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Incursões

Instância de Retemperação.

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Instância de Retemperação.

estes dias que passam 847

d'oliveira, 22.10.23

É pró que estamos!...

21-10-23

 

1 a liberdade de expressão segundo o sr Pontes 

O cavalheiro referido entende no alto da sua profunda ignorância jurídica e da tribuna que o jornal lhe dá que chamar assassino a quem quer que seja, apenas porque isso dá jeito e o acusado é conhecido por desordeiro, fascista (sobretudo isto) e condenado várias vezes é apenas "liberdade de expressão" mesmo que a obscena criatura acusada não tenha efectivamente morto um emigrante cabo-verdiano assassinado às mãos de outros patifes da mesma laia do sr. Machado.

O autor da acusação, um senhor que trocou o paraíso senegalês por um Portugal medonhamente racista, acha o mesmo. Chamar assassino a um racista, fascista, imperialista e capitalista  é um direito que se engloba perfeitamente na "liberdade de expressão"

Acontece que uma juíza, que não conheço nem espero vir a conhecer, entendeu que a acusação é crime por o acusado não ter de modo algum (e comprovado no STJ... o que não é coisa pouca) feito parte dos responsáveis por aquela morte- 

Eu tenho por seguro que ser fascista não significa sempre ser ladrao, assassino ou violador tal como ser comunista não significa ser guarda e torturador num gulag, agressor na Ucrânia ou bufo da polícia política de um estado comunista. Igualmente, ser liberal, não significa que alguém seja um ricaço usurário, um capitão de indústria poluente, um traficante internacional de  armas.

E por aí fora.

O actualente condenado sr Mamadou Dia ao pagamento de 2400€ ao tristemente conhecido sr Machado, abencerragem da extrema direita nacional com um passado de violências e de condenações cumpridas em cadeia, não pensou, ou pensou mal ao associar o dito Machado a um crime que ele não cometeu. E fê-lo com amplo conhecimento dos factos, das decisões dos tribunais. Fê-lo quase que em tom de desafio, pensando que o facto de ser anti-racista e anti mais uma série de coisas o absolvia do crime de mentir e de ofender. 

Imagine-se que o ofendido Machado, em vez de "inteligentemente"  (por uma vez na vida) levar o caso à justiça, tivesse resolvido dar-lhe um "safanão" à moda de Salazar ou ameaça-lo de violências várias incluindo um tiro ou uma facada. 

Alguém acredita que o sr Dia entenderia isto como mera "liberdade de expressão" e não como uma clara ameaça à sua integridade física?  

O advogado do réu condenado agora ao pagamento de umas largas  centenas de euros (que este último já declarou numa rede social que não pagaria) afirma que vai recorrer, que irá até às instancias europeias se caso for. 

com que argumentos legais? , pergunta-se a menos que a condição de fascista e ex-recluso do queixoso agora vitorioso seja argumento bastante.

2 E segundo "Paddy"...

 

 

 

o senhor "Paddy" Cosgrove, que não conheço nem quero de modo algum conhecer, é, ao que sei, o feliz empresário de um coisa onde nunca porei os pés chamada Web summit e que, parece lhe dá fartíssimos lucros  e custa muitos fartos maravedis a Portugal que, à falta de melhor, acha que assim doura o seu minguado brasão de país desenvolvido.

Por razões que não consigo discernir a criatura Cosgrove resolveu debitar algo sobre Israel e o actual estado de guerra  provocado por um estúpido, bárbaro atentado terrorista que, ao invés de melhorar a sorte de dois milhões de habitantes de Gaza,  obviamente se transformaria num inferno ainda mais dramático do que lhes era já habitual.

E disse, o sr Cosgrove que "crimes de guerra são sempre crimes de guerra, o que é pertinente. Esqueceu-se, entretanto de referir que as 1500 mortes israelitas também são crimes de guerra. Tivera ele dito, ao mesmíssimo tempo, isto e nada ou muito pouco se lhe poderia assacar. Mas não disse! Não se lembrou, não lhe apeteceu, não considerou a responsabilidade do Hamas (neste concreto caso e momento)

Israel, uma potência informática, declarou logo que boicotava a iniciativa. algumas figuras conhecidas secundaram-no. 

Cosgrve percebeu que tinha "metido o pé" e tentou emendar a mão, coisa esdrúxula  como se sabe. E veio, a correr, dizer que o Hamas não sei quê. E pedir desculpa, Tarde falaste! Eis que os grandes monstros da internet e arredores entenderam "acertar o passo" ao pobre Paddy. E vai daí que Google, Amazon, Meta também boicotam a iniciativa! Um desastre! É provavel que nesta corrida ao boicote, outros se apressem a seguir a maré. Politicamente é correcto como se sabe. E, de caminho, pontapeia-se o semi cadáver de Pddy que já esta no chão.

Agora o pobre homem demitiu-se para tentar salvar o resto e evitar mais cacos. 

As pitonisas do politicamente correcto vem agora bramir que é a "liberdade de expressão" de Cosgove que está ferida.  Que o pobre diabo não queria, já o jurou por duas vezes mas tardiamente, ofender Israel. 

Ora, penso eu, que sou apenas um paisano, que dizer que uma reacção desproporcionada pode traduzir-se num crime de guerra não é nenhuma mentira nem nada de afrontoso tendo embora o cuidado de também afirmar, sem receio que o Hamas é um grupo de criminosos, terrorista e, para além do mais, estúpido pois sabia perfeitamente que isto (o que está a acontecer e o que, provável e infelizmente, acontecerá ) er mais que certo. 

 

A liberdade de expressão é, em si mesma, um direito que, porém, deixa entrever um dever, o qual é dizer a verdade, toda a verdade e nada mais do que a verdade. Não se compadece com estados de alma nem com quaisquer preconceitos sejam eles quais forem e sirvam interesses e ideologias de qualquer espécie.

 

A juíza Férrer por maiores contorcionismos que lhe apetecessem, não podia julgar de outra maneira, como aliás o juiz de instrução Carlos Alexandre ou o Ministério Público em seu tempo decidiram sobre a queixa  do muito pouco recomendável Machado que, uma vez sem exemplo, entendeu não usar dos expeditos métodos que o levaram à cadeia. Todos entenderam que a burrice de Mamadou não tinha nada a ver com liberdade de expressão mas tão só contra um devastador erro de apreciação do que é e do que não é possivel dizer num país  livre e razoavelmente decente como é Portugal.

Lamento muito ter de dizer. Neste caso, o sr Mamaou foi imprudente, impudente, estúpido e ignorante quanto ao significado das liberdade.

Ponto, parágrafo.