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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Um país que mexe

José Carlos Pereira, 06.06.23

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Ao visitar a EMAF, a maior feira industrial de Portugal, que decorreu na semana passada na Exponor, era possível ver milhares de pessoas envolvidas, entre expositores e visitantes, muitos deles estrangeiros, da vizinha Espanha à Ásia, percebendo-se que há um país muito empenhado no desenvolvimento da economia e no crescimento das exportações. Um país que mexe e que pouco ou nada quer saber das querelas do adjunto do ministro, de quem chamou o SIS ou de quem ligou a quem e a que horas.

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Acerto de contas entre Belém e São Bento

José Carlos Pereira, 05.05.23

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A foto acima é de tempos idos. Os últimos dias cavaram um fosso na relação entre Presidente da República e Governo, entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa.

O XXIII Governo deixou-se enredar, nestes treze meses de funções, em sucessivos casos que foram fragilizando a sua autoridade política. Uns de maior gravidade, à cabeça dos quais os relacionados com o dossier TAP, e outros verdadeiros fait-divers, tais casos revelaram lapsos surpreendentes e enorme descuido no momento de fazer escolhas para o executivo de governantes e membros dos gabinetes. Tudo isso contribuiu para que a bolha mediática se concentrasse nesses episódios e até menorizasse as medidas com impacto directo na melhoria das condições de vida das pessoas, que beneficiaram de uma sustentada recuperação económica, num contexto internacional delicado, com a guerra na Ucrânia a multiplicar os seus efeitos.

Marcelo Rebelo de Sousa, que dissolveu a Assembleia da República há menos de um ano e meio, sentiu o ar do tempo e percebeu que tinha a oportunidade de resgatar para si a iniciativa política que de algum modo perdera com a conquista da maioria absoluta pelo PS. Se o maior partido da oposição não parecia estar com a pujança suficiente para ocupar o palco, Marcelo passou a usar tudo o que podia para acentuar a fragilidade da acção governativa, das inacreditáveis ameaças públicas à ministra da Coesão Territorial por causa do cumprimento das metas dos fundos europeus até às insistentes referências ao poder de dissolução do parlamento que a Constituição reserva ao Presidente da República.

Neste contexto, António Costa, depois de fazer a sua avaliação do caso que envolveu o Ministério das Infraestruturas, entendeu que não devia aceitar o pedido de demissão do ministro João Galamba. Uma decisão corajosa, mas que também o compromete com o futuro da acção do ministro, desde logo com o que vier a ser apurado na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP. A decisão de António Costa, ao contrariar a vontade de Marcelo Rebelo de Sousa, que queria que o ministro saísse, não deixou de ser uma forma de afirmar a sua autonomia e a do Governo perante um Presidente da República farto de invocar o poder de dissolução.

Marcelo acabou por ficar refém da sua permanente exposição e do verbo exagerado. O discurso de ontem, duro, frontal e áspero, não podia ultrapassar a linha vermelha da dissolução. Na verdade, o "deplorável" incidente no Ministério das Infraestruturas era, por si só, justificação para dissolver o parlamento pela segunda vez em menos de um ano e meio? Um parlamento que é sustentado por uma maioria absoluta? Num cenário em que todas as sondagens deixam admitir que um novo parlamento poderia ficar mais pulverizado e dividido, sem soluções óbvias de governação? E como admitir que um Presidente que tem colocado a tónica na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sem falhas e sem desculpas, iria paralisar o país durante seis meses, entre dissolução, eleições, nomeação do novo governo e de novas equipas para as estruturas do PRR e dos fundos europeus?

O Presidente deixou os seus avisos, conforme lhe compete, e ao Governo exige-se agora que arrepie caminho, que corrija o que houver a corrigir no seu funcionamento e na articulação entre os seus membros. E que dê provas de "um pouco mais de maturidade", como bem advertiu há dias o ex-ministro Vieira da Silva. Governar não é a mesma coisa que dirigir associações de estudantes ou estruturas partidárias. Governar é servir o interesse público acima de tudo e fazer permanentemente prova do mais elevado sentido de Estado.

O ridículo liberal

José Carlos Pereira, 04.05.23

"Youtuber vai ao Parlamento a convite da Iniciativa Liberal e publica vídeo com ofensas ao primeiro-ministro"

Eh pá, é fixe ser radical e informal na política, não é? E levar cromos a "discursar" no púlpito do parlamento? E a proferir insultos? Dizem eles que é assim que se atrai os jovens para a política...
E um pouco mais de sentido de Estado e de noção dos deveres por parte dos senhores deputados liberais?

Rádio Renascença a tapar o sol com a peneira

José Carlos Pereira, 03.03.23

O jornalismo isento e rigoroso é indispensável para a saúde de um regime democrático. Mas o jornalismo, dos órgãos públicos e privados, seja ele político, económico, desportivo ou de âmbito social, também deve ser escrutinado.
O que dizer do facto de, hoje, as rádios TSF e Antena 1, pelo menos, estarem em directo da conferência de imprensa da Conferência Episcopal Portuguesa, sobre o candente tema dos abusos sexuais de crianças por membros da Igreja, enquanto a Rádio Renascença, emissora católica, emitia publicidade e a seguir o programa desportivo "Bola Branca"? Omitir a discussão do assunto à espera que os devotos esqueçam?!

As Jornadas Mundiais da Juventude

José Carlos Pereira, 02.02.23

Nada contra a organização das católicas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) em Lisboa/Loures (onde mais?), nada contra a realização de um evento que pode reunir em Portugal mais de um milhão de jovens, nada contra uma recepção digna ao Papa Francisco, que merece todas as atenções. Mas não havia necessidade de querer ser o campeão orçamental das JMJ, de deixar engenheiros e arquitectos à solta, sem qualquer aperto financeiro, de tomar decisões sob a pressão dos prazos. E, sobretudo, não havia necessidade de se assumir desde o início que seriam os dinheiros públicos o grande suporte destas jornadas religiosas. O exemplo de Madrid é esclarecedor.

Incursões à mesa

José Carlos Pereira, 14.01.23

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O Incursões iniciou o ano com novo encontro à mesa, desta vez contando até com a presença de uma incursionista fundadora, há muito afastada das lides bloguistas, a nossa "ex Kamikaze".

O Restaurante Abadia, na baixa do Porto, foi o local do convívio e também de uma alargada "mixórdia de temáticas", das inundações no Porto ao presente e futuro da Câmara da Invicta, dos casos e casinhos do Governo à economia, à saúde e a tantos outros assuntos da actualidade.

Os incursionistas continuam em forma e prontos para um novo ano!