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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

estes dias que passam 858

mcr, 22.11.23

"Tu quoque...Nuno Lopes?

mcr, 22-11-23

 

As harpias do costume voltam à carga. Desta feita é o sr Nuno Lopes um actor de 45 anos que, confesso, mea culpa, mea maxima culpa, nunca vi, teria seduzido uma criatura chamada AM Lukas, de 41 primaveras e conseguiu leva-la para um apartamento tendo-a drogado e violado. Os factos descritos ocorreram em 2006, ou seja há 17 anos quase metade da vida de qualquer um dos dois.!

Demorou a seduzida à força mais de uma década e meia para se decidir a enviar os seus advogados ao d. Juan  cominando-o a entrar com uns dinheirinhos para evitar um processo. 

Confesso alguma perplexidade sobretudo depois de saber que a referida vítima do macho ibérico e lusitano, nosso, teria apresentado queixa nos dias que se seguiram à alegada violação.

Será que a polícia de Nova Iorque não foi diligente? Será que sequer houve queixa? 

O actor Nuno, por seu lado, recusa pagar um simples cêntimo e jura que saberá e poderá defender-se em tribunal porquanto, segundo ele, a história é diferente. Terá levada a dita "vítima" para casa e por seu pé, mas ao chegar a inocente criatura caiu num profundo letargo (há anos que queria usar esta palavra !)adormeceu e nada ocorreu até manhã entrada. Aí acordaram os dois e, por mútuo acordo, entenderam levar a cabo aquilo que teria ocasionado a deslocação da mulher de 24 anos à casa do pérfido portuga. 

Não sei se o actor tem alguma prova do que afirma mas também nada sei das provas oferecidas dezassete anos depois pela eventual vítima.

Apenas me salta à vista que, neste período de tempo, o cavalheiro Nuno conquistou alguma celebridade, terá ganho algum dinheiro e por isso terá sido convidado a pagar para não ter se ser arrastado a um tribunal que, como começou a ser comum, na América, acredita sempre nas acusações desde que elas entrem no paradigma "you too" muito na moda. 

O que me inquieta  ou, pelo menos, me faz pensar, é esta demora de 17 anos. Será que alguém, em seu perfeito ou normal juízo, esperaria tanto tempo para fazer pagar um "agressor sexual"?

Na América tudo pode acontecer, inclusive um Trump. No campo das actividades amorosas ainda me lembro do vestido com restos de sémen que uma criaturinha inocente  guardou durante largos meses (refiro meses mas podem ter sido anos...a minha memória já não é o que era...) para poder incriminar um Presidente. 

Note-se que não faço parte daqueles que não acreditam em violações de jovens bem parecidas e aspirantes a uma carrerra onde se passeiam homens mais velhos, ricos, influentes e famosos. Só que uma violação neste meio é decerto uma gota de água no universo dos casos de violação em que a mulher é pobre, o violador idem, quase sempre oriundos das minorias raciais e que nunca desembocam num  tribunal não só porque a vítima não tem dinheiro para pagar a um advogado enquanto o acusado também o não tem para poder ser obrigado a ressarcir a ofendida. 

Também é verdade que boa parte desses crimes cometidos nas zonas escondidas da sociedade afluente não entusiasmam os media nem suscitam a curiosidade do público da imprensa cor de rosa. 

Aliás, creio que, o caso só cá chegou devido à nacionalidade do acusado .

Percebo que a falta de assunto para a cronicazinha diária ou quase diária leve uma criatura a deitar a mão a tudo o que luz, Mesmo que não seja ouro, O cacauzinho que um jornal paga  não é despiciendo e dá sempre jeito. 

Este cronista, que infelizmente não é pago poderá ser acusado de inveja mas, de facto, também ele, não tinha nada em que meter o dente cariado. 

Ou melhor, tinha mas a morte de um antigo e velho amigo, Carlos Avilez, que conheci como encenador no meu grupo de teatro estudantil, em Coimbra, o CITAC. 

Era um homem inteligente, cuidadoso, rigoroso e o teatro foi toda a sua vida. Pode dizer-se que morreu debotas calçadas porquanto ainda há uma semana estreara no seu Teatro Experimental de Cascais, "Electa" de O Neil . Foram 88 anos bem vividos, bem sucedidos e especialmente honrados graças às apostas que Avilez sempre fez no que toca à escolha das peças a representar. 

Devo-lhe  também o conhecimento de Francisco Relógio que, trazido por Avilez,  também trabalhou para o CITAC e que foi um pintor de mérito, um democrata de sempre e um excelente conversador. Numa cidade onde a pintura passava quase desapercebida, Relógio cumpriu uma nobre função e abriu a muitos, eu incluído, olhos e curiosidade para as artes plásticas.

(curiosamente muitos anos depois, a filha de uma actriz do CITAC apresentou numa primeira exposição uma bela homenagem ao Francisco Relógio. Chama-se Mariana Baldaia e espera-se que o talento então demonstrado tenha continuidade.. Numa palavra (ou várias...) isto é como as cerejas. )