Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

O vício dos comentadores

O meu olhar, 20.01.18

É recorrente. Diria mesmo que é um vicio de estilo. Muitos dos comentadores e analistas que invadiram a comunicação social iniciam a sua "divagação" por expor os "factos" do objecto de análise. Só que esses ditos factos mais não são que um amontoado de conclusões, a maioria das vezes distorcida ao jeito do que querem criticar. Ou seja, constroem uma realidade paralela ou parcial formatada para as conclusões que têm desde o inicio. Ocorreu-me escrever sobre isto a proposito da cronica do Publico de hoje feita pelo João Miguel Tavares. Li a sua opinião e depois li uma noticia com o desenvolvimento dos factos sobre esse assunto. Nada batia certo com o que o cronista tinha construído. Isto está sempre a acontecer na comunicação social. É por estas e por outras que eu prefiro ler primeiro as notícias e, preferencialmente em mais de uma fonte, e só depois as análises. E, mesmo assim, apenas alguns autores: os que partem da realidade para a analise e não de distorções da realidade para caber na sua análise. Este vício faz-me lembrar "grandes" consultores especializados que procuram problemas para as suas soluções, nem que para isso tenham que distorcer a realidade, em vez de procurarem soluções para os problemas reais das pessoas e organizações.

Crise? Qual crise?

O meu olhar, 27.10.09

Como se recordam, no encontro do G20 um dos temas centrais foram os salários dos gestores da banca. A ideia era disciplinar os incentivos que são calculados como recompensa de retorno de curto prazo. Falou-se mesmo em que estes, a existirem, deveriam ser devolvidos caso os investimentos que lhes serviram de base fracassarem. A ideia era diminuir a tentação do risco “fácil” que levou, como todos sabemos e sentimos na pele, ao descalabro financeiro e económico mundial. Pois bem, os líderes das maiores economias mundiais acabaram por optar por medidas “nim”, sem expressão, já que não fixaram limites à existência desses incentivos e dilataram no tempo a introdução de mudanças.

Agora fala-se que os reguladores nacionais querem intervir nesse sentido. A banca insurge-se. Horácio Roque afirma "Quem deve decidir os prémios aos gestores são os accionistas". "As empresas não são repartições públicas". Nada mais correcto. Gostava que a mesma opinião tivesse sido defendida na altura da intervenção pública para salvar a banca a nível mundial.
Além disso, não nos podemos esquecer que a banca tem um papel fundamental na saúde da chamada economia real ( nunca gostei desta expressão) e, portanto, não pode ser deixada completamente ao sabor de ambições desmesuradas e irresponsáveis de gestores “indispensáveis”.  Há lições básicas que se deveriam aprender com esta crise. Esta é uma delas.
Ou será que não se passou nada na banca de reprovável e com consequências desastrosas e eu estou para aqui a divagar sobre um mau sonho que tive?
 

Perfeito!

O meu olhar, 20.10.09

Tenho andado numa roda-viva. Trabalho, trabalho e… mais trabalho. Por isso, estes dias de pausa foram ouro. Local escolhido: a Praia Azul, em Santa Cruz, Torres Vedras. Esta escolha foi mero acaso mas saiu-nos a sorte grande. Praia (s) lindíssima(s), areia macia e imensa, agua límpida e tépida. Tranquilidade e paisagens de encher os olhos e a alma.

Quanto à comida… um mimo. Aliás, vários mimos. Em especial a Sopa do Fundo do Mar. Uma sopa de peixe única. Uma delícia. Recomendo vivamente este restaurante que nos caiu no regaço por mera sorte: o Praia Azul. O único problema da ementa é a escolha, sobretudo nos peixes.
Como dizia há dias uma turista inglesa que desfrutava o sol de Outubro no Algarve: este sítio é perfeito. Nem mais: Perfeito!
Aqui ficam algumas fotos para verificarem que não estou a exagerar…
 

 

Ansiedade

O meu olhar, 29.09.09

                                                  

Hoje estou feliz! Vou finalmente saber o que o Presidente da República tem para dizer aos portugueses. Ele vai falar. O meu problema é saber como vou aguentar tanta ansiedade para ultrapassar as horas que nos separam desse momento de que todos falam, pelo qual todos anseiam. Além disso temos a dúvida essencial: falará finalmente das escutas? Todos os comentaristas que ouvi asseguram que sim.
Claro que podíamos pensar que, como tivemos eleições, uma declaração sobre as mesmas seria adequado. Até porque a governação vai ser difícil. Desenha-se a passagem do cenário das feiras e mercados para a Assembleia da República. Penso que os ventos correm totalmente a favor de Portas: vai sentir-se, como nunca, em “casa”.
Claro que se Cavaco falar sobre as eleições (um assunto “menor”) isso implicaria continuarmos sem desvendar o próximo episódio das escutas. Entre uma coisa e outra não há dúvida: venha o próximo episódio. A partir desta declaração de Cavaco seremos um povo mais esclarecido, mais capaz de enfrentar desafios, mais motivado para o trabalho.
Há uma terceira possibilidade: Cavaco vai falar dos dois temas: eleições e escutas. Afinal estes dois temas têm andado sempre ligados...
Aguardemos pacientemente.

O fim da minha árvore

O meu olhar, 28.07.09

                                     

Só ontem me dei conta que tinha desaparecido a “minha árvore” da cidade do Porto. Esta árvore é também, ou era, a árvore de Hélder Pacheco, de JSC aqui do Incursões e certamente de muitos mais. Era uma árvore lindíssima, de encher o coração e a alma. Pesquisei na net para ver o que lhe tinha acontecido. Encontrei este aviso de desclassificação. Fica a tristeza.
 

