O vício dos comentadores
É recorrente. Diria mesmo que é um vicio de estilo. Muitos dos comentadores e analistas que invadiram a comunicação social iniciam a sua "divagação" por expor os "factos" do objecto de análise. Só que esses ditos factos mais não são que um amontoado de conclusões, a maioria das vezes distorcida ao jeito do que querem criticar. Ou seja, constroem uma realidade paralela ou parcial formatada para as conclusões que têm desde o inicio. Ocorreu-me escrever sobre isto a proposito da cronica do Publico de hoje feita pelo João Miguel Tavares. Li a sua opinião e depois li uma noticia com o desenvolvimento dos factos sobre esse assunto. Nada batia certo com o que o cronista tinha construído. Isto está sempre a acontecer na comunicação social. É por estas e por outras que eu prefiro ler primeiro as notícias e, preferencialmente em mais de uma fonte, e só depois as análises. E, mesmo assim, apenas alguns autores: os que partem da realidade para a analise e não de distorções da realidade para caber na sua análise. Este vício faz-me lembrar "grandes" consultores especializados que procuram problemas para as suas soluções, nem que para isso tenham que distorcer a realidade, em vez de procurarem soluções para os problemas reais das pessoas e organizações.