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Incursões

Instância de Retemperação.

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Instância de Retemperação.

o leitor (im)penitente 277

mcr, 06.01.25

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A revolução que deu frutos

mcr, 4-1-25

 

Está prestar a fechar portas a exposição "surrealisme"  no Centre Georges Pompidou que ira fazer um par de viagens pela Europa durante todo este ano mas que não chegará a Portugal  (como de costume...).

Por razões quase absurdas não pude ir vê-la  pelo que tive de me contentar com o sumptuoso catálogo   onde surpreendentemente falta o catálogo da exposição "Le surrealisme en 1947" quealém de reunir 25 multiplos trazia na capa o famoso "objecto" de Marcel  Duchamp: um seio em relevo com a menção "priére de toucher ".

Consultada a parte do catálogo actual na parte que diz respeito aos inueros textos, revistas, manuscritos "cadavres exquis"  estranha a falta  daquilo que, mesmo hoje, pode ser considerado um dos  mais importante documentos da aventura surrealista. 

De todo o modo, mesmo para um "leitor (im)penitente" como eu que, depois de ter descoberto o surrealismo literário (português), por volta de 1962, nunca mais deixei de tentar ler, ver, perceber aquela aventura empolgante.

Foi com a leitura de O'Neil e Hélder (mais que com Cesariny!) que comecei. foi o António Manso Pinheiro que viria a ser o editor da Estampa que fui introduzido nesse singular clube, o único a que me mantenho fiel. 

Anos, poucos, depois, durante umas férias de Verão  em Miramar, descobri num alfarrabista portuense um bom quarteirão de obras francesas, algumas em primeira edição. Comprei  imediatamente todas as que pude (bm poucas, de resto, que os morabitinos eram escassos) e combinei voltar no dia seQuinte para tentar comprar o que faltava. Quando, de facto, voltei o raio do homem tinha vendido tudo a alguém que com o mesmo faro e mais dinheiro no bolso, levara tudo. 

Muitos anos, depois, em Paris, no fim de uma estadia e logicamente já com poucos francos "en poche", entrei na Maeght parisiense e perguntei pelo catálogo de 47. As meninas que me atenderam perguntaram logo se eu procurava o que tinha o "objecto". Na altura nem percebi bem mas não foi dificil  chegar  ao seio de Duchamp. . Não o tinham na loja mas podiam requisitá-lo à casa mãe , também ela editora do referido livro (a editora  real era outra, algo que se chamava "Pierre a Feu") . E lá comprei esse catálogo que, em boa verdade é tão só um fac-simile do original. Agora o original anda por aí por largos milhares de euros  (vi mesmo um  livreiro alfarrabista descarado e alucinado a pedir 100.000! De todo o modo creio que nunca se arranjará a peça completa (com os múltiplos) por menos de 5 a 7000 euros. 

Este catálogo que dá origem ao folhetim celebra a data redonda (100 anos) do nascimento do movimento surrealista. A exposição no CoGP tem, de resto, mas noutra sala (suponho) ,o escritório de André Breton que o museu comprou há já varios anos e que, por si só, já dá uma ideia  bastante interessante da actividade dos surrealistas que entre outras opções de negócio deram a conhecer e a vender muitas peças de arte negra e ameríndia. 

Há dias, o "Público apresentou duas inteiras páginas sobre a exposição  o que me permite não ter de descrever com mais pormenor o conteúdo do catálogo. De todo o modo, a vinheta mostra a uma das estantes com obras sobre o surrealismo e aí constam muitas das peças (mas originais!) do movimento.

na vinheta

estante dos livros sobre o surrealismo (exceptuam-se as obras literárias) com algumas peças sobre o dadaísmo, o futurismo, a internacional situacionista e o College de Pataphysique