O referendo na Ucrânia

JSC, 11.05.14

Culpa do que se passa na Ucrânia é da UE, diz Schroeder

O antigo chanceler alemão Gerhard Schroder considerou hoje numa entrevista que a União Europeia (UE) é a principal responsável da crise ucraniana por ter obrigado Kiev a escolher entre um futuro com a UE ou com a Rússia.

Plagiando um dos comentários à notícia, «Suspeito que o Schroeder não lê nem o DN, nem o JN, nem o CM... e depois dá nisto: Opiniões "distorcidas", "mal fundamentadas" e "irrealistas"...»

publicado às 20:36

2 comentários

d'oliveira 13.05.2014

O sr Schroeder foi chanceler da Alemanha na qualidade de primeiro dirigente do SPD. Do seu apregoado socialismo não vale a pena falar. Não foi mais do que uma tradução de Blair em calão alemão.
Depois de sair do entediante governo alemão, entendeu que era tempo de ganhar a vidinha e aceitou um cargo altamente remunerado numa empresa Nord Stream AG que nada mais é que a principal parceira do gigante russo Gazprom. convirá salientar que pouco antes de terminar o seu mandato no governo alemão foi o principal responsável por um aval de mil milhões de euros à mesma Nord Stream e aos projectos de oleodutos de petróleo entre a Rússia e Alemanha.
Tem sido critica unanimemente pela imprensa internacional pelo seu extremado apoio a Putin e aos interesses da plutocracia russa. Nos Estados unidos, o congressista democrático Tom Landos presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros chamou-lhe mesmo "prostituta política" e na Alemanha nem o SPD o defende.
Convenhamos que a opinião acima referida a condenar a Ucrânia tem claramente sabor a sabujice político-económica e merece o credito que merecer, ou seja nenhum.
A Ucrânia não será um menino do coro mas a contínua pressão russa (agora lá vai o Donetz) também nada tem de angélico.
E quanto à influência da Direita na Ucrânia conviria relembrar que Putin não passa de um tiranete ultra-nacionalista e reaccionário. Com a agravante de ser presidente de um país que garantiu as fronteiras da Ucrania quando esta aceitou devolver o arsenal (o gigantesco arsenal nuclear) que detinha no seu território. Como se vê, Hitler tinha razão ao dizer que os tratados não passavam de papeis para rasgar.
JSC 13.05.2014

Vejamos, o interesse da notícia, para mim, está em ser o Schroeder, ex- chanceler da Alemanha e homem de direita, a reconhecer a responsabilidade da UE na crise ucraniana. Quanto ao resto bate tudo certo. Aliás, o próprio o Schroeder fala na entrevista da tal empresa e da sua relação com a mesma e com o Putin. Quanto ao epíteto com que o tal congressista o mimoseou, isso vale o mesmo que o dito de um outro expert polaco que considerou, há dias, Durão Barroso um perigoso esquerdista, maoista e tudo o mais. Esta gente, como se sabe, são uns exagerados…

http://corporacoes.blogspot.pt/2014/05/alemaes-solidarios-com-portugal.html

Voltando à Ucrânia parece-me que o governo de Kiev tem a mesma legitimidade que o autoproclamado governo da Crimeia ou de Donetz. Todos nasceram na e da rua.

Quanto aos tratados, ninguém perguntou aos habitantes da Crimeia ou aos outros se queriam ser ucranianos à datada assinatura dos tratados, do mesmo modo que nos anos 40 ninguém lhes perguntou se queriam deixar de pertencer à Rússia para passarem, administrativamente, por decisão do PCUS, para a Ucrânia. A coisa não é simples. Ter vozes da direita a contraditar as políticas americanas, que a Europa segue cegamente, merece relevo.

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