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Incursões

Instância de Retemperação.

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Um mundo de convicções

JSC, 08.04.18

Hoje para se ter uma opinião final não são precisos factos, provas, aquelas coisas que em tempos próximos eram necessárias, estritamente necessárias, para se tomar uma decisão, para avaliar as opções que governantes e órgãos de soberania tomavam.

 

Hoje, aliás, desde há algum tempo (não muito) basta usar a comunicação social, as redes sociais e lançar um apontamento, uma insinuação, escolher os canais certos e logo a mentira ou pseudo verdade se transforma em facto sério, propagado, replicado e tomado por todos como “a verdade”.

 

Foi assim com a descoberta dos laboratórios de armas químicas que Sadam teria no deserto. Até nos mostraram camiões-laboratório a saírem de Búnqueres. Depois foi o que se sabe. Não havia laboratórios nem arma químicas. Contudo, o objectivo tinha sido atingido. A invasão do Iraque e toda a mortandade que perdura até hoje.

 

Foi mais ou menos assim na Líbia. Mentiras reais levaram aos bombardeamentos, ao desmantelamento da Líbia e a toda a mortandade que perdura, mas que deixou de ser notícia.

 

Foi mais ou menos assim na Síria. Inventou-se uma pseudo primavera, apoiou-se a rebelião. O resultado é que se sabe, milhares de mortos e o país árabe, de usos e costumes, mais ocidentalizado completamente arrasado.

 

Sem provas nenhumas os órgãos de comunicação social reproduzem o discurso de sempre, a Síria usa armas químicas e lá estão, como outrora, as fotografias, as imagens chocantes, para convencer por esse meio o que não provam com factos.

 

A Inglaterra, os mesmos que integraram o trio que inventou as armas químicas no Iraque, sem provas, mas por convicção criaram a guerra dos embaixadores com a Rússia. Os media assumiram essa verdade e, ainda, foram mais longe, passaram a apontar a dedo aos países que não seguiram os mentores ingleses.

 

Lula acaba de ser preso. Pelos vistos o delator que o acusou agiu assim porque negociou com o Juiz a redução da pena a que poderia ser condenado. Não terá apresentado provas apenas terá apontado Lula como o proprietário de um apartamento.

 

Para a Justiça a palavra do delator vale mais que a palavra do ex-Presidente. Apartamento que nunca esteve em nome de Lula nem de ninguém. Continua propriedade da empresa construtora e até está dado como garantia por dividas.

 

Mesmo assim Lula foi preso. Com que fundamento? Por convicção. A justiça brasileira não precisa de provas, basta-lhe  a convicção. O mesmo para Teresa May. O mesmo para Trump. O mesmo para a comunicação social que reproduz, magistralmente, as convicções de quem hoje desgoverna o mundo.

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