Um governo quase sem surpresas
A composição anunciada para o novo governo não surpreende. Privilegia as áreas transversais que António Costa anunciara na campanha eleitoral e prepara o executivo para a presidência portuguesa da União Europeia. Se conta entre os novos ministros com mais membros do secretariado do PS, também é certo que dispõe de uma maioria de independentes à mesa do Conselho de Ministros. Tem mais mulheres e isso acaba por ser mais relevante do que o aumento do número de ministros (que poderá ser compensado com a redução do número de secretários de Estado).
Considero que a grande surpresa é a nomeação do independente Pedro Siza Vieira (embora militante do PS nos anos 90) como número dois do executivo enquanto ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital. Será apenas para ultrapassar o facto de o anterior número dois, Augusto Santos Silva, estar proximamente muito centrado na presidência da UE? Será para dar um sinal ao meio empresarial da importância destinada pelo novo executivo ao investimento e às empresas? Ou será para testar Pedro Siza Vieira, alegadamente muito próximo de António Costa, para voos futuros?