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Incursões

Instância de Retemperação.

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Instância de Retemperação.

estes dias que passam 753

d'oliveira, 05.11.22

A novidade  de mais de setenta anos!

mcr, 5-11-22

 

Noticiaram as televisões e jornais de todo o mundo que as tropas russas dispõem de brigadas especais para caçar desertores. Em boa verdade não se disse qual o destino destes desgraçados apavorados pela guerra, pelo medo da morte e, sobretudo, absolutamente desmotivados no que diz respeito à libertação/massacre dos irmãos ucranianos.

Qualquer interessado nesta prática russa de disciplina militar e de motivação a toda a força poderá ler qualquer livro publicado em Portugal sobre o avanço das forças soviéticas na “frente oriental” durante a 2ª guerra mundial. Em tos os que conheço vem referida a mesma prática, dessa feita levada a cabo por unidades especiais da NKVD que se movimentavam na retaguarda dos exércitos que iam reconquistando terreno aos alemães e, depois, avançando em direcção ao Reich. Com uma eventual modificação: não faziam prisioneiro qualquer soldado longe da sua unidade, melhor dizendo na retaguarda dela.  

De facto os membros da famigerada NKVD abatiam quantos encontravam pois eram sempre suspeitos de deserção.

Os seus opositores nazis davam-se ao luxo de prender os seus desertores param depois de um julgamento sumário e de duvidosa legalidade os fuzilar ou enforcar. “Les beaux esprits se rencontraient...”

 

Há de resto histórias de repressão de desertores, insubordinados ou autores de crimes em todos os exércitos. Na 1ª guerra mundial foram fuzilados para exemplo numerosos recalcitrantes que se insurgiam contra o matadouro das trincheiras. 

Durante a invasão da Normandia o Exército americano enforcou algumas dezenas de soldados por crimes de violação de civis francesas e  prendeu muitos desertores que passaram longo tempo em prisões militares (pelo menos até ao fim das hostilidades)

Todavia nada que se comparasse com as práticas expeditivas dos soviéticos que, de resto, tinham multidões suficientes para substituir os que na prática duvidavam da grande guerra patriótica. Diferenças de estilo e de qualidade apesar de tudo. Não espanta ninguém que a antiga prática russa tenha sido retomada no todo ou em parte. Tropa que é enviada sem preparação para a frente de combate de uma “operação especial” que teoricamente não é guerra e, muito menos, exposta a uma ameaça à segurança tem diferentes reacções que ,aliás, se observam diariamente nas reportagens televisivas. Já se viram protestos de toda a espécie e há notícia de deserções e de rendições ao exército ucraniano.

Daí até às medidas mais fortes por parte das autoridades militares russa vai um passo que parece já ter sido dado.

Também é verdade que nada já nos pode espantar da parte desse exército   “libertador”...