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Incursões

Instância de Retemperação.

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Estes dias que passam 899

mcr, 14.04.24

Será o Irão um tigre de papel?

mcr, 14.4.24

 

É o provável que os meus leitores não conheçam ou já não recordem a expressão "tigre d papel" que Mão Zedong (Mao tse tung) utilizou para caracterizar os Estados Unidos.

Estava-se em pleno tempo do conflito sino-soviético e Mao terá tentado troçar dos dirigentes da URSS e do seu alegado respeito pelas bombas atómicas do arsenal americano.

Os soviéticos teráo ripostado com algum humor dizendo que o tigre americano poderia ser de papel mas tinha dentes atómicos. 

tantos  anos depois, ocorreu-me que o Irão ao atacar Israel provou ser algo semelhante. De facto com trezentos drones, misseis balísticos e de cruzeiro praticamente todos abatidos antes mesmo de chegar aos céus israelitas a sua vingança depois de Damasco não terá impressionado ninguém mesmo se a sua acção alucinada deixe um rasto de questões e de ameaças quanto a uma guerra regional. 

Na verdade não só não surtiram efeito as ameaças aos países vizinhos de Israel que permitiram ou se resignaram a ver o seu espaço aéreo sulcado por aviões israelitas  (e isto depois das ameaças específicas de Teerão) que interceptaam com inegável eficácia a grande maioria das armas iranianas mas sobretudo fizeram com que o mundo não aplaudisse ou mesmo condenasse a acção dos militares iranianos que, ainda por cima celebram uma "grande vitória" por terem atingido uma base aérea no Neguev. Para já a base manteve-se em actividade e, pelos vistos, nenhum dos aviões (que provavelmente estariam no ar ou noutro sítio) foi destruído. Em segundo lugar, o Irão que nunca foi especialmente estimado pelos países do Médio Oriente  concitou as críticas de todos eles e terá mesmo levado alguns (quase todos) a "conversar" com Israel. 

No resto do mundo também não se anunciam apoios significativos à descerebrada tentativa iraniana. E é provável que mesmo as milícias que no Líbano, na Síria ou no Iémen lhe servem de aliados não se sintam particularmente felizes porquanto será sobre elas que recairão as bombas hebraicas. Isto se Israel não ripostar directamente contra a república dos ayatolahs. 

E aqui lembraria que por um lado os locais de tratamento de urânio são mais que conhecidos mas sobretudo que Israel tem dentes atómicos

Finalmente a desastrada intervenção aérea proporcionou uma nova e generalizada  vaga de apoio a Israel e mais uma vez dá-lhe mãos livres para o derradeiro assalto ao sul de Gaza. 

Eu não sou militar, muito menos especialista em questões deste teor mas depois de ouvir alguns peritos de várias nacionalidades começo a suspeitar que o milhão de militares iranianos  não seja eventualmente algo de especialmente perigoso.

 

Isto não significa que subitamente eu me esqueça do que em posts recentíssimos disse sobre Israel. Disse o mantenho todas as acusações feitas. 

Todavia, sobre o estado islâmico iraniano não tenho qualquer espécie de  simpatia, bem pelo contrário. E nisto, creio que estou de acordo com a maioria dos países árabes (todos sunitas) que não se comoveriam com a derrota, uma pesada derrota, dos iranianos E junto a esses o Afeganistão dos talibans ou o Paquistão, países ultimamente atacados por iranianos.

E também não creio que a Rússia corra em socorro do seu fornecedor de drones. Tem mais com que se preocupar com a Ucrânia. 

Sem rentar ser irónico, verifico que o sr Presidente da República convocou o Conselho de Defesa Nacional...