estes dias que passam 784
A história infindável!...
mcr, 16-3-23
No mês de Dezembro, a srª. engª Alexandra Reis enviou um mail ao sr ministro Pedro Nuno Santos confiando-lhe a sua vontade de sair da administração da TAP. Recado idêntico e por idêntica via foi enviado pela mesma senhora aos secretarios de Estado das infra-estruturas e das finanças que tinham competências para o mesmo efeito.
Até ao momento não se conhece a(s) resposta(s) das três criaturas !
Todavia, em Janeiro ou inícios de Fevereiro a mesma senhora Alexandra Reis era “convidada” a sair da mesma administração!
E com o “convite” era-lhe acenada a possibilidade de receber uma indemnização que acabou por se fixar em 500.000 euros depois da “despedida” ter pedido uma soma que seria três vezes superior!
Tudo nesta história cheira a esturro, a “requentado” (palavra muito em moda graças ao sr Presidente da República que desta elegante forma qualificou a actual maioria absoluta). Não será o filho primogénito de meu pai quem tente expiar diferentemente esta série de despedidas pelos vistos unilaterais. É evidente que poderia pensar que os cavalheiros que receberam a comunicação da vontade de sair da administradora porventura cansada, farta de uma administração requentada, entenderam que aquilo era uma mania passageira, um arrufo, um capricho...
Poderia mesmo pensar que alguém (quem? Os três destinatários do mail, um deles, dois? ) condoído com as dores da demissionária lhe poderá ter dito que não se despedisse, que (oh voluptuosa peoposta!) sempre poderia abichar qualquer coisinha...
“Mas Bruto é um homem muto honrado...” perdão os governantes em causa nunca pensariam numa coisa assim tão “a Lagarère” se é que posso invocar o sr Paul Féval, cuja obra encantou a minha infância e primeira juventude de tal modo que logo que me foi possível procurei e adquiri as aventuras em qu entra o temível espadachim Lgardère inventor de um bote fatal para quem com ele cruzasse ferro.
Portanto, e até prova em contrário, é de excluir que alguém tivesse proposto à meritória Alexandra um ruque tão corrente nos tempos que correm.
Porém, lembremo-nos da “fita do tempo” (coisa tardiapara Pedro Nuno) e vejamos . Alexandra recebe o cacau e emprega-se na NAV. Pelos vistos, ter-se-á esquecido de mencionar que acabara de receber uns euritos gordinhos que deveriam ser reduzidos por entrar ao serviço de outra empresa pública. Daí para um cargo de Secretária de Estado foi uma fervurinha. E sempre esquecida dos dinheirinhos recebidos depois de ue ter através dos seus advogados tentado panhar o triplo que finalmente lhe foi pago.
Também, esta história parece mesmo um romance “en feuilletons” (especialidade de Féval . E de dumas ou Ponson du Terrail...) ninguém se lembrou que para demitir um membro da administração da TAP era obrigatória uma Assembleia de accionistas...
Também nãose entende a razão de ir buscar uma sociedade de advogados externa quando a TAP terá umas dúzias de juristas... A menos que esses profissionais não saibam direito e estejam apenas lá para prestígio da empresa e enchimento das suas algibeiras...
Conviria ainda recordar que estrageira ou não a CEO agora empandeirada deveria saber que o direito português estatui que “a ignorância da lei não desculpa o infractor (Cod Civil, artº 6) norma aliás comum a todos os códigos civis. Portanto, na parte em que esta senhora se desculpa por estrangeira, nada feito!
O que me espanta, se é que alguma coisa ainda me surpreende neste jogo de bonecas russas, é que nem os distintos advogados que intervieram no processo de indemnização não preveniram sequer em aparte esta pequena regra sobre o despedimento sem justa causa (ou com ela, aliás).
A comissão da AR que trata de esmiuçar esta salgalhada vai ter ainda muito que penar. Resta perguntar quantas mais novidades nos desabarão em cima.
Pelo andar da carruagem... ( e mais não digo!)
A história infindável!...
mcr, 16-3-23