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Incursões

Instância de Retemperação.

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estes dias que passam 915

mcr, 17.06.24

A paz segundo alguns

mcr, 17-6-24

 

A conferência na Suíça sobre a situação da Ucrânia trouxe poucas novidades mesmo se cerca de 80 países subscreveram um comunicado final razoável . entretanto,  outros, entre os quais o Brasil, a África do Sul (tão respeitadora dos direitos palestinianos...) ou a Índia que, em tempos  não tão recuados, sofreu a agressão da China, entenderam que os moderadíssimos e legalíssimos termos da declaração final (que apenas retoma a Carta das Nações Unidas) feriam as suas íntimas convicções pacifistas, éticas e políticas. Eu, se fosse cidadão dos pequenos Estados situados nas fronteiras destas nações que parecem não distinguir agressor e agredido e respeito pelas fronteiras  aceites  e definidas por tratados, começaria a preparar-me para as consequências lógicas desta posição. O Nepal, a Guiana, o Botsuana  por exemplo estão demasiadamente perto e poderão ter dentro dos seus territórios algo que atraia a atenção de um chefe de Estado mais exigente. 

Por outro lado, começa a tornar-se perceptível uma outra ideia assás perigosa, para não dizer infame.

O fornecimento de armas a um país agredido, no caso a Ucrânia, é uma ameaça à paz!

eu, lembraria que logo depois da invasão da URSS pela Alemanha, os Estados Unidos e a Grã Bretanha prestaram uma ajuda maciça e fundamental  para a sobrevivência da URSS. 

Em boa verdade, nem os EUA nem Churchill tinham especial confiança na liderança russa  que não só exterminara um grande número de comandos militares competentes como também durante dois inteiros anos de guerra fornecera ao actual agressor toda a espécie de ajudas desde combustíveis até milhares de toneladas de metais estratégicos sem falar em alimentos (trigo)

Só assim, penso, a Alemanha conseguiu empenhar a totalidade dos seus exércitos para conquistar boa parte da Europa Ocidental. 

Não vou tecer considerações sobre o que teria acontecido sem essa ajuda  pois a História é o que é e não funciona por alternativas que nunca se concretizaram. 

Aqui, e agora, estamos perante uma invasão de um país, cujas fronteiras estavam garantidas por vários acordos , a começar pelos negociados pela Rússia, a pontos da Ucrânia ter renunciado às armas nucleares estacionadas no seu território. 

É verdade que em algum tratado, a Ucrânia declarou que não pediria a adesão à Nato e, de resto , essa ideia só começou a tornar-se mais evidente depois do inicio das hostilidades no Donbass e sobretudo da ocupação da Crimeia. E também convirá lembrar que a administração da Crimeia, foi transferida para Ucrânia durante o consulado de Krustchev que apontou uma evidência : aquele território dependia da Rússia, propriamente dita, e estava a mais de 500 quilómetros da fronteira dessa república soviética. Uma incongruência  que nos anos 60 era duplicada pelos enormes custos que a situação provocava.  

E, como já aqui referi um largo par de vezes, a Ucrânia (e a Bielorússia) tinha mesmo assento na ONU ou seja a própria URSS e o PCUS (agora tão servil perante Putin)  entendiam que este país tinha uma especificidade tal que até poderia (em teoria) votar contra  o país em que estava incluída nalguma situação  especial. 

A China, que esteve ausente da conferência, por esta não incluir a Rússia (que antecipadamente afirmou que não estava para tais maçadas) deveria meditar no facto de na véspera da conferência, Putin ter avançado com mais exigências territoriais ...

quanto aos participantes que "desparticiparam", pelos vistos as ameaças de Putin  ou não foram percebidas ou não se consideraram graves. 

Feitios...