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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

estes dias que passam 857

mcr, 21.11.23

A ofensiva feminina 

mcr, 20-11-23

 

 

Antes que alguma leitora se zangue, devo advertir que o título pertence à Juju Cachimbinha, amiga antiga e inteligente que venceu todos os combates em que se meteu incluindo alguns em que, segundo ela, foi metida por criaturas "mais burras do que o que é permitido". 

Aqui para nós, a Juju viveu sempre a contra corrente e começou a sua particular guerra de independência num lar de freiras para onde foi atirada caloira com dezassete anos incompletos. Durou onze dias a permanência da Juju naquele "quartel-convento medieval "(Juju, sic) . Segundo os desolados progenitores, a irmã Sagrado Socorro afirmou que não tinha nada de concreto contra a menina "de resto muito educada e gentil" mas a "atitude em gera" não agoirava uma estadia calma no  lar. Melhor dizendo, nada havia contra a moça mas com a experiencia de nuitos anos, as freirinhas entendiam que bastava a presença muda da Juju para desencadear uma onda surda de contestação  nas restantes almas feminis que lá residiam. 

Foi assim que a Juju foi viver num apartamento com o irmão mais velho que cursava esforçadamente medicina e fumava cachimbo. a Juu que nunca fumou tornou.se perita em cachimbos, tabaco para o efeito, e ninguém a batia no que tocava o encher do fornilho ou a limpeza posterior depois da cachimbada. Ao fim de poucos meses já sabia tudo sobre marcas de cachimbo, tabacos apropriados (ela jurava que nenhum chegava aos holandeses sobretudo aqueles que se usavam na Indonésia quando esta fora colónia dos batavos. E era ela que geria os tabacos do mano mais velho e o obrigou a usar uma espécie de cartucheira carregada de cachimbos pois afirmava que um cachimbo tem de descansar duas horas no mínimo entre cada acendimento (se non é vero...).

A Juju concluiu um curso de Clássicas com altas classificações e, uma vez, formada, declarou que se ia dedicar à Bolsa, coisa quase inexistente em Portugal. Ganhou uma fortuna gorda e tratava os cavalheiros de Wall Street  ou de Londres por tu e mesmo hoje, não se passa mês sem que alguém de uma geração que a não conheceu  a contacte pedindo conselho (bem pago, evidentemente!).

Telefonou-me, há um par de horas, escandalizada com "a campanha das comentadoras jornaíísticas" contra "o pobre do Carneiro" ao qual não basta ser adversário do inimigo das perninhas dos banqueiros alemães mas será também da "esquerda de que a Direita gosta".

Ora, segundo a Juju que se declara conhecedora profunda da verdadeira direita mesmo que nunca tenha pertencido a tal campo, a Direita que se preza não gosta de nenhuma "esquerda" mas em caso de ter de preferir aguma prefere a que usa faca nos dentes e ameaça com a revolução iminente e a tomada de todos os palácios de inverno ou verão.

"Uma Esquerda fofinha"  é um perigo para os fundibulários da  Direita que precisam de ter em frente "adversários feios, porcos e maus com ar de criminoso bolchevista  ou de polícia da GPU".

A Direita vive do medo recorda a guilhotina, os campos de condenados na Sibéria, dos guardas vermelhos, do camarada nº 1 de Pol Pot. A Direita sempre odiou o dr Cunhal versão nacional e mal traduzida do camarada Lenin e retocada pelo pai dos povos, Yossip Vissarionovitch Djugashivili, conhecido no século por Stalin.

Quando apareceu o senhor Jerónimo de Sousa, a coisa  n\ao acalmou. Não só o homem tinha longínquas raízes operárias mas sobretudo falava como uma pessoa normal, recorria a  provérbios, dançava danças de salão. "enganava pela simplicidade" e isso induzia as pessoas a considerá-lo inofensivo e simpático. 

Cunhal era um intelectual, vinha da burguesia e isso juntava dois perigos: o intelectual e o traidor de classe!

Eu bem sei que na minha classe social sempre houve a tentação do abismo e sempre se pretendeu interpretar a classe operária, melhor dizendo o proletariado  que, coitado, pelos vistos sempre precisou de "revolucionários profissionais" animados pelo ideal igualitário (mas não libertário, credo, cruzes canhoto!).

Ora, dada a fragilidade acentuada do PC há que atirar todas as fichas para a roleta do PS e esperar que aí "uma verdadeira Esquerda" tome o poder. Para o efeito, pelos vistos, Pedro Nuno Santos e aposta mais verosímil do que José Luis Carneiro, demasiado penteadinho, com ar de menino chefe de turma e, sobretudo, com a mania das "contas certas" que outro penteadinho (Medina) elevou à categoria de verdade absoluta. 

Ora as comentadoras da última página do Público alinham nesta onda anti Carneiro o que me faz desconfiar que o homem tem mais trunfos do que os que até à data alinhou. No mesmo sentido, também já se manifestaram a eterna drª Gomes (também agora comentadora televisiva) e a srª Alexandra Leitão que, defenestrada por Costa, foi terçar armas num programa televisivo ondeantes estivara a srª Mendes e até António Costa. 

Eu não sei, se na eventualidade de ganhar o PS, o sr PN Santos vai voltar a desafiar os banqueiros alemães e a pintar a manta  ou sequer jogar à vermelhinha com o PC e o BE. 

