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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Azeredo Lopes absolvido

José Carlos Pereira, 07.01.22

Há poucos anos, sucedeu com Miguel Macedo. Hoje foi com Azeredo Lopes. Dois ministros que se demitiram (e acabaram com quaisquer aspirações políticas que tivessem para o futuro) devido a acusações graves do Ministério Público, as quais não se comprovaram de todo e caíram totalmente na hora do julgamento.

A pressão justicialista que se sente em muitos sectores do Ministério Público, alimentada pela comunicação social populista, atingiu irremediavelmente a vida profissional e política de Miguel Macedo e Azeredo Lopes. Ninguém é responsabilizado? Será que os magistrados que promoveram a acusação ainda vão ser avaliados com nota alta? Tapamos olhos e ouvidos e seguimos para a próxima?!

ME, 55 - Colégios, 0 (in Público)

JSC, 19.10.20

É mais que certo que ainda nos lembramos das diversas e folclóricas manifestações contra o Ministério da Educação devido às restrições impostas pelo Governo no financiamento dos chamados “contratos de associação”, mecanismo que serviu para transferir milhões de OE para os colégios privados durante anos e anos a fio.

Perdida a batalha política, a Associação dos Colégios Particulares transferiu a luta para os Tribunais. Sabemos agora, pelo Público, que “55 processos judiciais concluídos, 55 decisões favoráveis às posições do Ministério da Educação”. Ou seja, os Colégios perderam a guerra política e perderam a batalha judicial.

Suponhamos agora que a decisão judicial tinha sido desfavorável ao ME logo no primeiro desses processos. O que teria acontecido?

Provavelmente, alevantava-se um coro em redor dos Colégios, a pedir a queda do Ministro. Ora, como processo a processo as decisões foram sendo favoráveis ao ME fez-se silêncio, um silêncio cúmplice que o Público hoje quebrou e ainda bem.

O Congresso, Sócrates e os Jornalistas

JSC, 26.05.18

É natural que Sócrates  seja, ainda, notícia por razões que se prendem com o andamento do processo judicial e com a gestão que a Justiça faz do mesmo.

 

Contudo, os jornalistas não abandonam o Sócrates na política. Nos últimos dias Sócrates é tema central para os jornalistas. Os jornalistas, sem qualquer mandato, insistem em dizer queos portugueses querem saber”.

 

Mas, querem saber o quê? Segundo eles, agora queremos saber se Sócrates vai ser o “elefante no meio da sala do congresso”; queremos saber se Sócrates vai ser o ”grande tabú”, e coisas igualmente importantes para a cabeça dos jornalistas, mas que nada acrescentam ao interesse dos portugueses sobre o assunto.

 

Depois de ouvir a resposta de vários congressistas, questionados sobre a presença do “caso” Sócrates, só se pode concluir que Sócrates só é tema com interesse para os jornalistas. E quando todos responderam que “não há tabu”, que não há elefante”, que “a justiça dará a resposta”, mesmo assim, uma jornalista, no caso da RTP, conclui: o elefante está lá mesmo que muitos não o queiram ver. Ou seja, só a grande visão da jornalista vê o elefante onde todos dizem que não há elefante.

 

Sempre que ouvirmos os jornalistas, à falta de melhor argumento, dizerem “os portugueses querem saber”, só podemos concluir que eles estão a enviesar a conversa, a forçar o entrevistado a dizer o que eles querem que ele diga. E se o entrevistado não cai na esparrela, então, não têm pejo em transformar parcelas das respostas ou até das perguntas para forçarem o sentido do que disseram. E a Entidade Reguladora, qual o seu papel?

 

Os últimos Congressos do PS têm sido marcados por “casos”. Casos que aparecem aos trambolhões e, por coincidência, caiem na véspera do Congresso. O mais recente é o “caso” do Ministro Siza Vieira.

 

Compreende-se que seja noticia, que já tivesse sido noticia. O que já não me parece certo é que as noticias não digam que a tal empresa não teve nem tem qualquer actividade, não facturou. Os jornalistas tratam isto como se fosse a burla do século, negócio de milhões e com isso estão a “lavar”, a pôr no mesmo saco as fraudes, os crimes efectivos muitos dos quais passam pela Justiça e terminam com brandas condenações cobertas com o manto da “pena suspensa”.

 

Os jornalistas deveriam definir melhor os alvos. Dar relevo ao que merece ter relevo e não tratar por igual o que não é igual. Acima de tudo, os jornalistas deveriam cobrir acontecimentos, dar notícias e não quererem transmitir o que pensam dos acontecimentos, das noticias. Por sua vez, a Entidade Reguladora não pode ouvir, ler e calar como se nada se passasse.

 

Não precisamos da opinião do jornalista para formar opinião.

O FÓRUM TABLOIDE DA ANTENA UM

JSC, 30.01.18

A Justiça, o Jornalismo (tabloide), a Política são os vértices do triângulo, género Triângulo das Bermudas, em cujo seio germinam distúrbios polí­tico-judiciais, mesmo quando faz um tempo ameno, quase bonançoso.

 

Um jornal tabloide, em permanente conúbio com a Justiça, deixa cair uma frase assassina, sem conteúdo, sem nada dentro. "Ministério das Finanças investigado... ". Depois, é esperar que um ou outro jornal, rádio, tv, siga as pisadas, que replique, para que o que nada valia passe a ter valor, passe a ser notí­cia, a ter um rosto, "Ministro das Finanças investigado...