AVISO DE DESCLASSIFICAÇÃO Nº 2 /2008

Nos termos do parágrafo único, do Artº 1º, do Decreto-Lei nº 28 468, publicado no Diário do Governo, I Série, nº 37, de 15 de Fevereiro de 1938 e do Decreto Regulamentar nº 10/2007, de 27 de Fevereiro, publicado no Diário da República, I Série, nº 41/2007, de 27 de Fevereiro, é desclassificada como árvore de Interesse Público o Jacaranda mimosifolia D. Don, árvore vulgarmente conhecida por Jacarandá,existente no Largo do Viriato, Freguesia de Miragaia, Concelho do Porto, propriedade da Câmara Municipal do Porto, cuja localização se indica em excerto de mapa, extraído da carta militar, folha nº 122, do Serviço Cartográfico do Exército: Esta desclassificação resulta do facto deste exemplar ter secado.
 

Estatísticas do Incursões

O meu olhar, 24.07.09

                         

O Incursões nasceu há 5 anos e mantém-se cheio de vitalidade. A equipa foi rodando, mas isso é também uma prova de vida. Alguns números interessantes:
Foram escritos até agora 5 010 posts;
Foram efectuados 15 115 comentários;
Fomos visitados 812 140 vezes (estas visitas não incluem a equipa do Inc.).
Pela minha parte, agradeço a todos os que colaboram neste espaço diversificado, quer de temas quer de opiniões. É da diversidade que brota o desenvolvimento. Portanto, que continuemos assim: diferentes e unidos! 

Tiro ao alvo

O meu olhar, 15.07.09

                       

Notícia do DN

Em acórdão de 25 de Junho, o Tribunal da Relação de Lisboa considerou inconstitucional - num caso concreto do Tribunal de Almada de jogo ilícito em que a ASAE deteve a arguida - a transformação da autoridade em polícia criminal. Isto porque essa competência foi apenas aprovada pelo Governo sem discussão ou autorização do Parlamento, como foi feito na definição das competências da PJ, PSP., GNR e SEF. O acórdão sustenta esta tese dizendo que foi violada a "reserva de lei da Assembleia da República", pode ler-se na decisão.
"Se o TC vier a confirmar a decisão da Relação estamos perante um caso muito grave. Há muitas detenções, muitos autos que, nesse pressuposto vão ser mandados para o lixo", sustenta o também presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses. "O grave neste caso é a ligeireza com que se legisla em Portugal e as consequências que isso pode ter na Justiça portuguesa por responsabilidade alheia ao sector da justiça", queixa-se António Martins.
"Se aquela declaração concreta de inconstitucionalidade vier a verificar-se, pelo TC em 3 casos concretos a norma em causa passa, de forma obrigatória e geral, a ser inconstitucional, deixando de vigorar no sistema jurídico português", explica igualmente o advogado Luís Filipe Carvalho, em declarações ao DN. Que argumenta que tal facto poderá ser fundamento para pedidos de indemnização "por quem tenha sido lesado pela intervenção da ASAE, nomeadamente por ter sido detido ou alvo de buscas ou apreensões", apontou o advogado.
No mesmo acórdão, o Ministério Público discordou da decisão da Relação e o acórdão já seguiu para apreciação da constitucionalidade.
 

Face a esta notícia, o que me ocorre dizer é que Portugal tem um problema de crescimento. Tudo o que tenha um cheirinho de autoridade é banido. E se funciona, pior ainda, é mesmo para abater. Nós cá apenas queremos restaurantes com cozinhas imundas, carne estragada e contrafacção (o mais possível), moscas por cima de tudo que é bolos, baratas a passear pelos balcões e coisas parecidas. A ASAE comete excessos? É isso que é relevado como exemplo para denegrir. Tudo o que fizeram de bom para aumentar a qualidade dos serviços e para a melhoria das condições higiénico-sanitárias deste país não importa.
Se o TC confirmar a decisão serão pagas indemnizações a quem prevaricou. Perfeito. Também não será a primeira vez que acontece. Decisões que o bom senso não recomenda, mas que devem ajudar muito a melhorar este país.

Regra ou má excepção?

O meu olhar, 14.07.09

 

                                                               

Uma imigrante russa, que passou a fazer parte do meu quotidiano muito recentemente, está a fazer-me conhecer melhor o meu país. Há dias desabafou que em Portugal não há respeito pelos velhos. Então ela contou-me que nessa manhã tinha assistido a uma cena que a indignara. Uma senhora, já muito idosa, cansada por estar de pé no comboio, disse em voz bem alta: não há ninguém que possa dar-me o lugar? Disse isto virando-se para um grupo de jovens, todos eles sentados. O que conseguiu foi ouvir umas piadas a roçar o insulto. A pessoa que me estava a contar este episódio levantou-se e deu-lhe o lugar. Face a isto eu referi-lhe que os portugueses não são todos assim, muitos dão o lugar aos mais velhos. Ela respondeu-me, e bem, que eu dizia isso porque andava apenas de carro. Ela via essas cenas todos os dias. Ninguém se levanta para dar o lugar aos mais velhos. A diferença naquele dia tinha sido os insultos.
 
Fiquei chocada. Não tenho memória de, no tempo em que andava de autocarro, há muitos anos, ver um idoso a quem não se cedesse o lugar de imediato.  
 
Será que aquele percurso de comboio é especial, no mau sentido, ou será uma realidade actual deste país?