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Incursões

Instância de Retemperação.

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estes dias que passam 804

d'oliveira, 11.06.23

Os pontos nos iis

mcr 10/11-6-23

 

A semana que passou teve três momentos não sei se altos mas seguramente surpreendentes (ainda que haja muito boa gente que entenda o adjectivo “surpreendente” mal ajustado à realidade que se vive e ao Governo que sobrevive.

A primeira questão tem a ver com o caso dos certificados de aforro, um instrumento de poupança muito popular em Portugal e que, até prova em contrário, é  o  preferido dos pequenos e médios aforradores ou, por outras palavras da pequena classe média que ainda resiste à voragem.

De uma ó penada, o Governo (ou a Banca por interposto e solícito Governo) através de uma nova série  diminuiu a taxa de rendimento  de 3,5 para 2,5%; baixou o valor máximo a investir por pessoa de 250.000 para 50.000 euros e aumentou o prazo de vida do certificado de 10 para 15 anos. 

Coincidentemente (e as coincidências são sempre suspeitas) um dirigente da Banca tinha um par de dias antes, pedido ou exigido uma redução das taxas porque havia uma fuga de depósitos dos bancos para os certificados. Cumpre lembrar que tais depósitos andam em média por 1%.

De pouco vale afirmar que os 2,5 dos novos certificados ainda representam mais do dobro. 

É a pequena burguesia, o povo que paga impostos e que, sabe-se lá com que esforço, consegue aforrar quem sai prejudicado. Os ricos obviamente tem ao seu alcance outros, melhores, mais sofisticados meios de garantir remuneração condigna para os seus investimentos e/ou depósitos.

Por outras palavras, as juras de amor do Ps e deste (des)Governo pela sua normal base de apoio significa que outro poder mais alto impôs a sua vontade.

Curiosamente, até o PC e o BE que se afirmam como representantes dos pobrezinhos, dos trabalhadores e sei lá do que mais vieram acusar a manobra. O Centro Direita e a Direita chiaram porquanto presumem que esta medida ataca também os seu adeptos.

(quem estas linhas traça não tem, e lamenta, certificados de aforro dos antigos, dos bons porque investiu as suas poupanças noutros produtos eventualmente mais atractivos mas mais arriscados)

 

Nos territórios ucranianos ocupados pela Federação Russa e recentemente “elevados”  à categoria de repúblicas populares integradas na “mãe” Rússia, existia uma barragem. Por mero acaso histórico já nos temps do falecido e nunca assaz chorado Staline tinha sido rebentada para travar (s entre 120em sucesso) a ofensiva nazi. Terão morrido entre 120.000 e 180.000 cidadãos russos. Os alemães reconstruíram a barragem  que mais tarde também rebentaram para proteger a sua retirada . A brutalidade é idêntica com uma diferença: Stalin assassinava os seus, os alemães assassinavam inimigos ainda por cima “sub-humanos”.

Desta feita, três quartos da zona inundada situam-se em território ocupado pelo exército russo, afoga “cidadãos russos”, prejudica territórios ditos “russos” não falando no desastre ecológico que atinge proporções dantescas. E que vai durar anos, muitos anos.

Como se previa, os dirigentes russos juraram que o desastre se devia a bombardeamentos ucranianos.

Vejamos: uma das zonas onde se poderia esperar a contra-ofensiva ucraniana era justamente esta; todos os peritos militares juram que a explosão ocorreu de dentro para fora além do que nem umas largas dezenas de granadas de artilharia atingindo milagrosamente o mesmo local, conseguiriam o efeito pretendido. Um relatório norueguês acima de toda a suspeita e as fotografias de satélite abundam na mesma explicação. Finalmente o facto de a Ucrânia ter sido obrigada a mobilizar uma enorme quantidade de membro da Defesa Civil (e também muitos militares) para salvar os cidadãos do território libertado pode atrasar a referida e esperada contra-ofensiva. 

