Ou Um acto eleitoral na sociedade de informação Ou a melhor receita para a abstenção![]()
"Sou magistrado do M.P.
Hoje acabei por ter de tirar uma boa parte do dia para votar por correspondência. É que o meu boletim de voto para as eleições para o Conselho Superior do MP tem de dar entrada na PGR até ao próximo dia 6.
Assim, tenho de comprar dois envelopes.
No primeiro introduzo o boletim e lacro.
Oops – lacre. Procuro no tribunal: não têm desde o século passado. Inicio, então, um périplo pelas papelarias das redondezas. Ignoram o que seja, já não vendem, ninguém comprava.
Passe a publicidade, encontrei, finalmente, na Fernandes.
Regresso ao tribunal. Lacro finalmente o envelope.
Introduzo no segundo; lacro-o.
Num papel, identifico-me e assino. Vou à Secretaria, peço para me aporem o selo branco do tribunal (sim… a alternativa era o reconhecimento em notário).
Dirijo-me à estação de correios e, depois de aguardar 30 minutos pela minha vez, remeto-o, sob registo, para a PGR.
E agora só tenho de confiar na eficácia dos CTT porque, como é óbvio, a data de recepção é algo que não está no meu domínio.
Por favor, quando tiverem um bocadinho, mudem o regulamento eleitoral (é que mais parece o guião de um rally paper). "
enviado por
Teresa Almeida, Procuradora da República (eu, como trabalho em Lisboa e no meu tribunal também não há lacre, vou “tirar” uma hora no dia 6 e vou à PGR votar)