estes dias que passam 957
Com olhos em Gaza"
mcr, 16.1-25
Este título, aparentemente normal, serve apenas para lembrar aos distraídos que o prodigioso Aldous Huxley foi autor do belíssimo "Sem olhos em Gaza", romance que nada tem a ver com aquele amaldiçoado enclave entre Israel e o Egipto e que, contra toda a esperança fará parte do Estado da palestina.
Parece que existem alguns idealistas que acreditam na possibilidade e um Estado ter dois territórios absolutamente separados sem possibilidades de vias de comunicação que forçosamente passariam pelo território de um inimigo que, segundo a maioria d palestinianos deveriam ser exterminados ou, pelo menos, expulsos para o mar "cor de vinho.
Antes que me roguem alguma praga malvada devo advertir que discordo absolutamente de toda e qualquer tentativa, passada, presente ou futura de icuoação de tessas atribuídas desde 1948 (ou vá lá um pouco mais tarde, depois das primeiras guerras ingloriamente perdidas por uma coligação de exércitos árabes cujos pobres combatentes não sabiam sequer porque tinham sido arrebanhados para ir morrer numa terra que nada lhes dizia. Aliás, bastava-lhes ver os imensos campos de refugiados que estavam e estão em Gaza, no Líbano ou na Jordânia e provavelmente até na Síria.
De resto, e lamentavelmente, o único exemplo que conheci de um país separado mas com hipótese de ligação marítima foi o Paquistão. A coisa durou pouco como se previa porquanto, tirando a religião, nada ligava os bengalis ao ocidente paquistanês. Uma guerra curta mas mortífera resolveu o problema se é que a pobreza galopante em ambas as partes pode considerar-se boa solução.
Portanto, e para voltar ao campo de ruínas de Gaza, este acordo pode, apesar de tudo. pôr fim a um desastre medonho.
É certo que há quarenta e tal mil mortos (homens, mulheres crianças, militantes do Hamas ou de outras organizações "terroristas". Também se suspeita que haverá, pelo menos, 33 reféns mortos. Sabe-se igualmentre que numa segunda e última fase serão devolvidos os homens adultos sobreviventes, alguns soldados. Do lado israelita serão libertados 2000 prisioneiros, excepção feita aos terroristas do aatque que provocou a guerra e que não serão libertados.
fica por esclarecer a reconstrução de Gaza que é coisa para durar no mínimo vinte anos. Tenho as mais fortes dúvidas que Israel a apoie bem como é de crer que do território israelita hája fornecimento ttde água, energia ou alimentos. Igualmente não se sabe se as dezenas de milhares trabalhadores gazaouis que diariamente iiam trabalhar para Israel recperarão os seus empregos.
De todo o modo há uma trégua em perspectiva que, nada garante que seja efectiva. O Hamas não controla os restantes grupos, menos ainda os yemenitas.
O mesmo se diga do resto do Hezbolah mesmo se a revolução síria lhes tenha fechado o acesso a armamento iraniano.
Ha aqui uma clara vitória do Qatar, dos EUA e também, não vale a pena negá-lo, de Netahnihau.
Pelos vistos Trump também canta vitória. O argumento não é assim tão despiciendo. As ameaças feitas durante a campanha eleitoral poderão ter atemorizado o Hamas. De facto a criatura é alucinada e Gaza apenas um pedaço de terra que ninguém defende especialmente, por muito que isto custe aos militantes pró Palestina, americanos e europeus. São uma minoria eventualmente barulhenta mas não passam disso e a Palestina é apenas, ou quase só, um dos focos do argumentário pobre do anti capitalismo.
De todo o modo, Joe Byden encerra o seu mandato com um forte sinal que, mesmo que seja, pouco apreciado nos EUA, deixa uma marca importante
A ver vamos, como dizia o cego...