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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Reconfinados, por nossa conta

José Carlos Pereira, 16.01.21

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Ontem voltámos a um confinamento (quase) geral para travar o crescimento dos números de infecções e mortes por covid-19. A evolução da pandemia nas últimas semanas e as perspectivas para o resto do Inverno a isso conduziram, sob pena de criarmos o caos nos hospitais e perdermos vidas sem fim.

Não sei se o crescimento registado se deveu mais ao abrandamento das medidas no Natal, ao agravamento das condições climatéricas, com temperaturas muito baixas, ou à evolução e adaptação do vírus. Não tenho visto conclusões definitivas a este propósito. A verdade é que algo tinha de ser feito neste momento.

O confinamento de Janeiro/Fevereiro será, contudo, muito diferente do de Março/Abril. No ano passado, o receio e o medo do vírus e do desconhecido fecharam as pessoas em casa. Hoje, muitos portugueses pensam que sabem como limitar os contágios e as infecções e arriscam muito mais a exposição pública. O cansaço relativo às limitações de circulação também acaba por empurrar as pessoas para uma vida "normal".

Ontem, no Porto, durante boa parte do dia, a circulação de pessoas e viaturas mostrava poucas diferenças em relação ao dia anterior. Hoje, durante o meu exercício físico individual pelo campus universitário da Asprela, vi grupos a exercitarem-se em conjunto e pares de amigos e namorados descontraídos nos espaços verdes. Tomar café à porta dos estabelecimentos em grupo virou ponto de encontro de amigos e familiares.

Se é verdade que todos nós consideramos descabidas algumas das dezenas de excepções permitidas pelo Governo, não podemos perder de vista o desafio e a prudência de ficarmos em casa sempre que possível. Quem viu o seu negócio fechado aponta o dedo à excepção que permite que o estabelecimento do vizinho do lado continue aberto, o que até se compreende, mas é fundamental apreendermos que nenhum governo, nenhuma lei vai substituir aquilo que só compete a cada um de nós: adoptar o máximo de bom senso na interpretação do estado em que está o país, a saúde e a economia.

Os hospitais começam a dar sinais preocupantes, com doentes a terem de ser transferidos e outros a esperarem longas horas pelo atendimento. Será que só com imagens chocantes, como as que nos chegaram de Itália ou Espanha em 2020, acabaremos com os abusos que abundam por aí? Convém perceber que se, este confinamento não produzir efeitos, o caminho será o agravamento das medidas, arrastando a economia nacional para uma queda de proporções desconhecidas.

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