estes dias que passam 991
Não há como a América para produzir filmes de gangsters
(ou a realidade ultrapassa sempre Hollywood)
mcr,7-6-25
Não sei se quem me lê vê (ou gosta) de filmes negros americanos especificamente de filmes sob o tema do gangsterismo triunfante.
Não vou citar a série "Padrinho" mas apenas um filme com excelente música (e belíssimas actuações) que se chamava "Cotton Club"." (que foi de resto um dos grandes centros do jazz nova-iorquino). Se a memória não me galha há nesse filme dois ou três retratos impiedosos e inquietantes de gangsters famosos e reais. De certo modo, sem tentar beliscar a enorme qualidade do fprimeiro vale a pena atentar no segundo (aliás ambos os filmes foram realizados por Copolla mas o primeiro tinha um elenco de luxo , a começar por Marlon Brando e a acabar em diane Keston. Onde o segundo é melhor é na escolha musical que o tornou absolutamente icónico para quem gosta de jazz.
Todavia não venho aqui falar de cinema, nem especialmente dos gteíveis gangsters dos anos da depressão.
De facto, a lição mais evidente da grande maioria dos filmes de gangsters é a de que entre aquela gente a honra é uma palavra vã e a amizade, a solidariedade não tem curso legal. Poderá, de quando em quanfo, haver uma temporária aliança entre duas sumidades do bas fond mas a regra é queo. entre estes cavalheiros a rivalidade alguma vez virá ao de cima e a luta que se segue é medonha. Neste meio só a morte, se possível, violenta, do outro é que vale. Quanto mais violenta, melhor porqunto a fama e o ascendente do novo criminoso necessita que seja conhecido e reconhecido como alguém que veio para dominar . Dominar absolutamente, doa a quem doer, custe o que custar.
Os dias que correm, mostram de maneira evidente que a lição dos bosses mafiosos permite compreender melhor o mundo em que se vive e as batalhas que hão de surgir.
Porém, os actores não tem a qualidade dos já citados artistas do Cotton Club ou de O padrinho. são risíveis, rasteiros, megalómanos, perigosos. E capazes de tudo!
Também não me compete fazer agora a crónica judiciária (ou qualquer outra) de alguns "heróis do nosso tempo".
No entanto, o filme real a que assistimos apenas começou e promete muito, olá se promete.
Ou como se dizia: zangam-se as comadres e descobrem-se as verdades.
Ao contrário do que assegurava Gramsci, a verdade não é sempre revolucionária sobretudo em tempos em que as fake news (graças ao poder do dinheiro e às redes sociais) gozam de impunidade e circulação.
Quando dois escorpiões se enfrentam devemos desejar que se firam mortalmente um ao outro.
E com este pio voto, aqui vos desejo bom domingo e, se possível, melhor(es) semana(s).