Rússia.

De todo o modo, seja qual for a razão, a verdade é que a explosãoo se deu e, pelo que rapidamente se soube, dezenas de milhares de russos residentes ou turistas na Crimeia ficaram alarmados, esvaziaram os supermercados quando não tentaram sair depressa de uma cada vez mais possível zona de guerra.

Dê por onde der, para o Kremlin, isto é além de uma afronta  medonha, uma derrota tremenda, depois de um referendo fantoche e das sucessivas retiradas “estratégicas” que tem sido obrigados a fazer. E, até, depois da conferência pan-europeia que reuniu quarenta e quatro  países (isto é todos menos a Rússia e a Bielorrússia) europeus. Convenhamos que para festejar o aniversário de Putin, dificilmente se poderia ter arranjado melhor.  

 

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