estes dias que passam 929
sobre o sns e sobre a estupidez poltico sindical
mcr 10-8-24
(antes do mais: hoje, pela 1ª vez na minha vida, tive de contactar o SNS mais precisamente a linha sns 24 Fui muito bem atendido, verifiquei que as pessoas que dialogam connosco são gentis, eficazes e educadas. Numa palavra: só tenho que dizer bem, aliás, muito bem. Delas e eventualmente do serviço no seu todo...
Convém começar pelas declarações esparvoadas da srª drª Mariana Vieira da Silva que, pelos vistos, ainda não percebeu que este Governo (que não teve o meu voto, é bom que o diga já) herdou uma situação que o longo governo dela não só não resolveu mas permitiu que piorasse. Não é de hoje a crise nas urgências obstétricas e pediátricas dos hospitais a sul de Coimbra, basta ir aos jornais.
Além desta luminária ouvi também um rapazola do BE que chamou incendiária à Ministra (que não conheço nem tenciono e, menos ainda, quero vir a conhecer. Convém lembrar que nos primeiros anos de Costa o BE ainda deu uma mãozinha a este e por isso não pode fingir que desconhece uma crise que já nesse tempo se avolumava.
Direi que em pouco mais de cem dias, por muito que se queira, nada se poderia resolver, sobretudo a falta de médicos nos hospitais onde as urgências abrem e fecham a horas incertas mas com pertinaz constância.
A dr`Martins poderá não ser grande cabeça mas não é a única culpada de algo que foi engrossando ao longo dos anos. Aliás até esteve brevemente ligada a altas instâncias da saíde no tempo do anterior executivo.
Pior ainda é o comportamento duma criatura chamada qualquer coisa Bordalo e Sá e que, pelos vistos, é médica e presidente duma coisa chamada FNAM ou seja Federação Nacional dos Médicos. Se esta organização é grande ou pequena, divisora da classe ou não, não sei. Apenas recordo que no dia em que iria haver uma reunião sindicatos médicos ministério a FNAM marcou e cumpriu uma greve que não terá tido especial impacto.
Parece que o Ministério terá afirmado que senso assim não discutiria nada com a FNAM mas mesmo isso (que seria absolutamente legítimo ou obrigatório) não recordo se ocorreu.
A criatura, Bodfalo e Sá veio dizer que era horrível que as grávidas dl Leiria eram obrigadas a fazer 200 quilómetros para parir quando afinal também tinham acesso assegurado a Coimbra que, se a minha geografia ainda vale, está a menos de sessenta.
Chama-se a esta afirmação imbecil e falsa e de má fé.
A srª Bordalo e Sá deve ter na sua especial bolsa de profissionais, um pancadão de obstetras a bramir por trabalho e perseguidos pela ministra que só não foi chamada de abortadeira pela senhora Bordalo por esquecimento.
Esta gentinha parece não perceber (ou percebe mas não o mostra) que este Governo ou outro qualquer fosse do sr Ventura, do pateta do BE ou do Zé dos caracóis só deseja resolver um imbróglio que tem largos anos de existência e que foi amadurecendo e crescendo até à merda de hoje. Nem Trump, o das fake news, faria melhor.
O combate político começa a tentar habitar a sarjeta.
que os médicos são mal pagos, que não são numerosos sobretudo em certas especialidades que a administração hospitalar é uma piada de mau gosto, que ao longo de anos e anos as pessoas se habituaram a ir às urgências por uma canelada sem ferida aberta, é uma verdade. Que o SNS desta gente cada vez mais parece condenado aos que não tem posse para fazer um seguro de saúde ou pagar os pesados 3,5& da ADSE é uma evidência
Ou seja,o salvatério pouco eficaz de pobres e do interior (que como Junqueiro diria são pobres de pobres pobrezinhos) apanham com o SNS e o resta da malta mais de 40% dos portugueses escapam para o privado...
Não vou sequer lembrar que o SNS está a debater-se com uma crise que atinge os congéneres da Europa e do mundo (onde os há e que são normalmente bem piores dos os de cá).
Que talvez fosse aconselhável recordar que neste domínio da racionalização de serviços, da organização da adequação de recursos e da remuneração aos médicos talvez valesse a pena ver o que se passa no medonho "privado".
E recordar que houve, in illo tempore, um par de ppp da saúde que até o tribunal de contas evidenciou como de grande qualidade...
Não proponho o seu regresso mas pelo menos que usem o que eles tem de melhorou seja na organização e na rentabilização dos recursos.
Eu tenho por mim que, no calor da luta politico-politiqueira há gente a quem até daria jeito uma ou duas mortes de grávidas mas conviria perceber onde é que isso nos poderia levar.
claro que nem o patarata do BE nem a d. Marianinha nem a sindicalista feroz se lembraram deste facto simples: nas regiões onde há falta de médicos nos hospitais, há também falta de casas a preços decentes ou suportáveis pelo que muitos concursos ficam desertos por não haver concorrentes das respectivas zonas e ninguém estar disposto a pagar as rendas agora pedidas. Parece que o autarca de Oeiras no que respeita, pelo menos, a professores entendeu e bem garantir alojamento a preços razoáveis ou, eventualmente, apetecíveis.
O governo anterior (onde a D Mariana brilhou a grande altura) andou desde o primeiro ao último dia a jurar que tivera uma pesada herança. A gente do dr Passos Coelho jurava que herdara de Sócrates algo bem pior que a legendária cicuta que vitimou o primeiro desse nome. Mas ninguém pudicamente se lembra desse cometa que está a tentar salvar-se de um julgamento que só a inépcia de certos agentes da Justiça permite adiar.
Em Portugal a culpa morre sempre solteira ou então as vítimas coitadinhas apanham com um Alzheimer oportuno e cima.
Por outro lado a tonitroância que um certo Ventura usa e abusa leva o resto dos colegas ao desvario e à imitação.
Finalmente, e nisto podem ver um recado, o sr Presidente da República parece dar-se ao luxo de marcar prazos ao governo quanto à estabilização das urgências. Vem tarde e mal sobretudo neste domínio da saúde onde, sobre ele, correm desencontradas acusações quanto à marcação de actos médicos às duas crianças luso-brasileiras.
Tivesse Sª Exª mandado para o caixote do lixo o mail do filho (com quem agora estará eventualmente zangado...) e nada disto aconteceria nem aquela CPI desastrosa e pouco educativa (e meço as minhas palavras...) não andaria a consumir tempo e televisões. E ainda temos um larguíssimo ano e qualquer coisa de professor doutor Marcelo. Muitos pecados havemos de ter cometido...