estes dias que passam 809
“Zangam-se as comadres...
mcr, 25-6-23
“...e aparecem as verdades”. O provérbio, Julgo. é português, mas pode ter curso legal na Rússia.
Um gangster que circulou sempre na órbita do Kremlin e de Putin, entendeu ser altura de passar das rosnadelas cada vez mais ameaçadoras aos actos. E ensaiou uma marcha sobre Moscovo que num só dia percorreu mais de 200 quilómetros sem que se percebesse qualquer sinal de resistência militar. Pior, s apenas pelas imgrns transmitidas pla televisão parece ter havido alguma adesão popular .
Que a cidade quartel general da “operação especial” tivesse sido controlada pelas tropas mercenárias d Wagner e que dí sem dificuldades tivessem seguido estrada fora até Voronej e depois até Lipetsk a uns meros duzentos quilómetros de Moscovo sem que se verificassem movimentos contra-ofensivos do Exército russo, ou das autoridades militarizadas governamentais parece dizer muito do estado a que chegou a Rússia putinista.
Lembremos ainda que foi um estranjeiro (na verdade um fantoche de Putin) o abominável Lukashenko, presidente da Bielorrússia que pouco mais é do que um protectorado de Moscovo, quem persuadiu o revoltoso a parar e a fazer meia volta “segundo os planos” (sic).
Agora, o chefe do bando wagneriano veio dizer que quis “evitar um banho de sangue” (!!!). que garantias obteve para suspender uma operação que corria mais de que feição para os seus mercenários?
Entretanto, Prigogine, para azar dos nossos “russistas”, veio dizer que a invasão daUcrânoa foi uma burrice gigantesca, que a Ucrânis não ameaçava a Rússia e que toda a operaçãoo militar que vai quase em ano e meio é um desastre medonho e vai acabar mal (assim seja, ámen). O “cozinheiro” de Putin veio também afirmar que este último tinha disso ludibriado pela clique que o cerca, pelos generais, pelo Ministro da Defesa e pelo Chefe de Estado Maior general do Exército. Abstenho-me de citar os remoques que o homem dirigiu a estes últimos e que ultrapassam em muito o que agora se considera homofobia.
Dirá algum leitor menos convencido que Prigogine fala, fala e diz coisas quase inverificáveis. Será verdade mas se os russos tiveram alguns limoitados êxitos na frente leste (Bakmut foi o último, custou à Wagner 20.000 baixas ((é a organização que o diz) e pelos vistos, desde que os mercenários saíram há lentos mas visíveis avenços ucranianos que se traduzem especialmente num cerco ainda incompleto das ruinas da cidade,
Tudo isto, excepto esta espécie (esperemo-lo...) de “golpe das Caldas” ao som de balalaika estava desde há muito a ser dito, redito, repetido por uma gigantesca maioria de comentadores internacionais. A Rússia, até ao momento, não atingiu nenhum dos objectivos que se tinha proposto mesmo se ocupou um corredor até à Crimeia, se tem absoluta superioridade aérea e se pode ainda bombardear extensas regiões ucranianas a partir do mar negro (mas com os seus navios a prudente distância) e do ´Cáspio onde bombardeiros enviam os seus mísseis.
Mais, a Rússia averbou fortes derrotas no terreno, sobretudo a norte de Kiev, em Karkov ou em Kerson.
É verdade que se desconhece o número total de baixas russas (cosa que também se pode dizer da Ucrânia que, de todo o modo é quatro vezes menos populosa mas onde os habitantes sabem porque razão se batem.
Estão na memória de todos as imensas bichas de homens jovens en fuga para a Arménia, a Geórgia a Finlândia ou para os países asiáticos vizinhos e ex-soviéticos. E cada vez mais renitentes e eventualmente distantes do Kremlin.
É claro que há que esperar que a poeira assente para perceber quais os resultados práticos do que ocorreu, em que medida o poder de Putin e comparsas sofreu um revés, se isso irá impressionar um país onde a censura doe meios de informação atinge as raias do inacreditável.
Claro que nada disto comoverá os “nossos” russistas que mantém Staline presente nos seus corações e ia inabalável fé no horizonte que será vermelho. Nada os demove mesmo se, a todo o momento, guincham, cá, contra o capital. Mas não vão para A Rússia como aliás ninguém vai quando foge das guerras civis, dos desastres da seca e da fome, dos genocídios, Ninguém se lembra de ir para o paraíso dos trabalhadores ou o que dele resta.
A televisãoo entretanto anuncia que foram retiradas as acusações contra Prigojine. Claro que é mais do provável que alguém, entre os inumeráveis serviços secretos russos, lhe esteja a fazer a cama. São tantos os suicidados entre a oligarquia russa que até seria de mau gosto e ingenuidade demasiada não prever um desfecho “humanitário” para este fautor de discórdia e dirigente de uma rebelião que quase triunfante volta para trás.