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Incursões

Instância de Retemperação.

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Instância de Retemperação.

o leitor (im)penitente 254

d'oliveira, 16.11.22

 

 

 

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A burla indiana

mcr, 16-11-22

 

 

quem me lê sabe quem sem ser um especialista, perito, sequer historiador, tenho um forte interesse no que se convencionou chamar “história da expansão portuguesa” mormente em Árica.

Vivi parte da minha adolescência em Moçambique e ficou-me desde então uma inusitada paixão pelo território, pela sua gente, pelos costumes e línguas para já não falar na paisagem. 

Se eu pudesse (e tivesse um par de anos a menos) faria todos os anos férias naquelas praias que frequentei e tentaria descobrir as muitas terras que não cheguei a conhecer. 

À medida que começava a conhecer a história (e as misérias do sistema) colonial ,ais e mais me fui embrenhando nas revistas portuguesas (e são uma infinidade...) que na época analisavam a colonização, as guerras de ocupação, a evolução das sociedades coloniais. 

Há mesmo, neste copioso acervo de publicações animadas por “africanistas”, muita informação de primeira água sobre aspectos etnográficos ou geográficos que  ainda hoje são relevantes. 

Uma das publicações que, desde uma boa dúzia de anos, me interessa é a “Revista Portuguesa Colonial e Marítima “ publicação iniciada em 1897 e terminada nas vésperas da República.

Comecei a comprar os fascículos mensais depois de ter descoberto uma razoável quantidade deles num alfarrabista lisboeta que me garantiu que eu estaria a adquirir exemplares vindos da biblioteca de António José de Almeida, “africanista” notório e um dos pais fundadores da República. 

Curiosamente, os primeiros volumes da publicação não foram difíceis de coligir mesmo se tivessem vindo de várias proveniências. Mas a partir dos fascículos 100 a coisa tornou-se praticamente impossível. Se já antes havia falhas a partir daí (ano de 1905) nunca mas encontrei um único!

De quando em quando, arriscava-me a lançar uma pesquisa na internet  mas essa tentativa foi mal sucedida durante um boa meia dúzia de anos.

Até que, maravilha das maravilhas, encontrei subitamente um site hospedado em AB Books que me garantia todos os volumes em falta. 

E a preços decentes mesmo se esta noção tenha significados muito diferentes de leitor para leitor. 

Tudo correu bem (hoje mesmo recebi cinco volumes dos 9 ou 10 encomendados) e quando me gabei, há um par de dias a um grupo de alfarrabistas amigos ou conhecidos, eles gozaram-me. Que eu tinha embarcado num conto do vigário indiano que, pelos vistos, toda a gente conhecia. Que aquilo era o chamado “print for demand” enfim meras fotocópias das publicações que me interessavam.

Claro que era verdade. Estes volumes, encadernados num sintético sem especial beleza, são isso mesmo. Para os bibliómanos e blbliófilos encartados a coisa é uma grosseira falsificação. 

Todavia, eu apenas quero estes volumes para ler, eventualmente apenas os artigos que me interessarem. Digamos que, em vez de ir a uma biblioteca nacional tenho o que quero comodamente em casa. Se é assim, e é assim mesmo, tanto me faz ter o original como a fotócópia que, de resto, é de excelente qualidade. Só a encadernação (escusada) me irrita mas isso , até isso!, pode resolver-se mandando retirar esta e substituí-la pela que protege os volumes que já tenho. 

Os meus sorridentes amigos e conhecidos já ouvirão das boas quando os encontrar...