A juju aposta que parte da estratégia dele é fingir que sim que vai fazer e acontecer mas que, depois, e dependendo dos resultados eleitorais, poderá aventurar-se por territórios muito pragmáticos. 

Desconheço totalmente o que fará o senhor JL Carneiro  que, curiosamente, concita apoios variados desde António Correia de Campos a Augusto Santos Silva o que "gosta de malhar na Direita". 

Não menos curiosamente, Francisco Assis apareceu a apoiar PNS o que suscita pelo menos alguma surpresa.  

De todo o modo, as críticas mais ferozes, as posições mais estremadas, vem sobretudo de mulheres militantes ou não do PS. Ou, pelo menos, são elas que, neste momento, estão nas trincheiras mais empenhadas. 

A Juju acha muito bem que as mulheres militantes escolham quem bem lhes aprouver mas recusa terminantemente que as comentadoras nos jornais que não afirmam pertenças partidárias se deem ao trabalho de. fingindo comentar, torcerem claramente por um dos candidatos-

"E sempre em nome da verdadeira esquerda como se no PS que supostamente é de Esquerda  houvesse responsáveis políticos dispostos a fazer fretes à Direita !"

Claro que eu poderia recordar-lhe as cmbalhotas políticas espanholas onde se vê um suposto homem de Esquerda aliar-se com partidos de Direita, nacionalistas, independentistas comprando-lhes o voto para a investidura com perdão de dívida e uma amnistia  que vi muito mais longe do que a decência e o respeito pela lei, pelos tribunais, por dezenas de anteriores declarações políticas solenes que, subitamente, sem que tal constasse sequer do programa eleitoral são mandadas para o lixo.

Note-se que neste caso absolutamente singular o PSOE perdeu claramente as eleições com uma forte diferença de votos e de mandatos e que igualmente o seu parceiro duma compósita extrema esquerda, que mais parece um saco de gatos, também registou um derroa frente à Direita radical do Vox.

Nada disto, felizmente, ocorre em Portugal onde a famosa maioria absoluta do PS pode eventualmente reduzir-se significativamente sem que isso signifique um futuro governo de Direita mesmo que para tal se solicite o Chega. 

Este partido vive e sobrevive (e poderá crescer...) graças ao desânimo que as pobres políticas actuais provocam nos sectores da Saúde, Educação e Habitação. Percebe-se perfeitamente, a revolta dos grupos mais populares e pobres cuja sorte não só não melhorou como, devido a falta de empenhamento de um Governo que já leva oito longos anos no poder, poderá ter até piorado. É verdade que a conjuntura internacional não ajudou mas a falha mais evidente e de maiores consequências a curto e médio prazo é a incapacidade verificada de reformar o que quer que seja. A lasse média, sustentáculo normal do PS vê numerosos grupos profissionais desde professores a médicos, enfermeiros a militares de carreira completamente desatendidos nas suas mais simples espectativas quanto mais  reivindicações.

Por outro lado, os actuais candidatos no PS e grande parte dos seus mais conhecidos apoiantes pertenceram aos sucessivos Governos (incluindo o de Sócrates) que não só foram teatro de casos, casinhos e casões mas também mostraram, sobretudo nos tempos mais próximos uma sobranceria que só tem paralelo na incapacidade de levar a cabo quaisquer medidas eficazes, duradouras de contrariar os efeitos da crise. O que mais se viu e ouviu foi o recurso à esfarrapada desculpa de que tudo era culpa de um Governo que já desapareceu há oito anos e que, de resto, foi obrigado a gerir o naufrágio de outro governo, esse socialista que se esboroou numa série de escândalos e desastres que ainda estão por julgar.

Conviria, finalmente, recordar outra vez que a desculpa de Costa para se demitir nunca teve pernas para andar. IO facto de o MP abrir uma investigação (de resto obrigatória) por causa de um par de telefonemas faz esconder o melhor amigo, o chefe de gabinete que guardava uns trocos em S Bento e tudo o resto. em qualquer país civilizado qualquer destes factores obrigaria o primeiro ministro a demitir-se mas, pelos vistos, a culpa é da Procuradora Geral (nomeada pelo Governo!!!) pelo Presidente (que andou com Costa ao colo entre abraços e mútuas juras de amor ...).  E como tudo isto parecesse pouco, eis que agora aparece toda uma série de graves actores socialistas a exigir a Justiça celeridade, explicações e o que mais ainda se verá.

Sócrates, do seu canto, rejubila. Ventura conta eventuais votos futuros mas isso parece não impressionar os acusadores, os que ainda não se dessocratizaram nem sequer fingem qualquer arrependimento por terem feito parte do Governo que levou o país ao desastre e provocou a vinda da troika.

A amnésia histórica de muito "comentariado" em exercício é, mais que surpreendente, um convite à desresponsabilização nacional e partidária.

E isto ainda só vai no princípio...

(por rões de mera higiene desportiva não irei referir-me à assmbleia geral do FCP.ou ao presidente do clube que não terá ainda percebido que estar agarrado ao lugar não só prejudica a agremiação como sobretudo corrói o seu lugar e tudo o que fez pelo clube.Sair a tempo e em glória é uma virtude que parece esquecida mas isso é com o sr Jorge Nuno. De resto sou apenas e só um velho e pouco activo simpatizante da Associação Naval 1º de Maio . A sorte d clube da cidade onde vio é-me tão indiferente quanto a dos seus rivais históricos).