 

A própria ANTENA UM, paga com as nossas contribuições, elege este tema para grandes debates, propagandeia a notí­cia do tabloide, valida o que nada vale, dá-lhe foros de coisa importante, legitima a ignorância ou a ma fé de quem gere e fomenta estes "casos do dia".

 

Por sua vez, o Ministério Público, sempre tão parco em recursos, deixa que a noti­cia evolua e cresça por dentro do jornalismo, sustentada no segredo judicial. Estranho modo de fazer Justiça. Ainda há dias o Presidente do Sindicato dizia que a falta de recursos não os deixava serem ágeis no tratamento dos processos de violência doméstica. É estranho que não tendo recursos para darem atenção maior ao crime concreto, já existam recursos, em abundância, para se ocuparem da vantagem obtida com dois (2) convites para um jogo de futebol.

 

Quanto aos Jornalistas, os que repetem, repetem e perguntam, "Será que o ministro tem condições para...?" O que é que se passará na sua cabeça? Será que não leram, não sabem, não se informaram que o Ministério das Finanças, e muito menos o Ministro, não tem qualquer competência em matéria de isenção de IMI? O que é que os leva a manifestar tamanha ignorância ou será que servem uma estratégia comunicacional, profundamente política, que visa fragilizar o Ministro, o Governo, no plano nacional e internacional.

 

O que é criticável, em meu entender, é o Jornalismo que se rege por critérios minimamente deontológicos se deixar contaminar por tabloides, mesmo quando estes sustentam as suas manchetes em informações que dizem ter colhido junto do Ministério Público. O que é, ainda, mais condenável é que este faculte noti­cias a tabloides em vez de as dar, com absoluta transparência, a todos os meios de comunicação social.

 

Os danos que resultarão deste triângulo maléfico são sempre terriveis. Neste caso, as repercussões nefastas destas noticias no estrangeiro. O próprio primeiro ministro, e bem, teve de vir a terreiro. Os corruptos ficam satisfeitos por verem que a confusão e o lamaçal se expandem para o lado dos polí­ticos sérios. O povo, esse, que hora a hora é intoxicado, tende a consolidar a ideia, de que "é tudo igual". E, a verdade é que não é, por muito que alguém no Ministério Público, CM, CMTV e replicadores de serviço nos queiram fazer crer.

Ministério Público TV

José Carlos Pereira, 01.12.15

Veio ontem a público que uma estação de televisão - a CMTV - emitiu na noite de domingo imagens de interrogatórios judiciais do denominado caso dos vistos gold, um dos quais envolvendo o ex-ministro Miguel Macedo. Quando se pensava que já tudo tinha sido visto, constata-se, afinal, que a justiça e alguma comunicação social ainda conseguem encontrar forma de surpreender neste país à beira-mar plantado. 

É claro que o alegado "interesse público" da transmissão, defendido pela CMTV, colide com os mais elementares direitos dos arguidos, independentemente de quem se trate. Isso é de tal forma óbvio que deve ser causa de repulsa a todos os cidadãos que acreditam no Estado de Direito e deveria ser motivo suficiente para a pronta abertura de um inquérito rigoroso e urgente à divulgação dessas imagens. Um inquérito célere e preciso nas suas conclusões. Uma televisão transmite imagens de um interrogatório do ministério público a arguidos de um processo em curso e não se passa nada?

Reacções como as do embaixador Seixas da Costa ou do cronista Ferreira Fernandes são absolutamente compreensíveis perante o pasmo criado por este episódio, que vem na linha de muitos outros casos de violação do segredo de justiça nos últimos anos. 

Até parece que não se passa nada

JSC, 20.12.10

 

Enquanto o aparelho judicial americano, trabalha para encontrar a fundamentação legal que permita avançar com o pedido de extradição de Julian Assange, os meios de comunicação social moldam as consciências populares (americanas e as outras) que permita criar o ambiente propício ao silenciamento do líder da Wikileaks.

 

Claro que há exageros, como os da Fox News, que até nem deveriam ser replicados, mas porque mexem com os mais profundos sentimentos do ocidente – o respeito pela vida e pela liberdade – convém ler e reflectir no que vem aí.

Cuidado com o que se escreve no facebook…

JSC, 19.11.10

A justiça francesa dá razão a empresa que despediu trabalhadores após comentários negativos no Facebook.

 

Se fosse por cá, com grande probabilidade,  isso seria considerado “liberdade de expressão”,” manifestação de estados de alma” ou um simples "desabafo escritural", sem significado de maior, pelo que a decisão seria a favor dos trabalhadores. O que até me parecia bem.                                          

Casa Pia – Erros e manipulações

JSC, 09.11.10

«Não há fragilidade da prova», mas sim «um erro do acórdão e do tribunal ab anteriori que não fez uma comunicação aos arguidos para que se pudessem defender». Advogado das vítimas

 

Foi “uma vitória do direito”. Advogado de Carlos Cruz

 

A diferença parece estar entre ter sido violado a um Sábado ou num dia de semana. Demasiado complexo para entender estas coisas da justiça. De qualquer modo, apesar das vitórias anunciadas, por esta e por outras, Carlos Cruz tem mais um para convencer da sua inocência.