homem ao mar 60
Liberdade vigiada 40
Insistindo, insistindo...
mcr 12 de Junho
Quando se escreve num blog, há obrigações: A primeira é dizer a verdade, doa a quem doer. A segunda, obviamente, é corrigir o que se disse se errado.
Acontece que comentei há dias as nomeações de Pedro Adão e Silva e de Ana Paula Vitorino. Em nenhum dos casos usei qualquer argumento que se prendesse com os ordenados que irão auferir. Todavia, já que alguém entendeu informar-me, sempre direi que a segunda personalidade irá auferir um salário mensal de sensivelmente 12.000. Nada mal para quem, até à data era deputada. Quanto a Pedro Adão e Silva vejo que irá ganhar 4500 euros mensais. Nada mal, também porquanto supera largamente o ordenado de professor auxiliar. Relembro que nunca tinha mencionado os ordenados pela simples razão de que isso pouco importa: estão na lei e quanto a isso não há argumento que valha. Todavia, que são bastante simpáticos, são...
Quanto a Pedro Adão e Silva, ouvi-o afirmar que, depois da queda de Ferro Rodrigues dentro do PS, se afastou da vida partidária. Ora agora, circulam informações que reputo verdadeiras que o dão com um dos membros do staff de Sócrates em 2008 e que, a esse título, participou activamente na elaboração do programa daquele político. Ou seja se se afastou não foi decerto quando Ferro foi substituído, como deu a entender. Por outro lado, como o oiço regularmente na tv tenho por evidente que ele defende normalmente as políticas do PS. De resto, parece mais que evidente que esse é o papel que lhe cabe, face a uma ex-militante do BE e a um do PSD. Exactamente, como, por exemplo, Ana Catarina Mendes está na circulatura do quadrado frente a Pacheco Pereira (que se é militante do PSD representa seguramente a ala esquerda da ala esquerda da esquerda (!!!)pepêdista, e a um militante assumido do CDS, mesmo que já não exerça qualquer cargo nesse partido (e é pena dado o que por lá vai...) há bastantes anos.
Se fosse eu a decidir sempre diria que Ana Catarina, sobre ser uma mulher inteligente e combativa, não deveria estar nesse espaço porquanto é uma política no activo. Mas isso já tinha acontecido com António Costa cuja popularidade muito deve à sua participação no programa.
E lembraria que a televisão é um meio extraordinário para lançar políticos ou para fortalecer a sua popularidade. Até Medina é comentador televisivo! Suponho que ninguém me pedirá mais e melhores exemplos...
Ontem comentei a triste vergonha, a bufaria desenfreada, que atingiu a Câmara Municipal de Lisboa. Até ontem, eu dava a Fernando Medina o benefício da dúvida sobre se ele sabia ou não qual o destino das informações sobre organizadores de manifestações.
Infelizmente, agora, sabe-se que, já em Junho de 2019, alguns jornais e a televisão, noticiavam frete idêntico: de facto numa manifestação sobre o povo palestiniano (que nem sequer chegou ou passou perto da embaixada de Israel) a CML enviou prestimosamente os nomes dos activistas palestinianos que se responsabilizaram. E por essa mesma altura, soube-se que actuações idênticas tinham ocorrido em manifestações sobre a Venezuela e a China.
Ora a menos que o dr. Medina esteja com alzeimer violento, e por isso desmemoriado, ele sabia perfeitamente do que a (sua) casa gastava. Não pode alegar “burocracias”, nem desconhecimento quanto à amável transmissão de dados à Embaixada russa. E muito menos vir alegar que tudo isto é politiquice suja e selvagem, a fossa da política. S menos que a amnistia Internacional agora também conspire conta o governo português e a gestão camarária de Lisboa.
Paatético e absolutamente tolo foi o gesto da CML de pedir à Embaixada que destruísse os dados enviados. A embaixada com uma surpreendente ironia, veio afirmar que nada fora transmitido a Moscovo e ao mesmo tempo lembrar que a activista russa (um dos três signatários) poderia ir tranquilamente à terra.
Como os leitores saberão, um cavalheiro russo de seu nome Navalny, decidiu ir tratar-se na Alemanha depois de ter “contraído” um envenenamento horrendo numa cadeia que o hospedava graciosamente. Como os russos não queriam que ele morresse na cela, puseram-no em liberdade condicional e às portas da morte. O ingrato súbdito do clemente Vladimir Putin entendeu que talvez na Alemanha o pudessem tratar. De facto, ao fim de seis longos meses (seis, repito, meio ano) estava melhor. Em vez de ficar no país que o salvara, entendeu, o teimoso, voltar para casa. E foi imediatamente preso não só porque estava vivo mas sobretudo porque violara a liberdade condicional. E já se prevê novo julgamento, provavelmente sob a acusação de roubo da carteira de Putin, assassinato de alguma velhinha ou algo do mesmo género.
Está pois tranquilizada a activista convidada a ir dar um passeio pela praça Vermelha. O diabo é se, com os vícios que se lhe hão de conhecer, cospe no túmulo de Lenin, ou rouba um par de carteiras aos sentinelas do Kremlin...
E está pois, tranquilizado, o dr. Medina e os silenciosos dirigentes do PS que andam mudos como carpas quanto a esta extravagante missão da CML.
Nota final: o dr. Medina afirmou, ou alguém por ele, que a lei sobre manifestações previa este género de informação. Não prevê. Todavia, o PS já fez saber que vai mexer na lei. Não é preciso. A lei é clara e a Lei da Protecção de Dados em vigor há já algum tempo também é claríssima.
Os leitores farão o favor de registar que não peço a demissão do autarca. Não vale a pena. Esta gente nunca se demite e pedir tal coisa só os acirra!
Só lamento uma coisa: u tinha uma impressão positiva, não vou dizer entusiástica, mas positiva, do dr. Medina.
Tinha, já não tenho.
(mais uma vez não falo das eleições autárquicas no Porto e da participação do PS. Depois de Pinheiro, eis que a deputada independente Gamboa também se esquiva. Neste leilão, a praça continua teimosamente deserta...)
* na vinheta: bondosos e sacrificados polícias russos esforçam-se por levar cidadãos em esttado de maldos ebriedade para zonas da cidade onde o frio não seja tão intenso