estes dias que passam 770
O Governo engorda, os cidadãos emagrecem
mcr, 13-1-23
ainda não tinha secado a metafórica tinta do meu folhetim de ontem (onde se louvava a iniciativa espanhola de taxar a 0% o IVA do cabaz elementar e alimentar e eis que o PS vem recusar a ideia (vinda, como se sabe, do PSOE ou seja de um partido “irmão”) reafirmando que p ideal é o “poio directo às famílias”. No mesmo diapasão, alguém do PSD apelida a iniciativa espanhola de medida rebuçado.
Eu confesso que do PSD já não espero nada que seja minimamente inteligente (e como eu deve haver uma multidão que o deixa sossegadinho a ruminar numa vaga e infrutuosa (e merecidíssima) oposição.
Quanto ao PS, destino de muitos anos do meu voto mesmo quando concordava com O’Neil (ele não merece mas voto PS) já desisti de o achar capaz de salvar o país, sequer de o governar e, pelo andar da carruagem, aquilo lá vai navegando sem leme e sem bússola, atascado num mar de pequenos e grandes escândalos, de fartar vilanagem, de boys & girls a passear-se pelas avenidas do poder sem que pra isso tenham sequer prestado provas de que são capazes de distinguir o passeio da via pública. Refugiei-me numa resignada abstenção e calculo que por aí andarei mais uns tempos.
É óbvio, e eu assinalei-o que a medida de além fronteiras tem limites e merece um que outro reparo. Só que “em tempo de guerra não se limpam armas” e a prova provada está no êxodo transfronteiriço de portugueses que lá vão encher o depósito do carro e a mal com produtos claramente mais em conta e, sobretudo, essenciais à pequena econmia doméstica.
As populações raianas de Caminha a Vila Real de Santo António mandam um unânime recado aos parolaços socialistas e “socal-democratas” (as aspas significam que esta gentinha medíocre e inculta nada tem a ver com a nobre Social Democracia de se hoje e de sempre): “vão dar uma volta ao bilhar grande!” (isto para não usar um português ais certeiro e mais vernáculo...) Os que vivem mais longe da fronteira invejam os que se podem deslocar sem grande fadiga e com minguado custo.
Claro que, como o título indicia, esta polítia de esmolinha às famílias tem uma razão evidente. Produtos inflacionados dão ivas igualmente inflacionados. Ou por outras palavras: o ganho do Estado, via imposto aumenta na exadta inversa proporção do empobrecimento de quem, como de costume, paga. E o IV, matreiro, toca a todos, ricos e pobres mas obviamente doi mais a quem menos tem. Daí a bravata de quando em quando uns míseros tostões para o povo sofredor. Se isso dá ou não votos, não sei. A mim bastam-me as reclamações que vou ouvindo sempre que vou ao súper (e cá por casa sou sempre eu a ir às compras, azar que herdei do meu pai que também, pelo menos a partir dos anos 60, era o encarregado de encher a dispensa.) .
Claro que sei que há uma dívida pública brutal para pagar mas também neste capítulo haveria muito a dizer sobre quem a provocou, alimentou e aumentou.
Que, agora, se recorra a “salazarices” de má memória para a diminuir ou atenuar (e as famosas cativações tem esse longínquo antepassado de Santa Comba Dão) não espanta quem tem memória longa. E eu, recordo-me bem dos anos 60, 70 e seguintes que bem me doeram na bolsa exígua da altura...
O argumento miserável e mentiroso de que foi o sr Passos Coelho o culpado de tudo já não serve e quem me lê desde esse tempo, aqui mesmo, sabe bem o que eu dizia da criatura que teve aliás de ir apanhar as canas do foguetório do governo ruinoso de Sócrates, outro que tal que perde todos os recursos mas ganhando tempo para escapar à mais que merecida prisão que o espera se a criatura ainda for viva quando finalmente houver julgamento... mas isso é outra história fétida que não vale a pena agora referir.
PS (eventualmente a despropósito) a senhor Rita Marques descobriu ontem que “não tinha condições” para aceitar a prebenda da Flatgate.
Quando digo descobriu, deveria porventura dizer que alguém lhe terá soprado à orelhinha que aquele era o melhor caminho para salvaguardar o futuro. Aliás, a empresa deve estar agora a tentar tomar as medidas adequadas para suster a eventual reavaliação do estatuto concedido e de que, segundo o “Público” se ignora a fundamentação jurídica. De todo o modo Costa e Marcelo já tinham avisado os comparsas que seria bom que tirassem o cavalinho da chuva...
Espera-se que este pequeno drama de faca e alguidar não morra aqui mas, neste tipo de situações, a esperança é para os ingénuos...