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Incursões

Instância de Retemperação.

Incursões

Instância de Retemperação.

Devotos

Incursões, 20.02.05
Imagino que o Dr. Santana, zangado consigo e com os seus, vá votar no Partido Humanista. O segredo do voto serve para isso. Cada um pode votar em quem não seria de presumir que votasse. Não deixa de ser enigmático que a liberdade da democracia se sustente de opções socialmente não transparentes. O que disse para o Dr. Santana, poderia escrevê-lo para o Dr. Monteiro. Se este tivesse sentido de humor. É óbvio que o Dr. Sócrates irá votar em si. Ainda que o faça, tal atitude nunca será de uma certeza certa. Incomoda-me que só saiba, ou possa saber, do meu voto. E do voto do Sr. Jerónimo. No que tange aos restantes, é improvável que votem nos outros. Mas pode acontecer. O segredo é vital para a democracia. E para a não discriminação. Para que ninguém possa ser discriminado por causa do seu voto, é que se torna necessário que ninguém saiba do sentido do voto de quem quer que seja. Cada um de nós gostaria de saber em que vai votar a vizinha do 6º Esquerdo. Ou o juiz da 1.ª Vara Mista. As eleições estimulam uma curiosidade mórbida. O Julião, meu colega de escritório, passou a semana a anunciar que já não acreditava nessa coisa dos votos (expressão dele). O que não quer dizer que não vá votar. Na segunda-feira de manhã, haverá mais rostos de vencedor do que os votos contados para o Partido Socialista. O Julião será um desses rostos. Numa sociedade sem medos nem preconceitos, as cruzes não seriam necessárias. Os braços no ar seriam suficientes.

Romance de Vila do Conde

Incursões, 27.11.04
Vila do Conde, espraiada
Entre pinhais, rio e mar!
- Lembra-me Vila do Conde,
Já me ponho a suspirar.


Vento Norte, ai vento norte,
Ventinho da beira mar,
Vento de Vila do Conde,
Que é a minha terra natal!
Nenhum remédio me vale
se me não vens cá buscar,
Vento norte, ai vento norte,
Que em sonhos sinto assoprar...
Bom cheirinho dos pinheiros,
A que não sei outro igual,
Do pinheiral de Mindelo,
Que é um belo pinheiral
Que em Azurara começa

E ao Porto vai acabar...
Se me não vens cá buscar,
Nenhum remédio me vale
Nenhum remédio me vale,
Se te não posso cheirar...



Vila do Conde espraiada
Entre pinhais, rio e mar!
- Lembra-me Vila do Conde,
Mais nada posso lembrar.
Bom cheirinho dos pinheiros...
Sei de um que quase te vale:
É o cheiro da maresia,
- Sargaços, névoas e sal -
A que cheira toda a vila
Nas manhãs de temporal.
Ai mar de vila do Conde,
Ai mar dos mares, meu mar!
Se me não vens cá buscar,

Nenhum remédio me vale,
Nenhum remédio me vale,
Nem chega a remediar



Abria de manhãzinha,
As vidraças par em par.
Entrava o mar no meu quarto
Só pelo cheiro do ar.
Ia à praia e via a espuma
Rolando pelo areal,
Espuma verde e amarela
Da noite de temporal!
Empurrada pelo vento,
Que em sonhos ouço ventar,
Ia à praia e via a espuma
Pelo areal a rolar...



Vila do Conde espraiada
entre pinhais, rio e mar...



José Régio

Reformas estruturais e coordenação na Europa

Incursões, 25.11.04
Dans le partage des compétences, tel qu'il existe actuellement au sein de l'Union européenne, les Etats membres sont responsables pour une grande part des politiques de l'offre, à l'exception de celles relevant du Marché unique. Guido Tabellini et Charles Wyplosz se posent la question de savoir si ce shéma institutionnel est adapté à la situation actuelle, à un moment où l'Union aurait besoin de redynamiser son économie par des réformes structurelles. Les auteurs estiment que, sur la base du critère d'efficacité économique, le partage des compétences actuel ne doit pas être remis en cause dans ces grandes lignes. Ils pensent que l'Europe a toutefois un rôle à jouer, ce qui les amène à faire un certain nombre de propositions concernant le fonctionnement du Marché unique, le financement de la recherche et développement et le processus de Lisbonne, processus qui ambitionne de faire de l'Europe "l'économie de la connaissance la plus dynamique et la plus compétitive du monde...".
Pode consultar o trabalho de Guido TABELLINI e Charles WYPLOSZ neste sítio.

Droga e mercado

Incursões, 25.11.04
Competition in the drug market is good for the consumer, which means it is bad for anyone trying to reduce or eliminate drug taking. Against Mafia-style cartels, the police might have succeeded. They are less likely to prevail against the invisible hand of the market.
O texto, esclarecedor, pode ser lido aqui.

Insensatez

Incursões, 17.10.04
«Mas, como a insensatez humana não tem limites, transformou-se, uma vez mais, o exercício da justiça -que devia ser discreto e delicado- num reality show que, desde a presunção de culpa à investigação criminal, se dá com o precioso auxílio de muitas primeiras páginas de jornais e com directos em vários telejornais... Mesmo que isso incentivasse o lado maquiavélico de quem vai deixando pistas falsas...»


Eduardo Sá, do artigo Um silêncio indecente, Notícias Magazine de hoje

Segredos

Incursões, 15.10.04
«A Polícia Judiciária (PJ) voltou a aconselhar o padrasto da menina dada como morta há cerca de um mês, na aldeia de Figueira (Portimão), mas cujo corpo continua por encontrar, a não prestar declarações aos jornalistas, sob pena de quebrar o segredo de justiça, incorrendo, assim, no risco de ser detido», é o que se lê no DN.
Depois de tanto falar, e aí sim com manifesta violação do segredo de justiça, a PJ tenta impor a terceiros uma conduta que deveria ter sido a sua desde o início. Bem aconselha Frei Tomás...