Claro que poderia dar-se o caso de uma audaciosa, eficaz equipa das “forças especiais “ ucranianas ter conseguido infiltrar-se numa zona ultra-defendida e próxima da central nuclear de Zaporijia. Convenhamos que a tese, aliás sedutora para os apoiantes mais radicais da Ucrânia, não parece ter pés para andar. No caso estaríamos perante uma formidável máquina de guerra que, com facilidade, se introduziria na Rússia para causar tremendos estragos...

 

A terceira nota que queria aqui deixar diz respeito, uma vez mais!, ao SNS. Desta vez não vou apontar nenhuma nova ocorrência mas apenas duos factos. Um concurso para médicos de família ficou deserto numa percentagem de 70%. Pelos vistos o sr ministro da Saúde achou maravilhoso que 30% dos vagas pudessem ser ocupadas proximamente. Quando ainda não se sabe.

Este sr ministro é uma singular personagem, Fala redondo, fala muito, tudo parece fluir natural e felizmente mas mais e perto as coisas estão na mesma como a lesma. 

Quem é do Porto conhece de ginjeira este loquaz cavalheiro que tem averbado sucessivas e cada vez mais penosas derrotas políticas nas eleições  tocais. Ha quem afirme que ele se prepara para nova tentativa de assalto ao Porto. Por mim aposto singelo contra dobrado que mais uma vez dará com os burrinhos na água. 

Ainda sobre o tema “saúde” li há dias que uma senhora directora geral de uma das empresas de hospitaisprivados ganha exactamente quatro vezes mais que o recém chegado Director Geral do SNS que por sua vez dirige uma equipa com três vezes mais profissionais!!!

Também se sabe que do SNS para o odioso sector privado há uma contínua corrente de pessoas fartas se serem mal pagos, de não terem meios adequados nem pessoal suficiente.

Estamos a assistir à criação de dois sistemas de saúde. Um para ricos, isto é para quem pode pagar, tem seguro ou ADSE, outro para o resto que recorre aos centros de saúde e aos hospitais públicoe e que bate recordes em esperas de consultas (pelos vistos das mais atrasadas são as de oftalmologia que andarão pelos três anos...pelo menos no habitual e sacrificado interior ).

Devo mais uma vez dizer que tenho a maior estima pelo SNS, que pago sem pestanejar os meus impostos  (e pago bastante, já agora) e que conheço ou conheci extraordinários exemplos de dedicação entre os médicos (e são, ou eram, muitos) com quem me dou. O SNS poderá, na teoria ser excelente mas para parafrasear um título já citado, “na prática a teoria é outra”!

E de pouco serve vir-se arguir que há países (muitos, uma multidão...) onde a saúde corre pior. Mas há também alguns onde corre melhor e é nesse patamar que gostaria que Portugal estivesse. E poderia estar assim houvsse um poder político capaz e exigente. Com o que por cá temos tido é duvidoso que se melhore. Esperemos mesmo que não piore  e que rapidamente apareçam as centenas ou milhares de médicos que faltam, os enfermeiros ou os restantes técnicos sanitários que fazem falta. 

 

Este texto está ser reescrito de memória pois ontem quando o ia publicar fiz algo que nem sequer sei explicar e a prosa desapareceu nas areias movediça da minha incapacidade informática.

Ainda bem pois agora vale a pena celebrar algo de absolutamente miraculoso. Quatro crianças entre os 13 e 1 ano de idade (um ano!!!) conseguiram sobreviver na temível selva amazónica durante 40 dias. Quarenta dias, eis uma conta de expressão bíblica!  O menino mais velho e provavelmente o seguinte na escala etária são mais do que heróis, fenómenos!

Também é de reconhecer e louvar a extraordinária teimosia (não há outra palavra) dos saldados e auxiliares indígenas que durante os mesmos quarenta dias não desistiram. E dos superiores que neles confiaram...