estes dias que passam 953
Foi mesmo há 50 anos?
mcr, 18-12-24
Os números do relatório da OCDE sobre literacia e numeracia (rio de neologismo!...) em Portugal deixam-nos entre os piores da OCFE e revelam que 40% (número arredondado por defeito) dos cidadãos tem forte dificuldade em ler e fazer contas simple. Digamos, para ser generosos, que lá conseguem aviar um texto curto e feito de frases curtas. no capítulo da "numeracia" limitam-se a contas muito simples e mesmo assim...
Estamos na cauda dos países estudados só à frente de Chile o que não é nada lisonjeiro.
Este relatório teve como alvo a população entre os 16 e os 65 anos.
Deixemos para já os mais novos e lembremos que a "educação" foi desde os primeiros anos da revolução o ai Jesus dos políticos e já nos anos 90 Guterres elevava a fasquia do amor fatal pela educação a níveis ultrassónicos (ouvi com estas que a terra há de comer a temível declaração de amor que, aliás, se seguia a outras anteriores saídas das boquinhas mimosas de diferentes responsáveis políticos de todas as cores e feitios.
Pelos vistos o resultado é o que por ora se vê.
Ao fim de 50 anos de Abril só estamos à frente do Chile. Isto é um naufrágio pior do que o Titanic que, pelo menos, encontrou um iceberg fugido ass frios polares. Nós nem isso. O desastre é só nosso, muito nosso, tagicamente nosso e n\ao vale a pena vir galar da "longa noite fascista" como desculpa esfarrapada.
A "geração mais preparada de sempre" na sua vertente licenciada, mestrada e doutorada mostra menores capacidades que a rapaziada finlandesa que termina o ensino secundário!!!
Anda por aqui muita culpa do eduquês, do novo ensino universitário que à boleia de uma coisa cozinhada em Bolonha facilitou até ao gargalo o ensino universitário.
Má universidade significa maus professores no básico e no secundário, quiçá até no primário.
ao longo da minha vida profissional deparei-me com licenciados que não conseguiam escrever um português decente e compreensível- chefieu, uma vez, uma divisão de técnicos superiores onde licenciadas em História e em Germânicas se mostravam incapazes de em duas folhas breves escreverem um "parecer" compreensível e eficaz. Todavia eram a excepção e não a regra e tinham fugido do ensino para outra função (pública, aliás) que necessitava de alguma preparação cultural, de alguma curiosidade intelectual e sobretudo de um método de trabalho que elas não tinham, Nem estavam interessadas em ter... Isto de ser funcionário público dá para tudo e sobretudo é seguro. É preciso ser medonhamente p´éssimo para ser corrido de uma carreira e de uma fumnção que se protege a si própria.
O jornal que compro e leio diariamente dá abrigo a um par de criaturas que se afirmam doutoradas e escrevem sobre variados temas. Ao lê-las fica-se com a penosa sensação que além de sofrerem de estrabismo cultural, ético e político, devem ter uma noção da língua pátria grotesca e desastrada.
Outras há que, sabndo alinhar três frases se esquecem que escrevem num jornal que é para todos os públicos. trpeçam nos conceitos,são mai chatos do que a potassa e sobretudo produzem artigos maçudos, e herméticos. Em estilo, numa escala de 10 a 20 ficam-se por um sete, vá ´lá um oito, com boa vontade natalícia algum nove.Digamos que se eventualmente conseguem escapar à mediocridade, se ficam, impantes e orgulhosos, num sofrível mesquinho.
Resumindo, como ocorre nas edições jornalísticas de fim de ano: situação desesperada mas não grave. AEuropa cida de nós, perdoa as burrices, aconchega os dislates e trata-nos como aborígenes de um sul com sol e sal.
E acolhe os nossos emigrantes sejam eles artesãos capazes ou licenciados em qualquer coisa que não caia na vulgata "estudos humanísticos".
A Europa acolhe médicos enfermeiros eletricistas engenheiros, marceneiros, paga-lhes bem mas evita os restantes.
Os meus amigos livreiros já desistiram de vender livros em qualquer língua que saia do português e do inglês (técnico...). A sorte é ,imja que, no caso dos alfarrabistas vou apanhando abaixo quase de borla espanhóis, franceses e italianos. Ainda há pouco consegui mais uma boa edição de "Tutte le poesie" do Salvatore Quasimodo por dez euros. Está guardada para oferecer a quem merecer e saiba italiano...
E, cerja mo bolo, ia-me esquecendo, as notas de matemática dos jovens estudantes do secundário comtinuam igualmente más ou seja pioraram nos últimos tempos.
Por outras palavras, a paixão (exacerbada, fatal, ) pela educação de que os nossos primeiros ministros com Guterres à frente, manifestaram num arrebato lírico mas pelintra, não foram correspondidas.A única boa notícia é que os amantes preteridos não se suicidaram. Provavelmente por falta de leitura dos ultra-românticos portugueses do século XIX.
Bom Natal, caros leitores. Dêem-lhe no bacalhau mas rabanadas e no bom queijo da Serra. E acompanhem este último deum bom vinho do douro, da Bairrada, do Dão ou do Alentejo, tanto faz. E que seja tinto, claro.