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Incursões

Instância de Retemperação.

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liberdade vigiada 148

d'oliveira, 27.09.21

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Liberdade vigiada 148

Guardado estava o bocado...

mcr, 27-09-21

 

Quando Calos Moedas, recém chegado à pátria madrasta depois de ter sido um muito razoável Comissário europeu, entendeu candidatar-se a Lisboa não faltaram urubus alucinados pela carniça morta a passa-lhe a certidão de óbito política.

As sondagens (e aqui convém voltar a questioná-las) davam-lhe na melhor hipótese dez pontos a menos que o “imcumbente” Fernando Medina.

Mesmo ontem, durante algum tempo, os comentadores televisivos, apesar de surpreendidos, davam-no como derrotado mesmo se por uma margam mais estreita.

E afinal, foi o que se viu: uma vitória elegantemente cumprimentada por Fernando Medina (e aqui está um bom exemplo a seguir)derrotado mas também ele efusivamente  cumprimentado pelo vencedor.

Eu que não sou votante em Lisboa, não votaria Medina por uma razão tão óbvia quanto ética: o caso da entrega de listas de cidadãos manifestantes à embaixada russa.

Tal facto pode ter custado a CML a Medina que porém é ainda jovem e pode ter um futuro político dentro do PS. Seja qual for o futuro da vereação lisboeta, esta é uma enorme iniludível vitória de Carlos Moedas e uma preciosa ajuda a Rui Rio que, aliás tem em Coimbra uma importante vitória e consegue, no Porto, roubar a maioria absoluta a Rui Moreira.

Dou como certo que, neste caso, a pesada derrota do PS fez transferir para o PC e para o BE boa parte dos votos socialistas.

Neste caso, Rui Moreira, que fez o papel de um contra todos, e conseguiu ter mais votos do que os dois seguintes candidatos ( o que não é despiciendo...) foi acossado pela história da Selminho, oportunamente ressuscitada a alguns meses da eleição. De notar que este assunto fora anteriormente encerrado nas mesmas instâncias que posteriormente  o reabriram. Quem não acredita m coincidências que tire as conclusões que entender.

Coimbra é uma lição como diz a canção e foi-o claramente para o ex-Presidente da Associação Nacional dos Municípios. De nada valeu a tonitruante promessa de Costa que seguramente não enganou o eleitorado conimbricense.

No mesmo distrito, Santana ganha a Figueira por cerca de 600 votos, não consegue a maioria absoluta, não vai ter a vida facilitada (também não a merece!) e deveria agradecer ao PS que, a meio mandato do anterior presidente  o enviou para Lisboa o Há momentos em que as pessoas não percebem que entre ser um anónimo deputado em S Bento ou um Presidente numa cidade média, o último cargo pode valer mais a pena.

Oeiras e Cascais aumentaram (ao contrário de Sintra) as votações nos respectivos vencedores já anunciados. Em ambos os municípios a CDU evaporou-se.

A mesma CDU perde estrondosamente Loures, além de mais algumas câmaras. É verdade que reconquistou aduas ou três, perdidas em anteriores eleições, mas o balanço é duro, duríssimo: a erosão do seu eleitorado é visível a olho nu. Até Jerónimo de Sousa  o  reconhece, ao invés de um par de altos dirigentes comunistas que a meio da noite e do terramoto, ainda falavam em “consolidação” deposições e aumento das mesmas! Ou são vesgos, ou estavam com os copos ou confundem o marxismo com o marchismo mas isso só ocorre no Santo António...

A perda de influencia da CDU ou do PC, para ser mais preciso, é constante ao longo de todas as ultimas eleições. Perde votos, perde eleitores, restringe-se cada vez mais à cintura de Lisboa e ao Alentejo, está a caminho de se transformar num partido regional,

Em Almada, a mal amada, de nada serviu a senhora paraquedista Maria as Dores Meira. É verdade que governou doze anos Setúbal mas pelos vistos não foi suficientemente milagreira a poucos quilómetros de distância. A CDU também perde nas Ilhas (Na Madeira fica mesmo atrás do Chega!). Aqui, o vencedor é o PSD sozinho ou em coligação sendo significativo que, nos Açores ganha mais quatro câmaras ficando ultrapassando o PS que tem nove câmaras.

Se é verdade que o PS mantém o primeiro lugar em Câmaras e Juntas de freguesia, não menos verdade é que o PSD encurtou a distância que os separava, averbando, pelo menos,  mais dezasseis câmaras às que tinha. Neste ponto, Rio cala ou tira voz a muitos opositores internos e acaba por ser um dos vencedores da noite.

O BE perde um considerável número de vereadores, mesmo ganhando um no Porto.

È verdade que nunca teve especial vocação autárquica e que os seus votos se limitam às xonas urbanas mais significativas e com maior densidade de jovens de classe média e com estudos. Não penetra no “povo” apesar das juras de amor de Catarina Martins e dos fretes que o PS lhes faz para obter algum apoio.

Entretanto o Chega estreia-se com onze vereadores (quase sempre no Sul e em Lisboa).  Não ocorreu a avalanche de votos que se previa e o seu líder lá conseguiu u modesto lugar de eleito. Afinal os anunciadores de catástrofes também aqui se enganaram. E redondamente.

O Chega não ficará no quadro dos vencedores justamente porque ganhou muito pouco tendo prometido muito mais.

De todo o modo, mesmo mantendo a maioria em Câmaras e freguesias Costa perdeu absolutamente a aposta. A sua estridente, desajustada, megalómana campanha onde constantemente se confundiram as figuras de primeiro ministro e de secretário geral do PS, teve resultados medíocres. Costa, com Jerónimo, também é um dos derrotados da noite.

Há, finalmente uma outra, formidável, derrota. A enorme abstenção verificada começa a suscitar em certas imaginações mais férteis no capítulo do autoritarismo, a ideias de que deveria ser obrigatória a participação dos cidadãos nas eleições. Sob pena de multa, para já que depois hão de surgir outras sanções (se ainda houver democracia e liberdade...)

Pessolamente, tenho por certo que o que se passa é que os cidadãos já não esperam grande coisa da ida às urnas. Não acreditam no futuro, não veem nos eleitos qualidade suficiente, nem trabalho capaz. Os cidadãos portugueses desconfiam que com eleições ou sem elas nada se modificará substancialmente.

E é nesse estado de espírito que se deve intervir. Há que provar que vale a pena. No caso das legislativas bastaria, provavelmente mudar para a eleição nominal, Ter um deputado a quem pedir contas é outra coisa.

Nas utarquias com a dispersão por pelouros também não se vê exactamente a vantagem de eleger um presidente que depois tem de repartir o seu poder executivo directo. Às vezes por dez, cem, seiscentos votos...

E as juntas de freguesia deveriam ter mais poderes próprios e maior independência da Câmara Municipal.      

Senão não vale a pena...

 

*a vinheta Paços do Concelho do Porto.  que diabo estou farto de ver aparecer os de Lisboa. N~sou bairrista, nem sequer do Porto (nem do FCP!...) mas de wuando em quando dá para ver outra CÇamara. Aqui está.