estes dias que passam 963
Está que ferve!...
(o PS e as presidenciais)
mcr, 11-2-25
Ler os jornais (no caso, o "Público") pode ser mais divertido do que instrutuvo.
Veja-se a disputa (se existe) Seguro-Vitorino, melhor dizendo, a confrontação entre proto-partidários de ambos.
No domingo a jornalista agora opinante Ana Sá Lopes, num laborioso exercício jura que o PS vai apoiar António José Seguro.
Hoje, terça feira, João Miguel Tavares diz exactamente o contrário e garante que no PS há um profundo ódio a Seguro alimentado por ex-socráticos puros e duros e ex-socráticos rapidamente reconvertidos em costitstas. Segundo JM Tavares, os primeiros nunca perdoaram o silêncio acusador de Seguro, sentado na última bancada do hemiciclo enquanto Sócrates reinou. Sabiam que aquele pundonoroso silêncio valia mil palavras e, sobretudo, não aceitava sequer qualquer diálogo com o 1º ministro.
Sócrates caiu, Seguro foi eleito e depressa demoliu o que pode do poder socrático. Ganhou quase de modo coreano as eleições internas (96% dos votos!) ganhou as eleições europeias mas costa, emboscado veio logo dizer que essa vitória sabia a "poucochinho".
Em boa verdade uma vitória é uma vitória e Costa depois de destronar Seguro conseguiu perder umas eleições frente à AD e só foi salvo por Jerónimo de Soisa que lhe ofereceu de mão beijada os votos do PC e (forçada) os votos do BE.
E costa governou algo que justamente se chamou a "Geringonça" e logo que pode sacudiu o PC e o BE.
Durante o consulado de Costa, Seguro botou a remeter-se ao silêncio até que, findo o período costista numa legislatura que incrivelmente malbaratou uma maioria absoluta, reapareceu como comentador e começou a dar mostras de que concorreria às presidenciais.
Tudo indica que mesmo depois deste eclipse de oito longos (e quase perdidos) anos Seguro ainda manterá uma forte rede de contactos dentrodo PS. Se é ou não suficiente para vencer a coligação socrático-costista. É verdade que tem alguns inimigos poderosos, o mais visível dos quais terá sido Augusto Santos Silva que, de facto, disse o que Mafoma nunca se atreveu a dizer do chouriço.
Se Santos silva alguma vez sonhou com a Presidência da República, terá já desistido. ASS terá muitos e fortes defeitos mas é inteligente e cedo percebeu que as suas hipóteses de concorrer eram mínimas fosse em que cenário fosse. Todavia, a temível acusação a Seguro foi, para além de desleal entre camaradas de partido, feia e falsa.
De resto, a magna reunião dos socialistas sobre a eventualidade presidencial foi um aborto absoluto. Seguro, ele mesmo, já tinha avisado que dentro da cozinha presidencial socialista, havia uma quase certeza de que lhe preferiam Vitorino.
Por seu turno, corre à boca cheia que Vitorino começa a perder vontade de se meter num vespeiro. Contra ele também já se afiaram facas sendo a mais visível a acusação da drª Ana Gomes que com a sua habituale pesada elegância lhe chamou "lobista2 entre outros mimos igualmente rasteiros.
No meio desta completa e sensaborona barafunda o espectáculo da desorientação do PS e, nomeadamente, do sr Pedro Nuno, confrange qualquer cidadão, mesmo os que, como eu, nunca o tiveram como político interessante.
No meio disto tudo, a candidatura de Marques Mendes vai prosperando, preenchendo o vazio, lançando bases para eventuais alianças. Não deixa de ser curioso que o Presidente da Câmara de Fafe, militante socialista já tenha declarado que para as presidenciais apoiaria o seu conterrâneo
por outro lado, quer o PC quer o BE irão apresentar candidatos pelo que alargar qualquer coisa à esquerda o PS só poderá eventualmente contar com o LIVRE e o PAN caso estes dois agrupamentos decidirem não aproveitar as oportunidades (mesmo se minguadas) que uma campanha presidencial oferece.
Não vou aqui introduzir a proto-candidatura de Gouveia e Melo não só porque não é segura mas também porque também já começaram a ensaiar-se ataques e críticas todos centrados na "falta de experiência política" e no facto de o eventual candidato ser um militar na reserva. Ou seja a condição de militar afinal é uma capitis deminutio política num país que enche a boca com os "capitães de Abril. Ou por outras palavras: quase se diria que entre o almirante e aventureiro Ventura este último tem mais capacidade para o cargo!
Ao que se chegou!