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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

estes dias que passam 781

d'oliveira, 28.02.23

A culpa vai morrer solteira

mcr, 28-2-33

 

 

Começa a fazer-se luz sobre a súbita pressa com o sr Pedro Nuno se demitiu. Mais sagaz ou mais bem assessorado que outros, terá percebido rapidamente o vespeiro em que a indemnização de 500.000 euros enterraria todos os que lidaram de perto, ou de longe, tinham responsabilidades políticas (e não só) no processo.

Consta, ou já é uma certeza, que tal soma nunca poderia ser abonada à sr.ª Alexandra Reis. E, sempre segundo as mesmas fontes, absolutamente próximas da Inspecção de Finanças, esta terá de devolver esse milagroso pecúlio que uma direcção executiva imprevidente lhe entregou.

É verdade que até este momento, apenas se conhecem três nomes com responsabilidade directa na matéria em causa e nenhum deles é o de PNS. 

Todavia, há ou havia, neste engreguilho uma coisa chamada responsabilidade política e aí entra por inteiro o ex ministro. 

Não vou pronunciar-me sobre o que este senhor sabia ou não mesmo se me custe engolir a tese de que o Secretário de Estado foi capaz de assumir sozinho um tal disparate. 

A verdade é que todo aquele bem recheado fait divers, se tornou num incontrolável escândalo e só isso seria já susceptível de arrasar as ambições nunca dissimuladas de PSN se chegar à frente na corrida à direcção do PS.

Num país pelintra onde a inveja campeia entregar uma  mão cheia de dinheiro numas circunstâncias tão duvidosas dá direito à indignação de alguns e à raiva de muitos.

Por outro lado, o facto de este Governo ter averbado contra todas as espectativas uma extraordinária e surpreendente maioria absoluta ainda mais exacerbou as críticas, as dúvidas, os protestos e a condenação.  

Neste momento o que se pergunta é como tudo isto irá acabar porque no “país de minha tia trémulo de bondade e aletria” nada é certo e seguro.

E, se formos recordar a aventura de um ex-primeiro ministro que anda há dez anos a escapulir-se à justiça, tendo já perdido duas dúzias de recursos (ou algo assim) e com isso a adiar continuamente a hora da verdade, há que suspeitar, mesmo neste caso (que face ao outro não passa de uma história de meros trocos) do fim do episódio. 

No meio disto tudo, e juntando a criatura Alexandra a mais três ou quatro casos de personagens menores chamados desrazoavelmente à vida política, temos que o discernimento político da direcção do PS e do Governo anda pelas ruas da amargura.

A prova disso é o facto de as últimas sondagens darem à Esquerda menos apoio do que à Direita e, pior ainda, colocarem PS e PSD empatados. 

Claro que isto não passa de sondagens (e em Portugal estas pesquizas de opinião não tem tido um percurso isento de crítica) mas onde há fumo costuma haver fogo, pelo menos um fogacho.

Valha a verdade que, neste mesmo período, aparece a notícia do regresso ao CDS de nada mais nada menos de 200 militantes do Chega e da Aliança. Não sou adivinho mas também não me parece improvável (e isso depende da qualidade e da influencia política destes “arrependidos”) que o desaparecido (da AR) partido centrista possa ressurgir das cinzas. Já se viram casos mais estranhos.

E, para terminar, uma outra nota: a sondagem a que se fez referência atira o partido putinista para uma cave esconsa.

Pelos vistos, mesmo os adeptos e simpatizantes não perdoam as cada vez mais indecentes posições políticas no que  toca aos mortos, aos feridos, pelo menos os civis (homens, mulheres e crianças), aos fugitivos da Ucrânia. 

Pelos vistos, toda essa gente é xenófoba, racista nazi, anti-russa, anti eslava e, claro anti comunista (repare-se que do outro lado da fronteira há o resto histriónico de um partido dito comunista que apoia sem vacilar, o autocrata de serviço. Esta gente gosta de tiranos e ainda não sepultou definitivamente o nunca assaz chorado camarada Stalin, o pai dos povos, aliás a sinistra criatura que ao outorgar o pacto Molotov-Ribentrop  permitiu à Alemanha ficar com as mãos livres e as costas seguras para atacar a França, Bélgica, Luxemburgo e Holanda. Com o aplauso e a traição de todos os partidos irmãos do Ocidente ...)