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Incursões

Instância de Retemperação.

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Sindicalismo ou terrorismo sindical?

JSC, 31.01.19

A jovem Associação sindical dos enfermeiros lidera o que chama de segunda “greve cirúrgica”., tendo por objectivo pressionar o Governo a atender todas as suas reivindicações, que, a serem atendidas, gerariam o caos na administração pública pelo impacto financeiro directo sobre o Orçamento (suportado pelos contribuintes) e por alavancar reivindicações noutros sectores de actividade.

 

Atente-se que nos últimos três anos o seu salário-base passou de 1020€ para 1200€. Agora pedem, nanda mais nada menos, um aumento superior a 33% para o salário-base, que corresponde a mais 400€/mês, que daria um salário-base de 1600€, a que acresce outras reivindicações.


A primeira greve cirúrgica levou ao adiamento de cerca de 8.000 cirurgias. Neste primeiro dia de greve não terão sido realizadas 260 cirurgias. Como a greve se vai estender pelo mês de Fevereiro é fazer as contas.


Milhares de doentes verão as suas vidas arrasadas porque um grupo profissional, liderado por um sindicato ultraminoritário e sem histórico sindical, que usa os doentes com o maior dos cinismos e frieza para atingir os seus fins.


Cinismo, que a Presidente da ASPE deixou patente numa entrevista, hoje na RTP, quando diz que se os doentes estão há tanto tempo à espera da cirurgia não é por mais uns meses que há problema. A mesmo enfermeira confirmou ser esta “uma greve paga”, por recurso ao que chamou um fundo solidário não gerido pelo sindicato, sem dizer quem gere esse fundo.


Cinismo, quando a mesma enfermeira-presidente da ASPE diz que não teme a requisição civil até porque, diz, “o tempo que os Tribunais demoram a decidir, qualquer expediente que encontrem, quando tiver a resolução já acabou a greve”.


Perante atitudes destas, que traduzem a postura deste sindicatos, que usam indevidamente o direito à greve, como se pode assistir ao prolongar deste atentado à saúde pública, que já está a por em causa o SNS, sem nos indignarmos?

Por isso, pergunta-se:


Onde estão os partidos políticos que, pelo silencio, deixam que milhares de portugueses sejam sacrificados em nome dos interesses específicos de umas centenas de enfermeiros?


Onde estão as comissões de utentes dos serviços de saúde, que se calam perante este atentado à vida de milhares e milhares de pessoas que não têm alternativa aos hospitais públicos?


Quem negoceia e define os serviços mínimos pode ficar indiferente ao que se passa nos blocos operatórios? Pode permitir que seja um grupo de enfermeiros grevistas a decidir quais as cirurgias que se fazem ou não fazem?


Como se pode aceitar, mesmo do ponto de vista legal, que um grupo de 3 ou 4 enfermeiros pare um bloco operatório, mantendo-se todos os demais enfermeiros a trabalhar?


Esta associação sindical (ou alguém por ela) já terá recolhido mais de 700 mil euros para financiar a greve e pagar à centena de enfermeiros grevistas. De onde vem esse dinheiro? Os enfermeiros grevistas estão a ser pagos para fazerem greve? Por quem?


Os Deputados da AR convivem bem com esta situação? É que amanhã alguém pode financiar os maquinistas da CP pra pararem os comboios. E porque não financiar os motoristas das empresas de Metro para durante um mês pararem os transportes e assim sucessivamente. Os partidos consideram estas práticas legitimas?


Como aceitar que os líderes políticos, os deputados, a própria justiça, se calem perante a afronta de um grupo que não olha a meios, que até custa a acreditar que perante tamanha desumanidade, as suas motivações sejam meramente financeiras?

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