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Incursões

Instância de Retemperação.

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Instância de Retemperação.

O leitor (im)penitente 283

mcr, 24.03.25

 

 

 

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Um agitador cultural como  há poucos, muito poucos, um amigo e um especialista em petisqueiras varia. : Francisco Guedes (de Carvalho)

mcr. 24-3-25

 

Conheci o Xico Guedes há cinquenta  e um anos, mais dia menos dia. ele a a Manuela Sinde, sua mulher, eram amigos da Luísa Feijó, minha amiga desde os anos de Coimbra.  Não sei do que teremos falado mas a partir daí criou-se uma sólida amizade, muito para além da política, dos livros , do dia a dia 

Juntos e logo nos primeiros tempos fizemos uma longa viagem invernal pelo Alentejo e Algarve. Essa excursão numa carrinha Volkeswagen, animada pela gritaria dos miudos Feijó/cunha e, todas as manhãs, criticada pela Teresa Feijó que se indignava por os outros "atamancarem os pequenos almoços (sic)",  permitiu-nos descobrir várias coisas de que, em homenagem ao Xico, apenas refiro um delicioso vinho da adega Mendonça herdeiros (em Borba) e o magnífico queijo de Serpa. queijo e garrafas de vinho etiquetadas à pressa pelo vinicultor, entupiram a bagageira. Depois, num restaurante onde se reuniam duas dúzias de amigos  e que chamava "farmácia Campos" impusemos esses vinho e queijo  a toda a tribo guedes de Carvalho, ao clã sisa e mais uns quantos. 

entretanto o Xico foi trabalhando em várias editoras, chegou a ter uma e depois revelou-se ao organizar primeiro as "correntes de Escrita" na Póvoa ,e mais tarde, em Espinho o festivl "Literatura em Viagem", dois êxitos absolutos que mesmo sem ele, conseguem resistir à usura do tempo. 

Colaborei muito neste último do qual me desliguei quando o Xico, por razões que desconheço, se demitiu.

O xico partiu para outras aventuras literárias (tradução, escrita de livros sobre gastronomia e pouco a pouco fomos deixando de nos encontrar tanto mais que a Manuela morreu. 

Há uns meses falamos ao telefone e ficáos de nos encontrar  "quando o tempo estiver mais quentinho". 

Hoje, a CG, que frequenta redes sociais deu com a notícia da morte (ocorrida esta manhã). como de costume o mensageiro foi o Manuel Valente que também era amigo e como editor sempre colaborou com as correntes e o Lev.

Não vou, não caio nessa!, dizer que esta morte aos setenta e cinco anos deixa um vazio irreparável na cultura nacional. Nçao faço essa desfeita oa xico  e que, aliás, é um nariz de cera  mas que comum.

O Xico faz falta à malta amiga que o conhecia e apreciava. à família obviamente ,ao João e à Francisca e aos irmãos.  Fica-me a sua memória , a sua voz, e a defesa intransigente de um certo estilo de vida (slow food, incluído).  E, como de costume, fico ainda mais só, doença de uma idade  que avança e já começa a parecer-me demasiada.