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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

estes dias que passam 813

d'oliveira, 07.07.23

 

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“his master’s voice “  em modo português

mcr, 6-7-23

 

Como se esperava o relatório preliminar da Comissão de Inquérito à TAP mais parece um amontoado de desculpas de mau pagador do que qualquer outra coisa.

Não fora o facto de toda a gente (que o quis) ter assistido ao vivo às sessões e poderia pensar-se que nada sucedera de especial durante aquelas semanas em que, completamente aturdidos, os portugueses viram comotudo funcionava no ministério das infraestruturas e como se comportavam ministros, secretários de Estado, funcionários de gabinete, gente da TAP e aquilo a que pomposamente se conhece como os serviços secretos, ou de informações enfim uma rapaziada que brinca ao faroeste e uma comissão que os observa de longe com o fito d os fiscalizar e que tem por missão achar que tout va bien, madame la marquise

Em boa verdade não se esperava que o/a relator(a) descobrisse a pólvora, sequer que trouxesse grande originalidade. Todavia, a coisa foi ainda mais longe. Não trouxe  nada de novo, sequer de velho. Aquilo parecia a leve brisa nocturna sobre o campo seco e prestes a morrer. Ou seja nada, rigorosamente nada. Provavelmente, não ocorreu nada, talvez nem sequer haja uma TAP, um par de demissões e o ministro Galamba é apenas uma miragem no deserto de ideias nascido no estenuado pensamento de quem escreveu cem páginas noves fora um. De facto serão 99 páginas a que a prova dos noves dá a solidez que se esperava.

De resto, alguém de boa fé, mas prevenido, esperava algo de diferente?

Será que este texto  que alguns definem como frete ao governo enquanto outros sugerem que nem isso, poderia ser diferente?

Será que os deputados, escolhidos como se sabe por um aparelho que está ali para vigiar a disciplina, a obediência, a falta de sentido crítico, alguma vez aceitaria que um(a) deles “mijasse fora da púcara” e permitisse uma crítica, mesmo leve, a quem, de um modo ou doutro, pode definir-lhe um futuro radioso, um lugarzinho ao sol, um momento efémero de glória passageira?

 Portanto, a discussão  está desde o início inquinada. Não se esperava um relatório muito diferente mas tão só mais inteligente, menos criticável, escrito num português menos pobre para não o definir como subportugês.

Ou, de outra maneira, este relatório preliminar e duvidosamente modificável, poderia ser, se fosse mais inteligente, subscrito por alguém como o sr Lavrov esse paladino da linguagem diplomática mais refalsada e da invençãoo de argumentos vazios. Infelizmente, as lições de Lavrov mesmo se recebidas não foram especialmente aprendidas. Deve ser da incapacidade linguística de quem é alegadamente (e apenas alegadamente...) autor(a) daquela papel  sem serventia política conhecida sobretudo porque atirado à cara de milhares ou dezenas de milhares de espectadores portugueses.